Capitulo 14

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Mais um capítulo para compensar a demora gatas 😘😘❤️❤️

Havia se passado mais de uma semana e eu ainda não tinha notícias de Justin. Ele havia parado de me ligar todos os dias e agora suas ligações eram raras e esparsas. Eu queria atende-lo, mas algo sempre me repreendia. Talvez minha consciência tentava me dar uma lição de moral, mas eu não queria mais ouvir o que ela tinha a dizer.
Eu sabia que tinha que voltar a conversar com Justin, não só porque queria, mas sim por causa do casamento. Havia ainda alguns planejamentos que deviam ser feitos e ele tinha que me ajudar. Nós ainda tínhamos que fazer algumas coisas juntos. Ele ainda precisava trazer toda sua família pra NY para que eles comprassem as roupas da festa. Ele ainda precisava escrever os votos e eu tinha 100% de certeza de que ele não conseguiria escrevê-los sozinho.
Então, ao invés de ligar pra ele ou ligar pra Selena, eu peguei um táxi e fui até o Four Seasons. Eu sabia que se ele voltasse para Nova York, era naquele mesmo hotel que ia ficar, na mesma suíte presidencial, no mesmo 51º andar.
Eu não tinha visto mais nenhum paparazzo me seguindo e mais ninguém comentou sobre mim em notícias de fofoca. Os tabloides mencionaram a volta de Justin para LA e disseram que foi por "compromissos inadiáveis", mas, fora isso, não disseram nada que eu não pudesse ter adivinhado. Seria só uma questão de tempo até Justin voltar para Nova York e os rumores sobre nós voltariam a surgir também, com a maior das probabilidades.
Desci na frente da entrada do Four Seasons e entrei pelas portas giratórias, caminhando pela primeira vez em direção à secretaria. Normalmente eu só passava reto por ali, porque sabia que podia entrar direto na suíte de Justin. Mas agora eu não sabia se ele estava mais lá. O jeito era perguntar e ver se eu podia entrar pra falar com ele.
- Olá - eu disse a uma das recepcionistas, que sorriu pra mim - Eu gostaria de saber se o senhor Justin Bieber está hospedado aqui.
Ela franziu a sobrancelha e negou com a cabeça.
- Não, não está. Ele estava, mas fez check out há praticamente duas semanas - ela respondeu.
- Ele não fez reserva pra voltar? - perguntei.
- Não posso lhe dar essa informação - ela me deu um sorrisinho tímido.
- Eu sou Emma Hastings, a organizadora do casamento dele. Então, não tem problema. Pode me falar.
- Desculpa, senhorita Hastings. Mas essa é a política do hotel e eu não posso lhe dar essa informação.
Eu a encarei com as sobrancelhas arqueadas e uma carranca. Ela tinha acabado de soltar uma informação: que Justin tinha feito check out duas semanas antes, mas não podia me dizer se ele ia voltar? Que tipo de política de hotel era aquela? Seria melhor se ela não tivesse me dito nada então, para pelo menos soar coerente.
- Então tudo bem. Obrigada. Volto quando o senhor Bieber estiver aqui - respondi, colocando um sorriso afetado no rosto.
- Tudo bem - ela sorriu de volta do mesmo jeito.
Revirei os olhos quando lhe dei as costas e saí do Hall de Entrada do hotel. Peguei outro táxi e voltei pra casa, sentindo que minha viagem tinha sido completamente inútil. Eu não sabia direito o que fazer, porque tinha que esperar Justin voltar pra Nova York para que pudéssemos conversar sobre o resto dos planejamentos do casamento que deviam ser resolvidos. Tudo com o que eu devia me preocupar eu já tinha tomado conta. Não havia nada que eu pudesse fazer, a não ser esperar Justin dar as caras.
Eu sentei no meu sofá e liguei a televisão, procurando por algum canal legal. Deixei em um canal que passava filmes antigos, em preto e branco. Não sei porque fiz essa estupidez, porque filmes antigos sempre eram melosos e idiotas e só me faziam mal.
- Mas eu amo você - dizia a protagonista.
- Então prove - disse o mocinho.
- Mas que viadagem - reclamei, mudando de canal.
Passei por todos os outros canais da minha TV a cabo sem conseguir achar um que me agradasse, até que percebi que o problema não era a programação. Era eu. Eu que não estava com saco pra ver as histórias de amor ou programas humorísticos na TV. Eu que queria não ter que estar trancafiada no meu apartamento, porque tinha que ficar esperando um certo idiota voltar pra Nova York. Eu era o problema.
