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Damon estava sentado no canto de trás do bar, com as pernas esticadas, um braço pendurado sobre o encosto da cabine, um cigarro balançando entre os dedos. A névoa de fumaça ao redor dele não fez nada para embaçar a nitidez em seu olhar enquanto ele observava os outros conversando. Kai, Michael e Will estavam sentados em frente a ele, suas brincadeiras habituais enchendo o ar, mas Damon não estava ouvindo.

Ele olhou rapidamente para Will.

Will não estava falando muito. Na verdade, ele estava mais quieto do que o normal, recostado no assento com uma expressão tensa, a cerveja na frente dele intocada. Damon sorriu, dando uma tragada no cigarro enquanto percebia a leve mudança na postura de Will, a tensão em seus ombros que não estava ali antes.

Ontem à noite, Damon o empurrou. Passou dos limites. Will não lutou, mas no segundo em que Damon viu a mudança em seu rosto, ele soube que era longe demais. Ele tinha mexido com ele — e agora, na dura luz do dia, Damon não estava arrependido. Não realmente .

Os lábios de Will se estreitaram quando ele olhou para cima, encontrando o olhar de Damon por uma fração de segundo antes de desviar o olhar.

Bom .

Damon exalou lentamente, fumaça saindo de sua boca, e seu sorriso se alargou. Will estava puto, provavelmente confuso, mas ele não diria nada. Ele nunca disse. Não para os outros, pelo menos. O entendimento tácito que permanecia entre eles, a maneira como suas vidas se entrelaçavam através do caos e da escuridão, mantinha Will preso a ele. Não importava o quão bravo ele estivesse, o quão traído ele se sentisse, Damon sabia que ele não iria quebrar.

Michael se inclinou para frente, alheio, rindo de algo que Kai disse. O olhar de Damon mudou para ele, depois de volta para Will. Os dedos de Will tamborilaram na mesa, mais rápido do que o normal, e sua mandíbula se apertou enquanto ele assentia distraidamente para o que quer que Michael estivesse falando. Era óbvio que ele não estava presente — sua mente ainda estava de volta ao controle de Damon.

Muito bom.

Damon deu outra tragada, aproveitando o desconforto que irradiava de Will. Ele gostava dessa tensão, do controle que ela lhe dava. Não importava o quanto Will tentasse esconder, Damon conseguia ver tudo — a postura rígida, a frustração silenciosa, a maneira como as mãos de Will agarravam a borda da mesa como se ele quisesse esmagá-la.

Will não dissera uma palavra sobre a noite passada. Ele não diria, Damon tinha certeza disso, mas havia algo... elétrico em saber que o que eles compartilhavam era um segredo. Um jogo que só Damon estava realmente gostando.

“Vou pegar outra rodada,” Michael anunciou, deslizando para fora da cabine. “Mais alguém?”

“É,” Kai assentiu, olhando para Will. “Você está bem, cara? Você está mais quieto do que o normal.”

Will forçou um sorriso, balançando a cabeça. “Estou bem.” Sua voz estava tensa, muito ensaiada.

O sorriso irônico de Damon se contorceu. Ele bateu a cinza do cigarro na bandeja, recostando-se ainda mais no assento enquanto Michael se levantava e se dirigia ao bar. Os olhos de Kai dispararam entre Will e Damon, e por um breve segundo, Damon se perguntou se Kai conseguia sentir. A tensão. A maneira como a pele de Will parecia muito tensa e os olhos de Damon eram um pouco pesados demais nele.

Damon encontrou o olhar de Kai, desafiando-o a dizer alguma coisa, mas Kai apenas desviou o olhar, sempre o observador, mas nunca o perturbador.

Will se mexeu desconfortavelmente, e o pulso de Damon acelerou um pouco. Ele queria ver quanto tempo Will conseguiria se manter firme.

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