Human Error

Grama alta

Grama alta

Ali estava eu e como de costume, altamente entediada, mas também o que pode se esperar em um apocalipse? A real e a única coisa que faço a bastante tempo é escrever. A última vez que tinha passei mais de vinte e quatro horas com um humano foi a cerca de uns oito meses atrás quando tudo começou, na verdade acho que já havia começado a vários anos antes disso porém tudo era mantido em sigilo pelo governo. Quando a situação estava quase impossível de se esconder e todos já notavam que havia algo muito, muito errado com as outras pessoas, ocorreu um anúncio de 24 horas ininterruptas em todos os televisores,rádios e smartphones, e todas essas coisas que hoje já não estão em uso na maioria dos locais porque apenas em centros de controle de radiação ainda se mantém a energia. E sobre esses centros, quem está infectado não consegue passar, porém os humanos não conseguem viver lá por muitos dias, ou seja, é inútil. Dizem que é porque está passando por reparos para ser uma espécie de "cura" que eu não acredito que virá tão cedo.

Agora quem quer que seja que achou esse diário maldito deve esta pensando que estou vivendo um apocalipse zumbi, não é bem isso. As pessoas infectadas estão com a mesma aparência que os não infectados, todos ao meu olhar parecem perfeitamente normais. Por isso é tão perigoso, ninguém consegue identificar eles até que arranquem um pedaço da sua carne. Parece um problema não muito difícil de lidar mas infelizmente não é. Acredito que eles tem algum tipo de hipnose, ouvi dizer que quando se passa pouco tempo com eles você já sente que confia neles e eles nem se quer precisam falar. Como conseguem fazer isso conosco? Mais um dos milhares de mistérios que não consigo desvendar.

Estou andando em um campo que acredito um dia ter sido uma grande fazenda com animais saltitantes e tudo isso aí, porém agora é apenas um espaço com grama alta e seca. Já estou caminhando a um tempo porque acredito que toda fazenda tem uma casa para o seu cuidador, preciso achar, rezo mentalmente para que esteja vazia, de humano ou não. Andando mais um pouco pude ver com mais clareza um borrão que estava na minha vista a um tempo. Antes o que eu acreditava ser um celeiro, pelo marrom de sua cor e a falta de janelas foi se transformando em uma casa bem simples. Estou caminhando cada vez mais devagar, enquanto me aproximo da casa. Cheguei perto o suficiente para conseguir enxergar o interior da casa pela janela. Parecia abandonada. Resolvi então dar a volta na casa, foi quando percebi que havia três corpos deitados olhando para o céu carregado de nuvens. Corri, eles não podiam ser humanos, não deitados tão calmos e tranquilos.

Continuei correndo sem olhar para trás torcendo para que nenhum deles houvesse me visto, quando parei por cansaço olhei ao meu redor para ter certeza que estava segura e só aí percebi que tinha chegado em uma área com bastante árvores e decidi que séria em uma delas que iria dormir. Era cedo, no máximo cinco horas da tarde mas estava cansada, foi uma longa viagem de carro e mais longa ainda a pé quando o carro enguiçou e gastei o resto de minhas forças subindo na árvore. Cai no sono rapidamente.

Acordei com um barulho e demorei um pouco para abrir os olhos,talvez tivesse demorado mais a despertar se não tivesse sentido algo acertando com pouca força minha perna. Um pouco assustada, olhei para baixo e vi uma menina que deveria ter 9 ou 10 anos. Ela gritava que eu deveria descer, fiquei meio sem reação por alguns segundos e receosa também, nunca ouvi falar de uma criança zumbi mas fiquei com medo de arriscar, resolvi descer mesmo assim. Mal desci ignorando a dor por ter ficado de mau jeito e já fui perguntando por que ela estava me gritando para descer e com quem ela estava.

- Pedi para descer porque é perigoso dormir em árvores, não sabia? É burra ou algo assim?- disse ela com tom que demonstrava ser um fato bem óbvio. E era mesmo mas eu não tinha opção. E depois de um suspiro, ela continuou -Respondendo sua pergunta: eu estou sozinha. Ficava sempre com meu irmão e os amigos dele, só que eu fugi. Meu nome é Analise mas me chame de Ana.

-Mas e o porquê de você ter fugido Ana?

- Bom... Os amigos do meu irmão eram estranhos, me tratavam mal e meu irmão não ligava para mim, sempre me ignorando quando estava perto deles. Eu apenas fugi.

E antes que pudesse dizer algo senti uma pancada muito na cabeça. Fiquei desorientada e só pensei em minha avó antes de tudo se apagar e minha pálpebra se fechar.

Nota da autora pouco experiente: 👍Sou muito nova nisso, escrevi a um tempo. Agora a uns meses depois fiz a revisão de diversas coisas que estavam erradas no meu ponto de vista(tais coisas como escrita, pontuação e etc), espero muito que gostem e se gostarem por favor me peçam para continuar a escrever e escreverei com alegria.