The last word

Prólogo

O vento uivava em seus ouvidos, ele tropeçava cegamente enquanto corria pelas ruas. A iluminação era precária, e quase tudo estava envolto em uma cortina negra, o cheiro de fumaça e enxofre não eram piores que os gritos angustiantes e desesperados, os quais preenchiam seus ouvidos.

As coisas o perseguiam insistentemente, com o máximo de rapidez possível, os olhos brilhando no escuro enquanto avistavam sua presa. Os cadáveres cobertos de sangue o olhavam como se o convidassem para se juntar a eles.

Talvez isso acontecesse em menos de 1 minuto.

Dobrou uma esquina correndo, tentando, quem sabe, despistar seus perseguidores. Sentia as coisas chegando cada vez mais perto, sedentas por sangue. Não sabia o que fazer, não tinha saída, não havia para onde correr.

Viu outro infeliz na mesma situação que ele, mais este, em vez de correr, fez algo inesperado. Correu para dentro do prédio, subiu as escadas e sumiu na escuridão. As coisas pararam de segui-lo instantaneamente . "O que isso significa? Será que não gostam de ir para lugares altos?", o homem pensou. Decidiu correr para outro prédio o mais rápido possível. Aquela chance era sua última esperança.

Dobrou a rua e correu no meio dos carros pegando fogo, dos gritos desesperadores, tentando focar apenas em manter a velocidade. Conseguiu chegar em um prédio. Apertou o botão do elevador o mais rápido possível, não conseguindo mais correr. As coisas, que ele não sabia o que eram, chegavam cada vez mais perto, numa velocidade alarmante.

Faltavam poucos segundos para o elevador chegar. Mas, por menor que seja o tempo, ele sempre faz diferença. Aquelas coisas haviam chegado, sedentas por sangue. O homem se viu encurralado, seu coração batendo à mil por hora, seu corpo completamente suado de nervosismo. Não havia mais saída. A fera mais próxima o atacou, e ele se viu nos seus piores pesadelos, sua mente sendo tomada por pensamentos sombrios, se jogou no chão, gritando, chorando, tentando em vão afastar aquilo.

Tudo o que lhe dava medo o estava atacando, viu sua família morrendo, ele perdendo tudo. Sua pele estava perdendo a cor, completamente pálida. As outra feras avançaram, dominando sua mente, implantando ilusões. Ele não conseguia mais lutar, não havia o porquê de lutar. Seus olhos ficaram completamente negros, a pele branca como mármore, coberta de sangue. Ele soltou seu último suspiro.

O elevador chegou com um agradável "plin", as portas que já haviam sido esperança de alguém se abrindo. Mas daquela vez, não havia ninguém interessado em entrar.

☆☆☆

O capítulo ficou curto, mais os próximos serão maiores. Escreva nos comentários a sua opinião, e espero que tenha gostado :)