🍷𓂃 Capítulo Onze

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Fui cobrada tanto aqui quanto no Spirit kkk

Fico feliz que existam pessoas que realmente gostem na minha história e que fiquem ansiosas por mais. Isso me motiva a querer criar novas histórias, muito obrigada🌸

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Ouvia uma música de ninar.

Suave, calma e pacífica. Sukuna estava quieto, deixando a água gelada dissolver o sangue quente que sujava seu corpo. Titia cantarolava, passando as mãos por seu rosto, seu cabelo, braços, barriga, limpando sua pele ensanguentada. Olhava para qualquer lugar, menos para ela. Ainda sentia uma vontade grande de vomitar, um sentimento ruim na boca do estômago que o fazia controlar a respiração para não ter ânsia.

Aquele corpo ainda estava lá, ele podia ver porque a porta do banheiro estava aberta. Era estranho pensar que estava morto, imóvel e frio, como um pedaço gigante de carne podre, por mais que só houvesse o cheiro ferroso do sangue e do quarto que cheirava ao perfume de titia. Ela o envolveu em sua toalha azul e o pegou no colo com um pouco de dificuldade, considerando que Sukuna era uma criança pesada.

Soledad o carregava pelo quarto, de costas para o alfa, mas deixando o menino de frente para o corpo. Cada vez mais distante à medida que andava pelo corredor, Sukuna somente observava, quieto, sem separar os lábios para emitir qualquer som. Estava, agora, com um novo pijama. Olhou para o relógio do quarto, marcando uma e quarenta e cinco da madrugada. Seus olhos ardiam de sono, mas sabia que não conseguiria dormir.

Foi colocado na cama, carinhosamente embrulhado e uma carícia recebida na bochecha o fez piscar os olhos. Estava com medo. Soledad era absurdamente calma depois de tudo o que aconteceu, serena mesmo encerrando a vida de um homem a momentos atrás. Sukuna jamais esqueceria os seus olhos singelos enquanto seu polegar fazia um carinho em uma de suas bochechas.

Sukuna era muito novo, ele sentia que as coisas estavam acontecendo de maneira errada, mas ao mesmo tempo não era capaz de entender a seriedade daquilo. A pessoa que ele mais tinha carinho fez algo injustificável, porém não conseguia enxergar Soledad como uma pessoa ruim.

Era incompreensível como a mulher que esteve o cuidando durante toda a sua infância, que o alimentou e ensinou tantas coisas, poderia ser maligna. Pensava que talvez a história de que todo mundo erra poderia ser levada em consideração. Sukuna realmente não conseguia associar o mal ao rosto de titia, mesmo que estivesse assustado e com aquela vontade de pôr algo para fora.

O que estava certo? Pensar nas lógicas éticas de que aquilo era errado ou ficar quieto e fingir que isso nunca aconteceu porque ainda era apegado à Soledad?

— Sukuna.

O menino tremeu, achando que de alguma forma Soledad estava lendo seus pensamentos.

— Lembra quando te falei que às vezes as pessoas precisam guardar segredos?

Sukuna acenou.

— O que eu fiz foi necessário. Uma vez seu avô me disse que ômegas são criaturas fracas, mas naturalmente amáveis. Entretanto, sempre há algo para se destacar, e se destacam os ômegas que preferem receber amor do que dar. — Soledad passou o polegar pela sobrancelha úmida de Sukuna. — Eu precisava me agradar também, não é?

Ela sorriu, se esticando para pegar algo na cômoda da cama, revelando uma linda caixinha de som sob os olhos grandes e fundos do menino. Soledad pressionou seu dedo no topo do objeto, fazendo-o abrir, surgindo uma estatueta pequena do que parecia ser um ômega. Cabelos negros, longos, bochechas coradas e uma estrela na mão, girando suavemente no ritmo da música melódica.

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⏰ Última atualização: Dec 27, 2024 ⏰

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