POV EMILY#

Acordei com a minha mãe a  chamar-me com aquela tão conhecida voz doce.Sempre tive uma relação otima com a minha mãe,ela ouve-me e compreende-me como nimguem,já o meu pai...esse só bate-nos, insulta-nos e depois fica a ignorar-nos como se fossemos lixo..

-Emily acorda minha filha senão vais ficar com o sono trocado.[Disse a minha mãe tirando-me os cobertores.]

-Que horas são?[Disse levantando-me.]

-É hora do almoço,despacha-te senão o teu pai vai ralhar-te de novo e sabes o que acontece depois.[Disse suspirando.]

-Não te preocupes mãe.[Disse tentando sorrir mas missão falhada.]

Abri o roupeiro e tirei uns calções brancos rasgados e uma camisola preta com capucho.Dirigi me  a casa de banho,tomei um banho relaxante,vesti-me e fiz uma trança.Hoje não iria usar óculos por isso optei por usar as  minhas lentes de contacto.Sai do banheiro e vi que a minha mãe já havia descido,calcei as minhas all stars pretas,peguei nos meus auscultadores e no meu iPhone e desci as escadas para almoçar.

Quando cheguei  a cozinha vi o meu pai a sorrir.Algo de estranho esta a acontecer aqui. Sentei me e comecei a comer sem cumprimentar o meu pai.

-Pirralha,não vais cumprimentar-me?[Disse o meu pai dando um murro na mesa fazendo com que eu me assustasse.]

-Pai deixa-me !Tu bates-me mim,a Sophie e à mãe e tratas-nos como lixo e ainda queres o nosso respeito?Cura-te!Estou farta de ti,morre![Disse e alevantei-me saindo de casa a correr.]

 Não sei onde arranjei coragem para falar isso na cara dele mas eu não suporto mais.Todos os dias ele  insulta-nos,bate-nos..todos os dias..E depois quer o nosso respeito?Ele é doente isso sim.Fui ate ao parque onde costumo ir e  sentei-me num banquinho um pouco afastado.Peguei nos meus auscultadores e comecei a ouvir musica.A milhões de raparigas por ai a querer tudo e mais alguma coisa com uma família que se da bem e eu aqui sem nada e com uma família que se da mal.Quem me dera ser linda e ter uma família que se deia bem mas com a sorte que eu tenho isso nunca ira ser possível...Quando dei por mim estava a chorar com um menino parado bem a minha frente.

-Tudo bem ?[Disse  olhando-me atentamente.Limpei a cara e fugi dali a correr.]

Se continuar a ser assim vou continuar a sofrer..o meu pai tem razão sou uma inútil,e nunca devia ter nascido!Entrei em casa a chorar e fui para o meu quarto.Tranquei a porta e fui ao banheiro pegar a minha única amiga,a lamina.Ela é a única que não me abandona,a única que me compreende e não me insulta nem me bate. Não aconselho a nimguem fazer isto porque  torna se um vicio mas eu realmente preciso.Tenho de aliviar toda esta dor que sinto dentro de mim. Não consigo suportar muito mais tempo..Fiz um corte,e mais um,e mais um.Algumas pessoas devem pensar que isto doí mas não a dor maior do que a que tenho no coração.O sangue não para de escorrer ,sai mais e mais.Limpei tudo com um pano da casa de banho,e guardei a lamina no esconderijo dela e lavei os pulsos.Deitei me a ouvir musica e acabei por adormecer.

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Acordei com a minha mãe aflita a bater a porta com força.Alevantei-me num relance e abri a porta.

-Filha!Porque trancastes a porta?Cortaste-te de novo?[Disse e levantou-me  as mangas da camisola e olhou-me decepcionada.]

-Desculpa mãe,mas eu não aguento mais com esta dor. Não consigo mais,eu amo-te mesmo muito e tentas-me ajudar e tudo mais mas não suporto tudo isto por muito mais tempo.Eu tentei,eu juro que tentei milhões de vezes mas não consigo mais.[Disse com as lágrimas nos olhos.]

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