- O42 | uma vida inteira

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DANDARA CASTRO

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DANDARA CASTRO

Por mais estranho e egotista fosse da minha parte em não aceitar os pedidos de desculpas de Arthur, eu me encontrava em completo pânico nesse momento.

— tia! — exclamei ao ver a mãe do garoto sentada na cadeira aflita, a placa da porta ao lado indicava sala de cirurgia

— Dandara querida — ela levantou-se rapidamente me puxando para um abraço

— como ele está? me perdoa tia, me perdoa

Eu não aguentei, tudo oque me restava era chorar no colo da mãe do meu melhor amigo e pedir perdão

— ele fraturou o joelho e está no início de uma cirurgia danda...há riscos do nosso menino não andar mais — sua voz estremeceu

Eu não sabia como reagir perante toda essa situação, eu só queria chorar e chorar! na verdade estava super envergonhada pelo fato de que a própria mãe de thur era quem estava me confortando após esse acidente..

Já fazia umas três horas desde que ele entrou naquela sala e não tivemos mais noticias alguma! isso me deixava louca.

Arthur é muito mais que meu melhor amigo, era meu refúgio e minha casa sempre que eu precisava e infelizmente eu não fui a dele, levei quase uma vida inteira para justamente hoje, aqui nesse hospital, perceber o quanto ele me faz bem e o quando quero ser amiga dele novamente, tomar sorvetes e fazer lives resenhando com nossos amigos.

— danda — escutei a voz de max, oque me deu um susto já que eu estava com sua moto "roubada"

Não pensei duas vezes e corri abraçá-lo, percebi a presença de lessa que abraçou a mãe de Arthur e confortou a mulher depois desse susto enorme que todos nós levamos

— desculpa ter sido idiota hoje mais cedo, eu imagino como ele é importante para você e como você se arriscou para chegar até aqui — max sussurrou em meu ouvido — quero que saiba que pode sempre contar comigo e que por favor, não me deixe de apé nunca mais! — ele riu baixinho

Por mais que eu estava triste, max me fez sorrir! eu nunca havia escutado palavras de conforto do meu ex namorado e não sabia a sensação maravilhosa que era sentir-se amada por outra pessoa ao ponto disso.

— Dandara, vou pegar um café para a tia...quer um? — lessa nos interrompeu

— não obrigada — sorri genuinamente

— pode me trazer um? eu to doido para beber alguma coisa

Gabriel apenas concordou com a cabeça e max voltou a me fazer carícias, eu estava chocada já que foi a primeira vez em muito tempo que eles tiveram uma conversa normal, sem socos e xingamentos.

— você é a mãe do Arthur correto? — um homem grande saiu da sala

Vestia branco e tinha luvas em suas mãos, uma máscara descartável em seu rosto e uma feição não tão boa

— isso, somos a família dele — ela nos incluiu

— primeiramente boa noite, a cirurgia de Arthur foi um sucesso, mas terá que fazer fisioterapia e andar com cadeira de rodas por três meses. Ele precisa ficar mais três dias aqui, descobrimos que por conta do acidente, Arthur tem indícios de diabete e vamos ter que fazer alguns exames extras.

— diabetes? eu já posso ver ele? como meu menino está doutor

— tudo certo, só queremos ter certeza de qual remédio ele terá que tomar, visitas só apartir de amanhã quando ele acordar e o efeito da anestesia sair do organismo dele por completo.

Escutamos tudo com atenção, o sorriso alegre e de alívio se fez presente e logo após o médico sair nós nos abraçamos fortemente, eu jamais vou esquecer do dia em que quase perdi meu melhor amigo e como eu quero concertar as coisas com ele!

— perdi alguma coisa? — lessa entregou os cafés

— meu menino tá bem Gabriel, ele tá bem — a mãe de Arthur o abraçou chorando

Por um instante olhei nos olhos de Gabriel e pude vê-lo derramar algumas lágrimas, oque me chocou já que eu sempre tive a imagem dele ser um garoto um pouco...escroto.

— ele vai se recuperar tia, pode contar comigo se precisar de alguma coisa — max sorriu gentilmente

— comigo também, acho que será difícil da senhora levar ele no banheiro e tudo mais..

— obrigada meninos, ter vocês agora é essencial principalmente nesse momento que meu marido não está no Brasil

Eu pensei em me oferecer ou perguntar sobre o pai do Arthur, mas eu resolvi me manter calada...eu quero muito ajudar mas quero esperar Arthur acordar e conversar com ele a sós, pedir desculpas e mostrar o quanto eu amo ele.

Ficamos conversando quase a madrugada inteira daquele dia, a mãe de Arthur acabou dormindo nos bancos e Gabriel foi atrás de uma manta para ela se cobrir, restando apenas eu e Max

— podemos conversar sobre oque aconteceu com a gente ou melhor outro dia?

— max, eu quero muito ter essa conversa...mas eu acho que agora não é o momento certo — sorri sem mostrar os dentes

— me desculpa, não quero forçar as coisas — max iria dizer algo a mais quando seu telefone começou a tocar

eu vi o nome, eu sei quem era e eu estava com raiva nesse momento.

𝐁𝐄𝐋𝐎𝐍𝐆𝐒 𝐓𝐎 𝐌𝐄 ◞ 𝗺𝗮𝗻𝗼𝗺𝗮𝘅Onde histórias criam vida. Descubra agora