Conselheiro inconsequente. (Jayvik)

Conselheiro Irresponsável

Jayce acabara de sair de uma longa e tediosa reunião do conselho. O discurso interminável sobre regulamentações de segurança, políticas de inovação e cortes de orçamento parecia se arrastar pela eternidade. Enquanto caminhava pelas ruas iluminadas pela luz fria dos postes hextec, ele resmungava consigo mesmo, o martelo descendo com força no chão a cada passo.

— Por que sempre sou eu que tenho que lidar com esses burocratas? — ele resmungava, a voz carregada de frustração. — Viktor está aqui, no laboratório, com suas invenções brilhantes, enquanto eu sou obrigado a ouvir aquelas pessoas reclamando de coisas que nem entendem.

Ao chegar ao laboratório, ele abriu a porta com força, não se preocupando em esconder sua irritação. Viktor estava ali, como sempre, curvado sobre uma bancada, ajustando minuciosamente os mecanismos de uma engenhoca que Jayce não reconhecia. Os olhos dourados de Viktor brilharam sob a luz pálida enquanto ele se virava levemente ao ouvir o som da porta.

— Você está atrasado. — Viktor disse sem levantar o olhar, sua voz carregada de um tom quase impassível. Ele sabia que Jayce estava de mau humor, mas não tinha tempo para alimentar os dramas do conselheiro.

— E você está exatamente onde eu pensei que estaria. — Jayce respondeu, aproximando-se com passos decididos. Ele parou atrás de Viktor, observando-o trabalhar com aquele foco absoluto. — Um dia desses, você vai esquecer de comer e morrer aqui, sabia?

— Se eu morrer aqui, será fazendo algo útil. Diferente de você, que parece apenas reclamar e evitar responsabilidades. — Viktor retrucou, um leve sorriso se formando em seus lábios enquanto ele mantinha os olhos fixos em seu trabalho.

Jayce revirou os olhos, mas o sorriso de Viktor o desarmou. Ele se inclinou ligeiramente, colocando os braços ao redor da cintura magra de Viktor. O gesto foi lento, quase hesitante, como se ele soubesse que estava entrando em território perigoso. — Viktor, você sabe que eu não posso evitar. Você é infinitamente mais interessante do que qualquer reunião do conselho.

Viktor parou o que estava fazendo, sua postura rígida indicando que ele não estava satisfeito com a interrupção. Mas antes que ele pudesse protestar, Jayce inclinou-se e pressionou um beijo suave na curva do pescoço de Viktor. O toque era quente, os lábios de Jayce deixando um rastro de calor na pele pálida. Viktor estremeceu levemente, um suspiro escapando de seus lábios antes que pudesse se controlar.

— Jayce... — Viktor começou, sua voz baixa, mas carregada de advertência. — Estou ocupado.

— Sempre ocupado. — Jayce sussurrou, sua voz carregada de um tom quase sedutor. Ele pressionou outro beijo no pescoço de Viktor, dessa vez um pouco mais ousado, permitindo que seus dentes raspassem suavemente contra a pele. — Você nunca tira um momento para si mesmo. Por que não deixa que eu cuide disso por você?

Viktor segurou a bengala com mais firmeza, tentando manter o foco. — Você não entende o conceito de limites, não é? — Ele tentou se afastar, mas os braços de Jayce eram firmes, e o calor que irradiava do corpo do outro homem era desconcertante. — Jayce, se continuar assim, não respondo por minhas ações.

Jayce riu baixinho, sua respiração quente contra o ouvido de Viktor. — Eu conto com isso. — Ele sussurrou, com um tom tão provocador que Viktor não conseguiu evitar o leve rubor que subiu por seu rosto. Jayce queria mais. Ele precisava ouvir aqueles sons que Viktor sempre soltava quando o beijava. O leve suspiro de Viktor era apenas o começo, e Jayce estava determinado a explorar todas as reações que ele podia arrancar do cientista.

— Jayce, pare. — Viktor disse novamente, sua voz mais firme dessa vez. Ele se virou parcialmente, encarando Jayce com uma expressão séria. — Eu tenho trabalho a fazer. Você sabe o quanto isso é importante.