A Canção do Fiador

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Nas catacumbas de um castelo antigo, enquanto manipulava muito calmamente sua roda de fiar, um homem solitário de silhueta magra – se é que ainda se podia chamar de homem um ser consumido por longos e longos anos pela ação das trevas – contava uma história em forma de canção, cantarolando bem baixinho. Despreocupado, ele desafinava algumas notas, sabendo que ninguém exceto por ele iria escutar sua estranha melodia. Pois a canção contava a peculiar história de um cisne branco que havia sido corrompido e se tornado negro:

.

There was once a white swan

In a village far away from here

She was the hero who would come

And fulfill the prophecy

.

When time once stood still

With her presence, the clock ticked again

Once forsaken, the hope for happy endings

Was no longer in vain

.

But fear took hold of her heart

And darkness flooded in

What was once pure now became

Filled with malice, hatred and sin

.

For nothing makes you go quite insane

Like the fear of losing the ones your hold dear

For t'was such fear that turned the white swan

Into a monster who delights in others' pain

.

Who can now tell me whose name

Has replaced mine in the dagger?

What hero will stand up to evil?

Whose hand shall be the one to stab her?

.

Um riso cheio de malícia ecoou pelas catacumbas e o fiador interrompeu seu trabalho. O monstro havia chegado.

— Ao contrário de você, eu escondi minha adaga muito bem...

A mulher se aproximou das barras da cela e seu rosto se tornou reconhecível graças a um facho de luz.

— ... Rumplestilskin. – ela pronunciou seu nome com impecável perfeição.

O fiador abriu um sorriso sardônico em resposta, e seus dentes amarelos e falhos surgiram por detrás de seus lábios.

— Eu pensei que você tivesse se esquecido de mim, Ó Rainha das Trevas. – ele respondeu a saudação, fingindo ter saudades dela.

Sua visitante fez uma careta de dúvida e desgosto.

— Não sei se gosto desse título. Regina era a Rainha Má. Não quero nada que me compare a ela.

Rumple se levantou e começou a caminhar em sua cela, gesticulando enquanto repetia uma longa lista de títulos, um mais pomposo e sombrio do que o outro.

— Imperadora das Trevas, Encarnação do Ódio, Ruína da Humanidade, A Treva Suprema, A Calamidade Final...

— Está bem, chega. – ela interrompeu, achando que aquilo já estava ficando ridículo – Eu não vim aqui para ouvir você me bajular.

Cisne NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora