Segredos do Passado

《2》 Tenho que ir

Park Jimin

Dizem que, de certa forma, somos atingidos pelas decisões que as outras pessoas tomam. Concordo plenamente com essa afirmação. Todas as escolhas que fazemos durante a nossa existência têm consequências, sejam boas ou ruins, e, inevitavelmente, teremos que lidar com elas em algum momento e isso respinga em quem menos desejamos, os nossos amigos, família e amores.

Três dias atrás […]

Acabei de deixar meu alfa e os meus amigos na cafeteria, após receber uma ligação da minha mãe, que me pediu para voltar urgentemente para casa. Ela me disse que precisa falar comigo sobre um assunto sério que envolve a nossa família. Por esse motivo, tentei me retirar o mais naturalmente possível de lá, não queria deixar nenhum deles preocupado.
 Principalmente Jeon, que é um alfa maravilho, que todo ômega sonha em ter ao seu lado, ele se preocupa por qualquer coisa, não importa se seja ela algo pequeno ou não.

Ao me aproximar da residência, percebo que há dois carros estacionados bem na frente, o que é algo bem estranho. Com um pressentimento ruim de que algo está muito errado, acelero os passos. Chegando em frente à porta, antes que eu possa tocar na maçaneta, a porta é aberta por alguém que jamais imaginei encontrar dentro dela. Quando a figura masculina aparece, e o meu corpo gela.

— Entre Park, iremos conversar. — Meus olhos marejam, sua presença é assustadora e obscura.

Sinto um tremor em minhas pernas e mãos, e elas soam, mostrando todo o meu nervosismo. Dou o primeiro passo para dentro e é quando encontro o meu irmão jogado no chão, ele foi espancado de forma brutal. Olhando o ambiente, vejo minha mãe no canto da sala, ela está em pé, sem demonstrar nenhuma reação, apenas permanecendo calada.

Corro em direção ao meu irmão, que murmura alguns sons assim que chego perto. Sua voz é extremamente baixa e lenta.

— Maninho… me... des-culpa, eu ten-tei.

— O que fizeram com você?

Há uma grande quantidade de sangue perto dele. Sem conseguir ouvir sua resposta, sou puxado com brutalidade de cima dele, por dois homens. O chefe maldito me encara à distância, com um olhar frio e sem emoção alguma.

— O que você quer? — Pergunto aos prantos.

— Estou aqui para cobrar uma dívida que vocês têm comigo, mas principalmente para garantir que vocês sumam daqui.

— O quê? — Meu desespero aumenta. — Omma, por quê?

A mulher permanece imóvel, olhando para o chão com um olhar vago. No rosto, não há expressão alguma, o que me leva a supor que ela esteja em estado de choque.

— Sua mãe me deve, tudo o que vocês têm é meu, sua faculdade, como acha que está sendo paga? — Encaro o maldito alfa, com ódio.

— Omma, como pode ter se envolvido com alguém como ele? — E pela primeira vez o seu olhar vem para mim.

— O que você queria? Não tínhamos nada, além de dívidas. Tente me entender, precisamos ir embora, fazer o que ele pediu, Jimin, por favor, filho. — Sinto um aperto no meu peito.

— Por que quer que a gente vá embora? — Questiono e ele parece gostar de nos ver sofrer.

— Eu quero você longe do Jeon e desse relacionamento.

— Ele é meu alfa, e somos almas gêmeas. — Falo assustado.

— Isso é uma palhaçada. Vá embora ou terá que lidar com as consequências. Não terei nenhuma piedade.