Mas na verdade Justin é que era o problema.
Desliguei a TV e me levantei. Peguei o celular dentro da bolsa e disquei o número dele. Coloquei o celular no ouvido e fiquei esperando por um minuto inteiro, até cair na caixa postal. Desliguei e não deixei recado. Liguei de novo na mesma hora, mas ele não atendeu novamente e caiu na caixa postal mais uma vez.
- Oi, aqui é o Justin. Deixe seu recado após o bipe - dizia a voz na caixa postal.
- Escuta aqui, seu idiota. Cadê você? - foi tudo o que eu disse e desliguei a ligação.
Liguei mais uma vez e mais uma vez e mais uma vez.
- Justin, atende a porra desse celular, caralho - deixei outro recado na caixa postal - E volta logo pra Nova York, seu idiota.
Liguei mais uma vez para o celular dele, mas ele não me atendeu de novo. Eu devia ter ligado, no mínimo, umas dez vezes. Como ele podia me ignorar daquele jeito? Quando ele me ligava uma vez por dia ou três vezes na semana, eu ignorava porque obviamente não era importante. Ele só queria conversar comigo. Mas eu liguei dez vezes em menos de meia hora. Ele tinha que se tocar e perceber que eu precisava falar com ele.
Tudo bem que eu não precisava falar com ele, mas eu queria. Relutantemente, fui convencendo a mim mesma que eu sentia falta dele. E o pior de tudo, eu sentia falta do nosso acordo e sentia falta do sexo. Era uma ironia eu sentir falta de tudo aquilo, quando eu tinha decretado que o acordo estava terminado.
Talvez Justin estivesse certo e só eu estivesse mesmo me envolvendo. Talvez aquilo fosse para o melhor. Talvez ele tivesse percebido tudo o que eu havia acabado de perceber bem antes que eu e fugiu pra LA pra evitar que eu o sufocasse. Ou talvez eu estava sendo idiota mais uma vez.
Eu não queria ficar sem Justin na minha vida, aquilo era um fato. Mesmo depois que ele se casasse, eu queria que continuássemos amigos ou algo próximo disso. E eu queria que nosso acordo continuasse até que o casamento acontecesse. Selena só tinha tempo para trabalho e para reclamar dos preparativos do casamento. Eu não podia culpar Justin por querer uma mulher de verdade ao lado dele na cama.
Mas por que aquela mulher tinha que ser eu? Por que eu não o deixei pegar uma prostituta sem nome e sem sentimentos? Era mentira dizer que eu não estava envolvida, porque Justin tinha se tornado um amigo colorido. E por mais que eu não quisesse admitir, eu queria que nosso acordo fosse refeito. Eu queria que Justin voltasse pra Nova York, queria que ele voltasse pra mim. E não queria que ele fosse mais embora.
Guardei o celular na bolsa quando me dei conta de tudo isso e saí de casa. Eu precisava sair para a rua, ver gente estranha, comer comida ruim e andar muito. Eu devia estar louca, devia estar pirando. Eu não gostava de Justin, não o amava. Mas eu tinha realmente um carinho profundo por ele e queria muito que ele voltasse pra minha vida.
Caminhei pelas ruas de Nova York, comprei bugigangas pra decorar minha casa, comi fast food e tomei café na Starbucks. Fiz tudo o que fazia quando eu era solteira, desimpedida e de coração quebrado. Não que eu não fosse mais aquela garota. Ela só estava um pouco escondida debaixo dos novos sentimentos confusos que eu tinha pelo senhor Justin Bieber.
Andei até escurecer e até o vento frio começar a lamber minhas bochechas de uma forma violenta. Andei até estar frio demais pra continuar na rua sem um casaco. Andei até estar tão longe de casa, que tive que pegar um táxi pra voltar. Eu estava tão cansada e tudo o que eu queria depois de horas vendo um milhão de pessoas diferentes era me deitar na minha cama quentinha e pegar no sono usando um pijama velho.
Tomei um banho assim que cheguei em casa e coloquei um moletom surrado. Chequei meu celular, mas não tinha nada de novo nem na caixa postal nem nas minhas mensagens. Joguei o celular de volta na bolsa e arrumei minha cama, me preparando pra dormir. Tudo bem se Justin não queria saber de mim, eu também não queria saber dele. Ele ia me ligar, provavelmente, eu ia ignorá-lo como ele fez comigo.
Eu não precisava dele. Quem precisava dele? Ninguém.
