Dia zero.

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Narrador pov:

Dia zero:

Jill havia acabado de descer do carro e o trancou colocando as mãos nos bolsos do casaco que usava se afastando do veículo enquanto se aproximava de um muro, a mulher deu uma breve conferida ao redor antes de tirar as mãos dos bolsos e tomar um impulso rápido e se pendurar no muro antes de se forçar para cima e se empurrar para o outro lado conseguindo por muita sorte cair em pé mesmo que tivesse perdido um pouco do equilíbrio, a mulher limpou as mãos e começou a andar pelo local, tinha pouco tempo até que o guarda aparecesse para a ronda, com cuidado para não ser vista.

Por um momento se agachou escondida e tirou um papel dobrado do bolso e olhou para o mapa que havia sido feito por Minho, olhou em volta até encontrar a placa de referência e ir até ela se mantendo fora de vista, ao chegar se agachou novamente e entre os arbustos pode ver mais peixes mortos na água, puxou uma câmera pequena do bolso do casaco e tirou foto do local dando uma boa visão de uma placa com aviso dizendo “Mantenha-se afastado, propriedade do governo”.

— Cheiro horrível. - Jill reclamou tossindo um pouco e tirando mais uma foto quando sentiu o telefone vibrar no bolso da calça, a mulher o puxou e viu o nome da sogra, coisa que a fez revirar os olhos. - Oi, o que…

— Jill? - A voz da enteada a interrompeu e isso a fez franzir a testa.

— Soo-an? Por que está me ligando do telefone da sua avó? Não deveria estar na aula ainda?

— Você não vai vir na minha apresentação? - Jill fechou os olhos com força se xingando mentalmente por ter esquecido a apresentação da enteada, havia saído de casa logo depois de Seok-Woo e estava desde então na rua.

— É claro que vou ir, na verdade eu estou comprando seu presente de aniversário, então talvez eu me atrase só um pouquinho.

— Promete que é só um pouquinho?

— Prometo.

— Tá bom, o papai disse que vai se atrasar um pouquinho também, vou esperar vocês. - A garota falou e Jill de repente precisou se esconder de forma rápida por conta do guarda que começava a ronda.

— Tá bom querida, já chego aí. - Avisou em tom baixo.

— Tchau Jill.

— Tchau querida. - Continuou com o tom baixo e desligou o telefone, precisava sair rápido dali se quisesse chegar a tempo na apresentação.

[...]

— Você foi bem, querida. - Jill a elogiou enquanto se agachava e a abraçava, podendo ver seu rostinho tristonho.

— Eu nem consegui terminar. - Murmurou em tom baixo enquanto Jill voltava a ficar em pé. - E o papai não veio. - A garota olhava para o chão enquanto segurava as alças da mochila que estava já nas costas, a americana percebeu que a sogra iria dizer algo e fez um pequeno estalo com a língua e bagunçou o cabelo da enteada.

— O seu pai estava aqui sim, ele viu você mas precisou ir para uma reunião urgente. - Soo-an a olhou com dúvida. - Pode acreditar, mas agora, porque não vamos para o carro e você já pode abrir o seu presente.

— Está bem.

— Eu poderia ter lidado com isso. - A voz da sogra soou e Jill a olhou enquanto a enteada ia para o carro.

— Ela é só uma criança, não precisa da avó dizendo que o pai dela só pensa no trabalho.

— Chega de se meter na vida da minha neta, você não é mãe dela e nem nunca vai ser uma mãe. - Jill a olhou friamente. - Você está podre por dentro e sempre vai ser isso, meu filho nunca deveria ter se envolvido com uma mulher estrangeira.

Survivor - Train to BusanOnde histórias criam vida. Descubra agora