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As luzes das câmeras e os microfones apontados para ela refletiam a expectativa de todos por suas palavras. Eu estava ali, atrás das câmeras, tentando oferecer meu apoio silencioso.
Uma repórter se aproximou, estendendo o microfone:
— Eva, você gostaria de dizer algo aos torcedores após este resultado?
Ela respirou fundo, os olhos brilhando com a emoção contida.
— Em primeiro lugar, quero pedir desculpas aos nossos torcedores. Vocês nos apoiaram incansavelmente durante toda a temporada, e sinto muito por não termos conseguido trazer o título para casa.
Ela fez uma pausa, e pude ver a luta interna em seu rosto antes de continuar:
— Também quero aproveitar este momento para me desculpar com alguém muito especial para mim, minha noiva. Você esteve ao meu lado em cada passo, me deu todo o apoio do mundo, e mesmo assim, não consegui alcançar o que tanto desejávamos. Sinto muito.
As palavras dela me atingiram profundamente. Eu sabia o quanto ela se culpava, mesmo que, para mim, ela já fosse uma campeã.
Após a entrevista, Eva se afastou das câmeras e veio em minha direção. Sem dizer uma palavra, ela me envolveu em um abraço apertado, como se buscasse conforto e perdão.
— Você não tem que se desculpar comigo, amor — sussurrei, segurando seu rosto entre minhas mãos. — Estou tão orgulhosa de você. O título não define o que você é ou o quanto você significa para mim.
Ela fechou os olhos, permitindo que uma lágrima solitária deslizasse por sua bochecha.
— Obrigada por estar aqui — murmurou. — Eu não sei o que faria sem você.
Sorri, pressionando meus lábios suavemente contra os dela.
— E você nunca precisará descobrir. Estamos juntas, nos altos e baixos. Hoje pode não ter sido o nosso dia, mas haverá outros.
Ela assentiu, e pude ver a determinação retornando aos seus olhos.
— Sim, haverá. E com você ao meu lado, sei que posso enfrentar qualquer coisa.
Naquele momento, percebi que, independentemente dos resultados em campo, nosso amor era a verdadeira vitória.
Eva suspirou pesadamente contra meu ombro, ainda segurando minha cintura como se precisasse de um âncora para não desmoronar. Eu acariciei seus cabelos, sentindo seu corpo relaxar aos poucos.
— Podemos ir para casa? — ela pediu baixinho, como se estivesse exausta não só fisicamente, mas emocionalmente também.
— Claro — sussurrei.
Peguei sua mão e a guiei para longe da imprensa e dos olhares curiosos. No caminho até o carro, algumas pessoas ainda tentavam chamá-la, mas Eva manteve a cabeça baixa, apenas apertando minha mão com mais força.
Quando entramos no carro e fechei a porta, ela soltou um longo suspiro e se encostou no banco, cobrindo o rosto com as mãos.
— Não queria que você me visse daquele jeito — murmurou. — Não queria que visse… a minha fraqueza.
Peguei suas mãos devagar, afastando-as do rosto para que ela olhasse para mim.
— Eva, amar você não significa apenas te apoiar quando você está no topo, segurando um troféu. Amar você significa estar aqui agora, quando você sente que falhou. — Apertei suas mãos entre as minhas. — E, sinceramente? Você nunca foi tão forte para mim como foi hoje.
Seus olhos brilharam com a emoção, e ela soltou uma risada baixa e incrédula.
— Você sempre sabe o que dizer, né?
Sorri de leve, passando os dedos pelo contorno de seu rosto.
— Só falo a verdade.
Ela me puxou para um abraço e ficamos assim por um tempo, apenas respirando juntas. O som da cidade ao redor parecia distante, irrelevante. Naquele momento, éramos só nós duas.
— Podemos só… ir para casa e ficar abraçadas até eu esquecer desse jogo? — Eva perguntou contra minha pele.
— Podemos fazer isso e ainda te encher de beijos até você lembrar que é a melhor jogadora desse time.
Ela riu baixinho e, quando se afastou para me olhar, havia um brilho diferente em seu olhar.
— Com você ao meu lado, qualquer derrota dói menos.
Beijei-a com carinho, sentindo o gosto salgado de uma lágrima teimosa que escorreu por seu rosto. Mas não importava. Eu estaria ali, sempre, para celebrar suas vitórias e segurá-la nas derrotas.
E, no fundo, eu sabia que esse era apenas um capítulo. Eva voltaria mais forte, e eu estaria na primeira fileira, torcendo por ela. Sempre.