Prologo - cold coffee?!?

77 8 5
                                    

Um som de um sino irritante. Era tudo o que Louis ouvia durante o tempo que estava a trabalhar. Mais vezes durante o mês de Dezembro, pois o frio e a neve que cobria a rua, convidava mais as pessoas a entrarem naquela cafetaria modesta dos Tomlinson.

Louis não se podia queixar, porque ele tinha emprego, mesmo que fosse no café de família. Já era uma sorte porque a faculdade não se paga sozinha.

Mas vamos ser honestos, tu ficas a odiar um som ou uma música, depois da centésima vez que a ouves. E Lou já estava farto de ouvir o 'trim'.

Por mais irritante que aquele sistema fosse, no ponto de vistas dos seus pais ' é melhor para sabermos que alguém entrou/saiu do lugar.' ' Até porque não ouvimos a porta a bater.' era o que Louis pensara durante a 'discussão familiar/de trabalho' na semana passada. Mas não dissera nada, já que toda a gente tinha concordado.

Ele estava com a cabeça nas nuvens, que nem reparar no homem à frente do balcão. Nem se quer tinha ouvido o sino. Talvez aquilo não era eficaz.

- Posso ajudá-lo? - Louis endireitou as costas e sorriu para a pessoa em questão. Mesmo que o dia pudesse correr mal, não podia de deixar de sorrir para os clientes. Afinal, eles na tinham culpa do que possa estar a atormentar a cabeça de Louis.

- Era um copo de café frio, por favor. - o homem pronunciou-se.

- Não iria preferir um café quente, estão quase 5 graus lá fora.

O estranho olhou diretamente para Louis e arqueou as sobrancelhas.

- Diga-me, quem é aqui o cliente? Eu ou o senhor?

- O senhor, mas-

- Então eu quero o meu café frio, por favor. - e com isso depositou uma moedas em cima do balcão, pagando o café, e algumas no pote das gorjetas, que Louis agradeceu com um ' obrigado' labial, e virou as costas e sentou-se em uma das mesas vazias.

Louis olhou para ele incrédulo. Bufou e foi fazer o café frio que lhe tinha sido pedido. Passou pelo balcão e integrou o café.

- Obrigada.

- Quer mais alguma coisa?

- Por agora não Louis.

Louis olhou para ele com os olhos mais abertos que o normal. Como ele sabia o seu nome? Ia perguntar quando o encaracolado apontou com a caneta para a camisola.

- Está no crachá.

Parvo. Era como Louis se podia descrever a si próprio. Claro que se ele sabia ler, via o seu nome ali. Ele saiu dali e voltou para o balcão. Ia ser um dia longo e ainda eram três da tarde.

~*~

- Aqui tem o seu troco e obrigado por vir aqui senhora Caille.

- De nada amorzinho, depois vens a minha casa buscar as coisas que a tua mãe me emprestou?

- Claro.

Ele gostava da Senhora Caille. Era como uma avó para ele. E dava comida como uma avó normal. Um dia, ele saiu da casa da senhora com mais dois quilos.

- Lottie!!- ele gritou para a irmã que estava na cozinha a lavar as ultimas loiças. - está na hora de fechar.

- Não está aí mais ninguém?

Louis nem se virou porque não ouvia nenhum barulho, só mesmo da neve a bater na janela.

- Acho que não.

Mal acabou de falar sentiu um puxão na camisola.

- Ainda está aquela pessoa.- Félicité disse tirando o seu avental.

Louis nem precisou de olhar para saber logo quem era. O senhor do café frio, ainda estava sentando na mesma mesa à mais de cinco horas. Louis encaminhou-se para lá.

- Vamos fechar, você tem de sair.

- Não me trates por você. Devemos ser da mesma idade. - ele levantou-se e encaminhou-se para a porta, saindo e batendo com ela com força, fazendo quase o sino cair.

' Estava quase' Lou pensou e olhou para as irmãs.

- Vou indo, querem boleia?

- Não é preciso.- Lottie respondeu e Louis acenou a mão e saiu também da cafetaria.

Lá fora a neve caía mais depressa do que as pessoas a sair do Titanic. Louis procurou as chaves do carro na mochila que trazia às costas.

- Nunca encontro nada aqui dentro. - Louis resmungou. Ele estava frustrado. - Boa, deixei-as em casa. Será que isto pode piorar?

- Sabias que não existe dois flocos de neve iguais? - Louis ouviu alguém dizer e olhou na direção que o som tinha sido projectado. - Talvez queiras boleia?

Louis viu que era o mesmo homem do café frio. Seria muito mau aceitar a boleia dele? Claro que era, ele nem conhecia o rapaz.

- Se estás a pensar que eu quero te raptar e violar-te já tinha feito isso. Acredita em mim.

Se calhar foi o frio que se ja estava a entrar para o seu corpo, ou até a cor verde viva dos olhos do outro que o fez aceitar a boleia. O carro cheirava a perfume de baunilha e ao cheiro de livros, quando são novos. Louis olhou para os bancos de trás e avistou muitos cadernos e copos de café, espalhados e algumas manchas nos assentos.

- Agora vire à direita.- Louis dava instruções ao que ia no volante.

- Nós somos como zombies.

Louis ficou à espera que ele continuasse.

- Acordamos e vamos para a nossa vida sem cor. Sem nada de novo. Vamos trabalhar e depois voltamos para casa. E é assim até ires para a reforma. Depois morres. - o carro parou à frente do prédio de Louis. - Isto faze-me questionar se nós estamos vivos ou apenas a sobreviver. Já chegamos, Louis, já podes ir.

- Obrigada. - Louis saiu do carro e entrou em casa e foi directamente para o seu quarto.

A rua lá fora estava silenciosa e escuro, nem os candeeiros estavam ligados. As crianças por esta hora não estavam a brincar e estavam a jantar ou até mesmo a dormir. Louis foi à janela e viu o carro a descer a rua. Nem sabia o nome do sujeito, e ele já sabia o seu nome e morada. Foi à casa de banho e tomou um duche de água de quente. Os seus músculos relaxaram e ele deixou tudo de lado. Vestiu o pijama e deitou-se na cama.

Ele nunca na vida pensaria que ele e o sujeito que gosta de beber café frio tornariam-se inseparáveis a partir daquele momento.

~*~*~*~*~

Então isto foi só o prólogo do meu próximo projeto.
E sim, mais uma vez, eu sonhei com isto e tive de escrever.
Não me julguem.
Alguma duvida?
ask/twitter: onedbuterax
Ou podem falar comigo aqui :)

Jana

Cold coffee and books {l.s}Onde histórias criam vida. Descubra agora