11. Qual é a sua

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Devon abriu a porta da sua sala depois de um tempo atraindo os olhares discretos dos funcionários, que fingiam estar focados em seus afazeres. Devon Okere, fundador e chefe da Devenementiel, dono de um sorriso encantador, além de ser a simpatia em pessoa, apesar dos atritos com o seu "inimigo", Jason Mendal. Negro dos olhos verdes, que infelizmente, é escondido por óculos de armação dourada, seu cabelo em top dreads preto com as luzes loiras passavam um ar descontraído assim como o conjunto de terno azul marinho desabotoado e camisa social branca.

— Algum sinal do Thomas? - perguntou olhando pelo espaço, em busca do integrante que faltava em sua equipe.

— Deve estar chegando. - Elenda sorriu fraco para o amigo de infância e chefe, tentando passar um pouco de conforto. O Okere balançou a cabeça, um tanto sério e pensativo, sua cabeça fervilhava. Só não andava de um lado para o outro por não querer deixar os funcionários mais ansiosos do que ele.

— Tudo bem de nos reunirmos assim que ele chegar? - Todos balançaram a cabeça, concordando. - Certo. Estarei na minha sala... - Ao receber a mesma resposta, retornou para lá.

Todos se entreolharam.

— Alguém bem que poderia dar um toque no Thomas. - murmurou Brune.

— Por que deveriam dar um toque em mim? - Acho que não preciso comentar que todos arregalaram os olhos e tentaram disfarçar um riso nervoso por conta da pergunta do ruivo.

— Temos uma reunião importante... - a mulher de cabelos curtos se virou na direção de Thomas com cara de poucos amigos.

— Mas...

— Thomas, que bom que você chegou! - Devon interrompeu uma possível discussão sorrindo na porta de sua sala. - Vamos? - apontou para sala de reuniões.

Thomas olhou para Ysaline que murmurou um:

— Problemas de evento.

O ruivo balançou a cabeça, pela sua lógica deveria ser algum evento importante ou próximo, ou as duas coisas.

Sala de reuniões

Assim como todo o escritório da Devenementiel, a sala de reuniões não poderia ser diferente: uma mesa de madeira clara ficava no centro da sala, acima de um tapete verde, as cadeiras, na verdade, eram balanços, da mesma cor da mesa, presos por correntes de metal no teto, como já estavam acostumados: fazia um tempo que ninguém se enroscava ou levava um tombo daqueles balanços, inclusive, a última vítima foi a novata que era a mais cautelosa ao se sentar na mesa.

A ideia da sala era para lembrar uma estufa, do Open space, era capaz de se ver o que estava acontecendo naquela sala graças ao vidro que separava os espaços com tiras de metais escuras distribuídas na vertical e uma faixa de um metro de altura, também de metal e da mesma cor, na horizontal que ia de uma ponta a outra, a porta para entrar no lugar seguia a mesma ideia. Um projetor estava escondido no meio das plantas do teto e uma tela retrátil que sempre ficava aberta na parede ao lado da porta.

Devon liderava a reunião com maestria questionando os projetos em andamento, uma forma de preparar o terreno antes de soltar a bomba, a qual todos estavam aguardando.

— Como estão suas tarefas, Ysaline?

— Bem... Estou aguardando o retorno de alguns orçamentos que fiz para poder enviar uma proposta para Eva Leroy e outra para o senhor Durant. - o Okere balançou a cabeça e olhou para a pessoa ao lado de Ysaline.

— Amanda?

— A inauguração da Mercure, está tudo dentro dos conformes, só que - soltou um suspiro cansado, pensando na ligação do dia anterior. - os futuros senhor e senhora Poulin resolveram mudar toda a temática do casamento - massageou a testa com uma mão à medida que soltava outro suspiro. Alguns funcionários não conseguiram conter a careta de dor, apesar de internamente agradecerem por terem fugido deste casal. Não era a primeira vez que eles aprontavam algo do gênero, mas por serem um dos melhores clientes, e para a "sorte" da Amanda a terem como favorita, tinham que dar um jeito para conseguirem satisfazerem os caprichos daqueles mimados.

Acordo sem compromissoOnde histórias criam vida. Descubra agora