Entre a competição e o coração

Cap 44 - O seu inferno

Narração - França

O dia em Paris se iniciou cedo e em uma das quadras a confederação turca já treinava. O técnico Santarelli observava tudo com bastante atenção e exigia bastante de suas atletas.

— Sério mesmo?! — O senhor perguntou com uma indignação óbvia. — Como vocês querem conquistar alguma coisa desse jeito? Pelo amor de Deus! Vamos lá, melhorem. Não podemos cometer nenhum deslize.

As atletas já estavam em um certo nível de cansaço devido a tanta exigência. Com um suspiro, ele usou seu apito e anunciou uma pausa de quinze minutos para que as atletas pudessem se recuperar um pouco.

Assim que o mesmo sumiu de vista as jogadoras se permitiram relaxar e acalmar a respiração. O modo de treino intensivo que Santarelli realizava não era lá muito bem aprovado, mas segundo o próprio "tinha resultados", e isso era o que importava.

No momento em que o tempo de descanso finalizou Daniele apareceu e logo recomeçou o treino.

(Quebra de tempo)

A hora rapidamente se passou e o horário reservado a Turquia estava se esgotando. Enquanto isso a confederação brasileira entrava na mesma quadra a qual outra seleção finalizava o momento.

As jogadoras brasileiras esperavam pacientemente que o tempo passasse e assim elas pudessem iniciar os trabalhos.

Luna - França

Aproveitei o tempinho que restava e me sentei para calçar o tênis. Quando terminei, me endireitei na cadeira e observei as turcas que treinavam a nossa frente.

E sendo bem sincera minha atenção se concentrava em apenas uma irritadinha, ciumenta e perfeitamente linda que estava muito concentrada em seu treino para notar meu olhar.

— Luna. — Ana Cristina chamou rindo. — Desvia um pouco o olhar. Parece que você está planejando matar a menina a qualquer momento.

— Só se ela matar Zehra na ded- — Thaisa começou a falar.

— Thaisa Daher! — A interrompi. — Ave Maria!!! Vai rezar, vai! — Olhei incrédula para a loira.

— Eu vivi o suficiente para ver Thaisa agindo assim. Obrigada, Deus. — Gabi gargalhava de seu canto.

— Ué, gente. Não entendi o que a Thai queria falar. — Ana falou, fazendo com que uma risada sincronizada saísse de todas nós.

— Não queira entender, você é muito pura para se corromper dessa maneira. — Betinha respondeu, enxugando uma lágrima que havia escapada de tanto rir. — E aparentemente você não foi a única que não entendeu. — A Ratzke apontou para Nyeme.

Percebi uma pessoa se aproximar e direcionei meu olhar, encontrando Zehra vindo até mim. Ela primeiro depositou um beijo em um dos lados da minha bochecha e depois eu apontei para o outro lado, indicando que ela repetisse a mesma ação.

— Bom dia. — Falei quando ela afastou um pouco o rosto.

— Bom dia, amor. — Sorriu meio forçada, talvez por causa do cansaço recente. — Bom dia, meninas.

— Bom dia. — Responderam em uníssono.

— Já vai começar o treino? — A turca voltou a olhar para mim e perguntou.

— Sim. — Afirmei percebendo que havia um certo nível de estresse em sua voz. — Só estamos esperando Zé Roberto chegar.

— Vamos ali comigo rapidinho? — Chamou e eu concordei.