Plastic And Human Skin

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Uma nova família mudara-se para a velha casa. Uma família, que aparentemente, tinha a estrutura tão abalada por histórias de dor e horror quanto essa velha casa.

Eu
precisava acabar com
tudo aquilo, precisa destruir cada pedaço dessa estrutura.

Eu
não podia deixar nada sobrar, apenas Evan, porque eu sabia que ele era o único que merecia viver.

Era noite, todos estavam dormindo. Todos menos um: Evan. Ele me contara sobre sua fuga e agora, provavelmente, ele estaria fugindo para bem longe daquele manicômio, e indo  rumo ao seu paraíso particular. Mas, então, eu ouvi sussurros entre soluços, e não era o vento uivando, era uma garota. Sophia.

Avancei pelo corredor e segui os sons de Sophia. Ela estava em meu antigo quarto, completamente nua, seu rosto era de desespero, lagrimas brotavam em seus olhos e morriam em suas bochechas. E eu via muito sangue, e como eu gostei do sangue que vi. Suas cochas sangravam tanto e sua barriga também. Agora, ele segurava um chicote e parecia pronta para ferir-se mais uma vez nas próprias costas.

Eu permaneci invisível para ela, era tão bom ver aquilo. Então a garotinha perfeita e alegre era uma automutiladora? Eu sorri com meus pensamentos, queria ver mais dor, queria mais lagrimas e muito mais sangue. Eu berrei  "Você simplesmente é ridícula, não percebe que ninguém se importa com o que você faz ou deixa de fazer com seu corpo? Seja forte, e seja capaz de punir-se da maneira que merece!"; embora ela, nem ninguém pudesse me ouvir, minhas palavras tiveram grande efeito, ela parou de derramar lagrimas, e chicoteou-se com mais intensidade.

"Com a garotinha perfeita, minha missão está completa", pensei feliz.

-O que você fazendo, Violet? - Era Tate, ele estava atrás de mim o tempo todo e ao girar os calcanhares me deparei com a sua presença.

- O que deve ser feito, Tate. - Eu sorri, me aproximei de seu rosto e dei uma leve mordida em seu lábio inferior.

Ele ficou imóvel e sem reação, apenas encarou o vazio. Eu segurei sua mão.

- Você não vem? - Perguntei confusa, afinal, não era isso que ele queria? Ferir pessoas? Eu estava fazendo, eu havia mudado, assim como ele.

- Você não é assim, anjo. Você não quer fazer isso, Violet. - Disse, apertando minha mão e dando-me conforto e segurança, mas era isso que Tate sempre me dava.

- Eu não sou um anjo. Você vem comigo ou não? - Eu realmente disse isso? Talvez meu "eu" tenha voado por ai, assim como os pássaros fazem quando as coisas ficam ruins.

- Com você eu vou até o inferno. - Ele respondeu começando a caminhar ao meu lado.

- Já estamos nele.

Honestamente, aquilo me excitava. Aquele era meu lugar e eu era Deus. Eu estava punindo as pessoas daquele família como tal. O pai de Evan era um assassino, eu ainda não o tinha visto, ele não estava presente hoje cedo quando Millar mostrou a casa, muito menos agora. Provavelmente, ela esta em uma "viagem de negócios" . Hayden faria o favor de cuidar dele por mim.

Mas agora, nada era tão importante para mim, quanto saber se Evan estava bem.

- Tate, me espere no porão, está bem?

- O que você vai fazer? - Perguntou confuso.

- Nada de errado, eu prometo. - E dei um selinho em seus lábios.

Fui de cômodo em cômodo à procura de Evan, vasculhei cada pedaço daquela maldita casa e não o encontrei. A sensação de desespero dominou cada parte de meu corpo. Eu desejei o bem de Evan, mas será que eu realmente o queria longe de mim? Eu precisava fazer alguma coisa coisa, qualquer uma, caso contrário explodiria.

Caminhei lentamente ao encontro da madrasta de Evan com um produto ácido em minhas mãos. Queria ouvir uivos de dor, sua voz clamando por piedade e minhas risadas ecoando pelo corredor.

Ao entrar vi a vadia assistindo um filme pornô  de baixa qualidade. Duas lésbicas se chupavam e gemiam e Ketlin estava com um maldito vibrador enfiado em sua vagina. Parei ao lado da cama e joguei o tal liquido bem ali naquela região. Vi sua pele simplesmente derreter e o plastico do vibrador também, unindo as duas substancias ( plastico e pele humana) virando uma só. E a ouvi berrar e olhar assustada e desesperada para mim.

Aquilo não a mataria, mas provavelmente não teria mais seus queridos orgasmos.

Voltei  ao corredor. O sentimento de vazio me dominou, pensando que jamais veria Evan de novo. O sentimento foi parecido quando Tate se foi, mas com a ida de Evan parecia que parte de mim se fora junto.

- O que você fez, Violet? - Eu ouvi uma voz triste e angustiada, uma voz masculina e com toda certeza não era Tate.

Depois do Fim (Violet e Tate)Onde histórias criam vida. Descubra agora