Prólogo

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Ela

Música do capítulo: Enquanto houver sol – interpretada pelos Titãs

Seis anos antes...

Felicidade.

Se alguém me pedisse para definir esta palavra, eu diria que Jéssica Katherine Rios seria a melhor definição.

Eu era o protótipo do sentimento mais buscado pela humanidade. Minha vida não poderia estar mais perfeita. No alto dos meus dezoito anos, tenho um namorado que amo e que corresponde ao que sinto com muita intensidade.

Gabriel. Meu Gabi.

Nosso namoro já dura dois anos e ele é o homem que qualquer garota gostaria de ter ao lado. Lindo, sexy e apaixonado. Vejo como todas babam quando saio com ele. Sinto que já encontrei o homem com quem passarei o resto da minha vida.

Estou no segundo semestre de administração e estou realizada com o curso. Os meus planos são de montar um ateliê de moda e fazê-lo prosperar através de um diferencial que ainda preciso descobrir. E irei descobrir.

Além de lidar com números, gosto de desenhar, principalmente looks completos. Não consigo visualizar em minha mente uma determinada roupa sem completar com o sapato perfeito.

Gosto de tudo por inteiro.

Além de estar realizada em vários sentidos da minha vida, tenho também um grande irmão com quem posso contar. Maurício é quatro anos mais velho do que eu e a pessoa mais importante que tenho no mundo.

A única coisa que me entristece é a nossa mãe. O meu pai faleceu quando eu tinha quatorze anos e ela até agora não se conforma com a perda.

Ele era das Forças Armadas e precisou chefiar uma missão da ONU no Haiti. Alguns morreram e o meu pai foi um deles. Eu havia lhe implorado para que não fosse, mas ele sempre dizia que nunca desistia de uma missão.

Ele foi e nunca mais voltou.

Cada pessoa aprende a lidar com a dor de seu jeito. Eu busco estudar para dar orgulho à memória dele, como sempre me pediu quando estava vivo. A minha mãe não soube reverter a sua dor para algo tão positivo.

Ela recebe uma pensão vitalícia, o que lhe permite ficar sem trabalhar, e simplesmente resolveu gastar quase todo o dinheiro com bebidas, jogos e, ultimamente, homens.

Homens, não, perdedores.

De vez em quando a pego com um deles em casa, ambos bêbados e sempre o coloco para fora. Ela nunca discute comigo ou com Maurício e os caras acabam indo quando veem sua submissão aos filhos.

Ela chora depois que eles se vão e eu sei que não é pela perda de mais um traste. Ela chora porque não consegue anestesiar a dor da saudade, dos momentos vividos com meu pai, das lembranças felizes em família.

Eu também choro às vezes no meu cantinho, mas desde a morte dele, sempre soube que teria que ser forte por mim e por ela, então sempre tento lhe consolar e passar ânimo.

Atualmente, apenas uma coisa está arranhando a minha redoma de mundinho perfeito: as dívidas de jogos de dona Hortência. A grana tem entrado cada vez menos em casa e meu irmão tem trabalhado muito para ajudar.

Eu já estou pensando em procurar algum trabalho de meio período para dar uma força também. Do jeito que as coisas estão indo, provavelmente teremos que interditá-la ou nem mesmo teremos dinheiro para comer.

A pensão daria mais que suficiente para ter uma boa vida, porém evapora antes mesmo de entrar na conta.

Naquele dia, estava saindo da faculdade com minha amiga Clara Jensen. Nos tornamos mais que colegas de turma e de vez em quando ela me dava uma carona para casa. Seus pais são donos de uma grande empresa e ela seria a sucessora natural da família.

Destinada a Seduzir: A Rendição (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora