OITO
"Harry, o que fazes aqui?" a Kenzie pergunta, calmamente. Era muito tarde, e a última pessoa da qual ela suspeitaria, estava á sua porta, com as suas pernas a tremer furiosamente. "Estás bem?"
"Eu - eu - eu não conseguia dormir," ele gagueja. Os seus olhos estão sensíveis, com olheiras escuras e o seu cabelo está despenteado.
"Queres entrar e falar sobre isso?" a rapariga propõe. O Harry aceita, grato, dizendo obrigado á morena quatro vezes depois de entrar.
A Kenzie usava calças de pijama e uma camisola de alças azul lisa. Ela tentou ignorar o quão frio estava no seu apartamento aquela hora, mas apenas porque ela queria concentrar-se no Harry e no que ele tinha para dizer. Ela não pode também ignorar o quão bonito ele estava ás quase duas da manhã, mas ela diz para si mesma que é apenas uma observação.
"A Gemma disse que te contou sobre o meu distúrbio," ele senta-se satisfatoriamente no sofá. "Odeias-me?"
Ela quase ri da sua rápida suposição, "Eu nunca te poderia odiar, Harry."
"Odeias-me?" ele pergunta outra vez.
"Odeias-me?" ele repete-se. Ele parecia tão inconsciente do que estava a fazer, como se estivesse sob uma necessidade de repetir as suas palavras. A Kenzie não consegue evitar perguntar-se como é que as pessoas podem curar-se da mente, quando a mente é a parte mais poderosa de todas.
"...porque eu gosto mesmo de ti. Eu sei que é de loucos porque só te conheci á para aí uma semana atrás, mas é verdade. Queria ter sido eu a contar-te sobre os meus distúrbios, mas não sabia como o fazer sem tu fugires ou achares que eu era louco por isso fiquei quieto. Quer dizer, quando nos conhecêmos acho que era evidente que eu tinha problemas- "
"Tu não tens problemas," ela interrompe-o.
"Eu fico agarrado ás coisas. Eu fico agarrado a demasiadas coisas. Não consigo dormir, ser deixado sozinho ou sair do apartamento, sem ter a certeza de que tudo está fechado e trancado, e as luzes desligadas para não desperdiçar energia... o meu cérebro é como um maldito guião. Sinto que metade dos meus pensamentos nem sequer parecem reais," ele grunhe alto. "Eu estou preso a ti! Eu estou preso a ti. Eu estou preso a ti. Eu estou preso a ti," ele recita com os seus dedos agarrados ao cabelo.
"Eu odeio os meus pensamentos. Eu odeio-os e depois tu vieste e agora eu já não os odeio tanto como odiava. Eu odiava os meus pensamentos, todos eles. Mas eu gosto de pensar em ti porque me dá uma alegria inexplicável, algo que não consigo pôr em palavras, mas eu gosto. Eu gosto... de ti."
Ela apercebeu-se de que havia uma conexão inegável entre os dois. O Harry estava ali sentado, a respirar pesadamente com as suas pernas a esfregarem uma na outra - e tudo o que ela queria era acalmá-lo, fazê-lo sorrir. E ela não sabia o que era mas sentia como que uma honra em ter conhecido alguém como o Harry Styles na sua vida.
"Eu compreendo. Eu compreendo. Eu compreendo. Foi bem mais fácil para mim de vir aqui tão tarde e despejar isto em cima de ti. Boa noite, Kenzie," Harry levanta-se, olhando para o chão.
"Não," a Kenzie puxa-o pelo braço. "Não vás. Eu sou terrível com palavras, tipo, uma confusão total, está bem? Mas eu nunca te poderia odiar, não quando me importo tanto contigo."
Os seus olhos abriram. "A sério?"
Ela sorri um pouco, puxando-o para perto e dando-lhe um beijinho na bochecha. "Sim, muito."
Ele respondeu-lhe ao beijá-la uma vez, o que o levou a beijá-la exatamente vinte e três vezes, mas ainda mais uma vez para igualar com um vigésimo quarto. No entanto, ele teve de refazer dois deles e quando a Kenzie perguntou o porquê, ele respondeu: "As nossas bocas não tinham estado completamente alinhadas."
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OCD (Portuguese Version)
FanfictionEla foi a primeira coisa bonita a que ele alguma vez ficou preso. ●•●•●•●•●•● Todos os créditos desta obra vão para a verdadeira autora, @sweaterlou. (P.S: Não é para tentar fazer publicidade á história ou coisa que se pareça, mas esta foi das histó...