O Estranho

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   Ariane Pattison, 16 anos, escorpiana, ruiva, 1,60m, olhos azuis, bochechas rosadas.
  O que há de especial em mim? Olho no espelho 2, 3 vezes e a resposta é.. nada.
  É hora de tomar café da manhã, as férias de verão acabaram e as aulas voltaram. Com que roupa eu vou no primeiro dia de aula ein? Olho no meu guarda-roupas e não tenho nada muito especial para vestir. Então é a calça jeans e um cardigan preto mesmo que vai.
  Pego minha mochila e desço as escadas. Um cheiro delicioso de panqueca invade a sala, parece até que mamãe leu os meus pensamentos, minha barriga ronca.
  Corro direto para o balcão e me sento, mamãe coloca 3 panquecas com manteiga em cima e joga caramelo, do jeitinho que eu gosto:

  -Bom dia mãe! Você acertou, dormi pensando em panquecas.

  - Ora querida, espero que estejam boas...
-Estão ótimas! - interrompo mamãe e coloco mais duas garfadas seguidas na minha boca que já está empanturrada de panquecas.
  - Animada pra hoje?
  - Não muito mãe, são só as mesmas pessoas de sempre, os mesmos professores rabugentos de sempre, nada de novo.
  - Oh Ari, não fale assim, você vai rever seus amigos, você não os viu as férias inteiras devido a sua viagem para a casa da vovó. Isso não é uma coisa boa?
  - É verdade, não pensei nisso. Estou morrendo de saudades da Corinne, da Charlotte nem tanto..
  - Por que?
  - É brincadeira! Kkkk aquela loira aguada falou comigo no Whats quase todos os dias, mas também estou com saudades dela.- mamãe riu - Bem, já terminei, vou indo. Beijão.
  - Beijos querida, boa aula.
  - Tchau mãe. - bati a porta e fui andando para a escola que fica a 5 quadras de casa.

  Um vento fresco bate no meu rosto e eu fecho os olhos para respirar ar puro, um cheiro de perfume masculino entrou pelas minhas narinas e quando abri os olhos trombei com um cara. Meu celular novinho cai no chão e eu o apanho mais que depressa para ver se não havia trincado a tela. Graças a Deus nem arranhou! Quando olho para cima vejo um garoto lindo parado na minha frente. Olhos muito mais azuis que os meus, mas um azul escuro, como o céu a noite e com um brilho muito intenso, cabelos loiros raspados dos lados, corpo escultural e aproximadamente 1,80m.

  -Ei.. é.. foi mal. Eu estava distraída, não vi você.
  - Sou eu quem tem que pedir desculpas, derrubei seu celular.
  - Nem arranhou, não precisa se desculpar, a culpa foi minha que não presto atenção em nada.
  - Tudo bem então, se você diz.. prazer, meu nome é Gabriel. - e estendeu a mão para mim, estava hipnotizada, em estado de choque, que cara lindo! Demorei uns cinco segundos para processar que ele estava conversando comigo e disse:
  - Ah, prazer.
  - Não vai me dizer o seu nome?
  -Oh, me desculpe. Meu nome é Ariane.
  - Você está indo para onde?
  - Para a escola e você?
  - Também, mas estou meio perdido. Em qual escola você estuda?
  - Na King's Prep.. e você?
  - Me matriculei lá também, mas sou novo na cidade e não sei bem onde fica.
  - Você pode ir comigo! Digo, se você quiser.
  - É claro, tudo bem.

  Então fomos caminhando em direção à escola, totalmente em silêncio, quando ele resolveu quebrar o gelo:

  - Quantos anos tem?
  - Eu tenho 16. E você?
  - Tenho 17. Suponho que esteja no 2° grau?
  - Não, estou no 3°. Em qual você está?
  - No 3° também. Não é muito comum ver uma garota de 16 anos no 3° grau.
  - Na verdade é porque eu entrei meio adiantada na escola e como faço aniversario em novembro eles me deixaram ficar.
  - Entendi. Isso quer dizer que seremos da mesma sala.
  - Pode ser que sim, pode ser que não. Existem três terceiros na King's Prep.
  - Eu espero que eu esteja no seu. - ai meu Deus, será que ele está dando em cima de mim?
  - Por que?
  - Porque você é a única pessoa que eu conheço na cidade, assim não ficaria tão deslocado.
  - Ah, e por que se mudou para cá se não conhece ninguém?

  Ele ficou me olhando por um tempo.

  - Desculpe, estou sendo muito atrevida, não é? É melhor eu calar a minha boca.
  - Não tem problema, eu estava distraído olhando uma coisa. Mas me mudei para cá porque estava procurando alguém.
  - O que estava olhando?
  - Sua boca.
  - O que tem na minha boca? -ah meu Deus, não me diga que tem panqueca no meu dente? ah tomara que não, que vergonha!
  - Você sorri enquanto fala. - ah que beleza, agora eu sou a boba alegre.
  - Sorrio é? Não sabia, eu nem percebi
  - Sim, você sorri. Tem um sorriso lindo.
  - Hm.. Obrigada, você também tem, a propósito, quem está sorrindo agora é você. Chegamos.
  - Você se importaria de me mostrar onde fica a diretoria? Se não for atrapalhar você.
  - Tá Ok. Vem comigo.

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