Eu já tinha me deitado e arranjado uma posição extremamente confortável quando ouvi minha campainha tocar. O sorriso que estava no meu rosto sumiu e eu gritei de raiva. Com certeza era o síndico do prédio avisando que ia ter alguma reunião com os moradores. Meu síndico adorava me avisar sobre as reuniões a uma, duas horas da manhã.
Eu bufei e levantei da cama, pisando forte do meu quarto até a sala. Abri a porta com a maior das carrancas e finalmente tive a coragem de gritar:
- ISSO NÃO É HORA DE ME CHAMAR PRA REUNIÃO DO CONDOMÍNIO!
Mas não era o meu síndico que estava do lado de fora.
- Oi - disse Justin, envergonhado.
Eu soltei a porta e me senti um verme nojento. Justin parecia ter acabado de sair de um comercial da Abercrombie & Fitch e eu estava com os cabelos molhados e com um moletom velho e surrado. E eu tinha gritado com ele. De novo. E a culpa nem era dele dessa vez.
- O que você está fazendo aqui? - perguntei, grosseira.
- Posso entrar? - ele perguntou, desviando da minha pergunta.
- Não.
Foi só então que percebi que ele segurava uma única tulipa vermelha nas mãos e nada mais.
- Essa sua florzinha aí vai murchar se você não colocá-la na água, Justin - apontei a tulipa.
- É pra você, Emma - ele me entregou a flor.
- Você voltou pra Nova York pra me dar uma flor? - perguntei, segurando a tulipa com a mão.
- Não, voltei pra Nova York pra... Posso, por favor, entrar na porra do seu apartamento? - Justin bufou.
Eu o encarei de sobrancelhas arqueadas, mas dei um passo para o lado, deixando-o passar. Fechei a porta atrás dele e o encarei, cruzando os braços com cuidado pra não maltratar a linda tulipa que eu segurava. A coitada da flor não tinha nada a ver com o nosso conflito.
- Ok, agora pode me dizer o que está fazendo aqui? - perguntei de novo.
- Não é óbvio? Eu voltei por você.
Não consegui nem responder, porque sua resposta me pegou com a guarda baixa. Engoli em seco e descruzei os braços, meus olhos se arregalando levemente enquanto ele se aproximava de mim. Se sua intenção era me confundir e me deixar puta, ele estava conseguindo.
- Eu fui embora por você também - Justin acrescentou.
- Os tabloides disseram que você tinha "compromissos inadiáveis" em Los Angeles - resmunguei.
- E você ainda acredita no que eles dizem?
- Eles não mentiram sobre nós dois - sussurrei.
Justin chegou tão perto de mim que nossos narizes quase estavam se roçando. Minha respiração ficou ofegante e eu ouvi a dele falhar. Por que era sempre assim? Por que nós não podíamos brigar pra valer e nunca mais nos ver? Por que tínhamos que voltar um pro outro?
- Você devia ir embora antes de cometer alguma besteira - murmurei.
- Emma, eu já cometi inúmeras besteiras. Todas elas com você. E eu quero cometer muitas outras. Quero continuar do seu lado. Ou, de preferência, em cima de você - ele passou o braço pela minha cintura e me puxou para perto.
- Justin, larga de ser idiota - tentei empurrá-lo pra trás.
- Não consigo. Sempre serei um idiota, mas pelo menos me deixa ser um idiota feliz. A gente tem pouco tempo sobrando e eu não quero gastar esse tempo desejando estar com você, quando podíamos estar realmente juntos.
- Então promete pra mim - pedi.
- O que?
- Que haja o que houver, você não vai se apegar. Que você vai continuar amando a Selena, não importa o que aconteça.
- Eu prometo - ele balançou a cabeça em concordância.
Eu passei os braços pelo seu pescoço e encostei meus lábios nos seus. Justin tombou pra trás e nós recuamos vários passos até que ele recobrasse o equilíbrio, rindo por entre o beijo. Ele puxou minhas coxas para cima e eu envolvi sua cintura com as pernas, apertando-o forte. Eu tinha sentido tanta falta daquele corpo que agora que ele estava ali comigo, tudo fazia sentido.
Nós caminhamos às cegas para o meu quarto e Justin me deitou na cama. Ele começou a tirar a roupa e eu coloquei gentilmente a tulipa vermelha no criado mudo. Justin parou, seminu, e ficou me olhando com aqueles olhos cheios de desejo.
- O que foi? - perguntei.
Ele tirou meu moletom e puxou minha calça até que eu ficasse só de calcinha.
- Nós temos um acordo a ser renegociado, senhorita Hastings - ele disse, tirando o resto de roupa que ainda lhe sobrava e pulando em cima de mim.

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