O time de hóquei e o grupo de patinação da Universidade de Grand Forks sempre possuíram uma rivalidade antiga, como dois lados opostos da mesma moeda. Porém, com o fechamento da pista própria para a equipe artística e sendo obrigados a dividir o loc...
"Scared of my own image Scared of my own immaturity Scared of my own ceiling Scared I'll die of uncertainty Fear might be the death of me Fear leads to anxiety Don't know what's inside of me" — Doubt, Twenty One Pilots
Meus braços param no ar e minha testa se franze. Me pergunto se essa imagem à minha frente é mesmo real ou apenas um produto de tudo o que usei, porém reconheço que minhas alucinações nunca foram bonitas desse jeito. Nunca usavam a alça do vestido caída sobre os ombros ou pareciam assustadas ao me ver.
Meu rosto é um retrato claro de descrença e, assim que caio em mim, de raiva.
— Que porra você está fazendo aqui?
— Eu me perdi — murmura com a respiração pesada, quase ofegante, evitando me olhar sob uma mecha de sua trança. Cruzei os braços, impaciente.
— Muito conveniente se perder — olho em volta com sarcasmo — no meu quarto.
— Banheiro. — começa com a voz arrastada, — Estava procurando o banheiro.
— Você claramente errou.
Louisa finalmente ergue o rosto e me encara. Seu olhar parece diferente e sua bochecha agora possui um novo tom de rosa.
— Desculpa. — sussurra. Algo em sua voz parece frágil, como um jogador sem lâminas devidamente afiadas, e sem que eu pudesse dizer mais nada, anda rápido em direção a porta e desce as escadas, sumindo da minha vista.
Permaneço paralisado por alguns segundos, tentando entender que merda aconteceu. Normalmente, eu nunca reclamaria ao ver uma mulher bonita em meu quarto, porém não acho que Jenkins estava pensando em se enfiar nos meus lençóis. Ou estava? Não seria a primeira vez que uma garota bebia demais e de repente se percebia apaixonada por mim. Engulo em seco, tentando me lembrar o que vim buscar aqui.
Horas depois me dou conta que não vi Louisa pelo resto da noite. Depois do flagrante, sentei na bancada da cozinha e observei a festa como um telespectador. Há tanta gente, e por mais que eu goste de ser o anfitrião, queria mandá-las embora. Ainda não estou completamente bem depois de ontem e fiquei mais irritado com a invasão de Jenkins do que gostaria de admitir. Pode ser mais um dos seus joguinhos psicológicos, talvez.
Envolto em meus pensamentos, vejo Parker se aproximando lentamente com a mão no bolso. Assobia como um clichê de filme e olha em volta, hesitante, enquanto para a minha frente. Sei exatamente o que vai fazer mas deixo-o completar seu teatro.
— Não diga para Josh que te dei. — cochicha, entregando em minhas mãos um maço quase acabado de Camel Blue e um isqueiro verde.
Dou um sorriso, assentindo com a cabeça. Eu e Joshua apostamos em um jogo, Boston contra Seattle. Vantagem grande até o segundo tempo. Seattle virou no último minuto. E cá estou eu, proibido de fumar por duas semanas.
Pego um cigarro e o acendo, verificando também se ele não está por perto. À essa altura, já deve estar bem ocupado com uma gata em sua cama. Parker se senta ao meu lado, e sem falar nada, abre uma nova cerveja para cada.
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