Ele perdendo o parto + reação de kal

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A porta do quarto abriu-se devagar, rangendo levemente, e Sn ergueu os olhos ao ver Henry parado ali. Ele parecia diferente. Havia cansaço em seu rosto, os cabelos um pouco mais bagunçados que o normal, a barba por fazer. Mas, acima de tudo, o que mais chamava atenção eram seus olhos marejados, carregados de emoção e culpa.

Sn estava sentada na cama, apoiada em alguns travesseiros, com a pequena Olivia nos braços. A bebê dormia tranquilamente, respirando de forma leve e ritmada.

Henry não conseguia se mexer. Era como se seus pés estivessem presos ao chão. Seu peito subia e descia de forma irregular, e ele lutava para engolir o nó na garganta.

— Você chegou… — Sn disse suavemente, quebrando o silêncio.

— Eu... — A voz dele falhou. Ele passou a mão pelo rosto, como se tentasse se recompor. — Eu perdi tudo, não foi?

Sn suspirou, observando o jeito que Henry olhava para a filha, como se estivesse vendo algo sagrado.

— Você perdeu o nascimento — admitiu. — Mas não perdeu tudo. Ainda há tanto para viver com ela…

Henry assentiu lentamente, mas as lágrimas que ele segurava não davam trégua. Seu olhar permaneceu fixo na bebê, e ele deu um passo hesitante para frente.

— Eu posso…?

Sn sorriu, entendendo o que ele queria antes mesmo de terminar a pergunta.

— Claro. Vem conhecê-la.

Henry se aproximou da cama com movimentos cuidadosos, como se tivesse medo de quebrar o momento. A cada passo, sentia o peito apertar mais. Quando finalmente estava ao lado dela, sua respiração ficou presa na garganta.

Olivia era tão pequena. Tão delicada.

Ele nunca tinha visto nada tão perfeito em toda a sua vida.

— Meu Deus… — sussurrou, com a voz falhando. — Ela é... Ela é incrível.

Sn sorriu e ajustou Olivia nos braços, preparando-se para entregá-la a ele. Henry hesitou, seus dedos tremendo.

— Eu não sei se… e se eu fizer algo errado? — Ele riu nervoso, passando a mão pela nuca.

Sn riu baixinho.

— Você não vai fazer nada errado, Henry. Segura ela assim… — Ela guiou suas mãos com cuidado.

Quando finalmente Olivia estava em seus braços, Henry sentiu o mundo ao seu redor desaparecer. A bebê se remexeu levemente e soltou um som baixinho, como um suspiro. Henry prendeu a respiração.

E então, Olivia abriu os olhos.

Henry ficou paralisado.

— Meu Deus… — repetiu, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Ele soltou uma risada emocionada, enquanto seu polegar acariciava a bochecha da filha. — Oi, meu amor… Eu sou seu pai.

As palavras saíram em um sussurro embargado. Henry nunca sentiu nada igual na vida. Era um amor avassalador, um sentimento tão forte que chegava a doer.

Sn observava tudo com os olhos brilhando.

— Ela tem seus olhos — comentou, baixinho.

Henry riu, balançando a cabeça em negação.

— Não… Ela tem seus olhos. E a sua boca… O seu nariz… Ela é a coisa mais linda que eu já vi.

Ele pressionou um beijo suave na testa da bebê, fechando os olhos enquanto novas lágrimas caíam.

— Eu sinto muito — disse, sua voz embargada. — Me perdoa por não ter estado aqui…

Sn segurou a mão dele com carinho.

— Você está aqui agora, Henry. Isso é o que importa.

Henry ergueu o olhar para ela e, por um momento, só ficaram ali, em silêncio.

Então, ele sorriu em meio às lágrimas e olhou novamente para Olivia, que agora dormia serena em seus braços.

— Eu nunca mais vou perder nada dela — prometeu. — Nunca.

Sn sorriu.

— Eu sei que não.

E naquele momento, Henry soube que, não importava o que acontecesse, ele sempre estaria ali para a filha. Sempre.

📍Já em casa

Desde que Sn engravidou, Kal nunca saiu do seu lado.  parecia ter desenvolvido um sexto sentido para protegê-la, sempre deitado aos pés dela, acompanhando cada passo e até se deitando ao lado de sua barriga quando ela descansava. Era como se ele soubesse que ali dentro havia alguém especial.

E agora, esse “alguém” estava nos braços de Henry.

Kal já estava inquieto desde que Henry chegou em casa com aquele cheirinho novo. Ele andava de um lado para o outro, olhava para Sn e depois para Henry, claramente ansioso. Quando Henry finalmente sentou-se no sofá com Olivia nos braços, Kal não esperou convite. Aproximou-se imediatamente, abanando o rabo e farejando o ar com empolgação.

— Ei, amigão, calma — Henry riu, tentando conter a animação do cachorro.

Sn riu também, fazendo carinho em Kal.

— Ele sabe quem é. Passou meses dormindo do lado da minha barriga, acho que já a considera parte da matilha.

Henry olhou para Sn, surpreso.

— Sério?

— Todas as noites — Sn confirmou. — Se eu me mexia muito, ele vinha me cheirar, como se quisesse conferir se estava tudo bem.

Henry sorriu, voltando a atenção para Kal. O cachorro olhava fixamente para Olivia, inclinando a cabeça de leve, curioso.

— Essa é Olivia, Kal — Henry disse, com a voz suave. — Sua irmãzinha.

Kal deu um passo à frente, apoiando as patas na beira do sofá e farejando a bebê com ainda mais interesse. Olivia resmungou baixinho, e Kal paralisou por um segundo, como se estivesse processando aquele som. Então, de maneira surpreendentemente delicada para um cachorro do seu porte, ele encostou o focinho no pezinho da bebê e soltou um suspiro longo.

— Acho que ele gostou dela — Henry comentou, emocionado.

Sn sorriu, acariciando as orelhas do akita.

— Ele amou.

Kal, satisfeito, deitou a cabeça no colo de Sn, mas ainda mantendo os olhos em Olivia. Como se quisesse deixar claro que ficaria ali, vigiando.

Henry trocou um olhar com Sn e riu baixinho.

— Acho que ela já tem o primeiro guardião dela.

Sn sorriu.

— E o mais leal de todos.

Olivia se remexeu nos braços de Henry, soltando um pequeno som, e Kal imediatamente ergueu a cabeça, atento. Henry riu.

— Está vendo? Ele já está no modo pai protetor.

Sn passou a mão nos pelos de Kal e beijou sua testa.

— Bem-vindo à família, irmão mais velho.

Kal fechou os olhos, ronronando satisfeito. E naquele momento, Henry soube que sua filha sempre estaria protegida—por ele, por Sn e pelo mais fiel amigo que alguém poderia ter.



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Imagine Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora