Bolo de arroz

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Duas semanas depois do envio da candidatura.

- Não, Jenna. Já te disse que não vou sair com nenhum rapaz! - Repeti, pela trigésima vez desde que começamos a conversa.

- Mas porquê? Já está na universidade e nunca te vi sair com rapaz nenhum! - Sim, eu Aiko Matsura consegui entrar na faculdade de fotografia de Seul. Sabia bem estar de volta à minha terra Natal.

- Eu ainda não estou oficialmente na universidade. - Disse, abrindo a porta do nosso pequeno apartamento.

- Por isso mesmo já devia ter tido, pelo menos, um encontro. Se não fosse esse cabelo deslavado... Parece uma velha! - Jane, a minha meia irmã de origem inglesa nunca gostou do meu cabelo loiro platinado não cinzento como a mesma se refere a ele às vezes.

- Mas você tem algum problema com o meu cabelo? E o que é que te diz que nunca tive um encontro? - Tenho fome.

- Infelizmente sou sua irmã...

- E o Br... - Peguei numa taça de cereais, do armário azul, que anima sempre as minhas manhãs. Mentira. Sou a pior pessoa matinal ou a qualquer altura do dia, sinceramente.

- Não, o Bryan do pré-escolar não conta.

- Porque é que estamos continuando com esta conversa, mesmo?

- Porque você precisa de alguém que te ature!

- Que barulho é este? - Ouvi um ruído, seguido de risadas, no apartamento de cima - Estou a comer, e ninguém me interrompe quando estou a comer!

- Você é como os cachorros, não é? - Enviei um olhar de morte, que foi ignorado por completo, pelo que concluí que a minha missão de parecer má foi miseravelmente não sucedida. - Devem ser os vizinhos novos. Um passarinho contou-me que são 7 rapazes e são super giros.

- Suruba no prédio. - Qualquer dia o prédio torna-se numa casa de alterne com as lésbicas do quarto andar e agora isto. - Quantas horas os esteve a espiar?

- Bom, eu estava a comendo a minha maçã de manhã e, se calhar, ouvi algo e fiquei a "observar" da janela.

- "Observar"?

- Sim, observar. - Um silêncio desconfortável preencheu a divisão, ouvindo-se apenas o ranger dos cereais na minha boca. - Já sei! - Por favor, não vamos lá a cima. - Vamos fazer uma visita aos novos vizinhos.

- Não! - Me joguei no chão suplicando às criaturas do espaço que me levem de vez.

- Por favor! Vai ser divertido. E são 7! Algum deve encaixar no seu perfil.

- Você vai, faz sexo com eles e pode ser que te façam um desconto por ser a primeira cliente.

- Não preciso de fazer sexo com eles para os conhecer. - Defendeu-se.

- Tens razão basta só passar o dia à janela a olhar para o apartamento deles. - fiz uma pausa - Aposto que 3/7 são gays.

-Sabe que para isso tem de lá ir certo? - sorriu vitoriosa.

- Cala a boca e vamos.

Jenna pegou nas chaves, me arrastando consigo para fora do apartamento.

- Vamos pelas escadas. É mais rápido. - Pediu.

- Mas está tãoooo longe.

- Vamos lá pelo elevador, preguiçosa.

- Não sou preguiçosa! Não gosto é de gastar a minha energia em ações que podem ser feitas de forma mais económica.

- Chegámos. Tinhas mesmo de trazer a taça de cereais? - Só agora me apercebera que a havia trazido.

- Uau! Já não te via assim tão entusiasmada desde os saldos.

- Que engraçada! Pensava que tinha ido para arte, não para comédia! - Ironizou - Vou tocar.

- As aulas ainda nem sequer começaram e já tenho de aturar viados. - Sussurrei - Pensava que as aulas só começavam pra semana.

- Olá! Sou a Jenna, somos as vizinhas do 1° Direito.

- Annyeong! Eu sou o Jin! - abriu um sorriso caloroso.

- Por favor, arranjem um quarto. Prazer! - Disse, fazendo o sorriso mais falso que alguma vez fiz. - Me dá licença! Deixe passar! - E foi assim que penetrei o apartamento.

Talvez não devesse ter usado a palavra "penetrei". É o suficiente para colocar a minha cabecinha a pensar em outras coisas.

- Peço desculpa pela Aiko. Ela é assim desde que a conheço.

- Eu ouvi! - Onde  posso continuar a comer os meus cereais. Achei um sofá no meio de todas aquelas caixas de papelão. Mas estava ocupado. - Pode sair daí?

- Não. - Ai nosso senhor Jesus - Já cá estava - Ai, que é hoje que tenho um ataque cardíaco.

- Olhe, é assim... - Fiz uma pausa tentando controlar a raiva que corria dentro de mim - Ou sais daí ou eu passo-me da mioleira, bolo de arroz - O loiro de olhos castanhos não se mexeu nem um centímetro.

- Tae, saía daí. Por favor! - Proferiu o idiota que se apresentara como Jin.

- Sim, faça isso, bolo de arroz. - Sorri.

- O meu nome é Taehyung. Kim Taehyung.

- Como você quiser.

- Jenna este é o... - Pronunciou Jin, apresentando Jenna a Taehyung.

- ...bolo de arroz. - Interrompi.

- Akio, nós vamos andando, não é? - Disse Jane.

- Oh, sim. Estava só aqui a trocar umas palavrinhas com este indivíduo - Afirmei, enquanto Taehyung me olhava mortalmente.

- Muito prazer. - Disse Jane, esticando a mão.

- Não ficam para jantar? - Perguntou. - O resto dos rapazes foram ao mercado comprar o jantar.

- O quê? Tem mais? - gritei - Adiós muchachos - proferi enquanto deixava o apartamento quando esbarrei contra alguém - Veja por onde vai! - rapidamente senti o cheiro a leite e não eram os meus cereais, baixei lentamente a cabeça e deparei-me com um chão coberto de leite. Pude ouvir Taehyung rir me virei perante esse gesto e dei de caras com o mesmo apoiado na ombreira da porta.

- Me desculpe! - um rapaz com pele cor de açúcar e cabelo azul se desculpou esfregando a cabeça com vergonha - Olá, o meu nome é Min Yoongi mas pode me chamar de Suga!

-Você é gay? Faz parte dos 3/7?

- Não...

- Peço desculpa por ela. Eu sou a Jenna, prazer! - tanta delicadeza até enjoa. - E vocês quem são? -Dirigiu-se a 4 duendes que se encontravam atrás de Yoongi. Até ao momento não tinha dado por eles.

- Estes são o Jungkook, Jimin, J-Hope e o Namjoon.

São mais que as mães...

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Aiko | kthOnde histórias criam vida. Descubra agora