Cap 2 - O Silêncio Do Desconhecido

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O carro estava em movimento há um bom tempo, e eu ainda não sabia para onde estava sendo levada. O som do motor era o único ruído no ar, com exceção das batidas rápidas do meu coração. Eu tentei não olhar para o homem ao meu lado, mas sabia que ele estava observando cada movimento meu. Eu podia sentir o peso do seu olhar, como se estivesse me estudando, me analisando.

Eu me senti completamente impotente. Não conseguia entender o que estava acontecendo, como tudo tinha dado tão errado. Eu estava em uma festa, uma coisa simples, e agora estava dentro de um carro com um homem desconhecido, me sentindo completamente vulnerável e perdida. Eu queria gritar, queria fazer alguma coisa, mas o medo me paralisava. Minha garganta estava seca, e minha mente estava em um turbilhão de pensamentos desconexos.

Eu tentei disfarçar, respirar fundo e me acalmar, mas não conseguia. Não conseguia parar de pensar no que ele queria de mim. Quem ele era? O que ele queria fazer comigo? Eu não sabia de nada, e isso era o mais aterrorizante. A incerteza era a pior parte. Saber que eu estava nas mãos de alguém que, aparentemente, não se importava com nada, nem com a minha segurança.

O carro passou por ruas vazias, e o silêncio entre nós dois parecia estar me engolindo. Eu me senti cada vez mais pequena, cada vez mais insignificante. Eu queria perguntar o que estava acontecendo, queria exigir respostas, mas a voz me falhou. As palavras que eu queria dizer estavam presas na minha garganta.

De repente, ele quebrou o silêncio, e sua voz soou fria, como se estivesse falando de algo trivial.

– Você está com medo, ele disse, sem olhar para mim, mas eu sabia que ele sentia a tensão no ar. Não se preocupe, Eu não sou como os outros.

Eu queria rir, mas não consegui. Não sabia se isso era uma ameaça ou uma tentativa de conforto. O que ele queria dizer com "não ser como os outros"? O que isso significava? Não era como se isso fosse me acalmar de alguma forma.

– Você me pegou de surpresa... minha voz saiu mais fraca do que eu gostaria. O que você vai fazer comigo? Eu não pude evitar a pergunta. A resposta estava na minha cabeça, mas eu não queria saber o que ele iria dizer. Eu estava desesperada por alguma explicação, por um pedaço de clareza em meio a esse pesadelo.

Ele deu uma risada baixa, quase imperceptível.

– Nada que você precise temer, por enquanto. Mas o fato de você ainda estar viva é um bom sinal. Significa que você tem um valor.

"Valor?" A palavra ecoou na minha cabeça, mas eu não consegui processá-la completamente. O que isso significava para ele? Eu estava começando a entender, mas a cada palavra dele, mais eu me sentia fora de controle.

Eu olhei para a janela, tentando me distrair, mas tudo o que via eram ruas desconhecidas, lugares que eu nunca tinha visto antes. Eu não sabia onde estava, nem para onde ele estava me levando. O medo e a ansiedade começaram a se misturar com uma sensação estranha, como se eu estivesse começando a perceber o quão real e perigosa era aquela situação. Eu não tinha mais controle sobre nada.

O carro parou de repente, e o barulho das portas sendo abertas me tirou do meu estado de transe. Ele saiu primeiro e, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ele estava lá, ao lado da porta, me observando.

– Saia. A ordem foi simples e direta. Ele não estava perguntando, estava impondo. Eu sabia que não havia escolha.

Com o corpo todo tremendo, eu finalmente abri a porta e saí do carro, minhas pernas pareciam fracas, como se não tivessem forças para me sustentar. Olhei ao redor e percebi que estava em um lugar isolado, um terreno vazio com poucas construções ao redor. Um arrepio percorreu minha espinha. Eu estava longe de tudo o que conhecia, e a sensação de estar completamente sozinha ali aumentou.

O homem se aproximou de mim, e, ao vê-lo mais de perto, percebi o quão imponente ele era. Sua postura era tranquila, mas havia algo nele que me fazia querer dar um passo para trás. Ele estava me estudando novamente, seus olhos fixos em mim, como se tentasse entender cada pedaço da minha alma.

– Vamos entrar. Ele apontou para um prédio ao fundo, um lugar escuro e sem vida. Não era uma casa, não parecia um lugar onde alguém moraria, mas eu sabia que não havia outra opção a não ser seguir suas ordens.

Ele entrou na frente, e eu não tive escolha senão ir atrás dele. O ar estava pesado, e a tensão entre nós dois parecia estar aumentando a cada passo. Eu não sabia o que esperar dali para frente, mas sabia que minha vida havia mudado para sempre, e que esse homem tinha algo a ver com isso.

A porta do prédio se fechou atrás de nós, e eu sabia que estava presa. Não sabia por quanto tempo, ou o que ele faria comigo, mas o único pensamento que me assolava era a certeza de que eu nunca mais seria a mesma.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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