Tirada de mim

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Cheguei ao quarto 202 e minha mãe estava deitada conversando com o doutor Daniel que quando me viu saiu do quarto. Eu me aproximei tentando segurar as lágrimas, era demais pra mim ver a mulher mais guerreira que ja conheci deitada em uma cama, impossibilitada de viver, de se divertir... de ter esperanças!
-Não chore querida! Tudo ficará bem!- ela falou enquanto me chamava pra um abraço.
-Eu não consigo mãe! -disse entre lágrimas.
-Nicole, sente-se. Precisamos conversar! -o tom dela era sério e eu ja sabia do que se tratava. Sentei-me e esperei ela falar.
-Ja vi que você conheceu o Allan! Ele foi aprendiz do seu pai. Acho que ele ja te contou o que eu sou, ou melhor o que nós somos. - disse e olhou para suas mãos. Haviam agulhas em suas veias, era doloroso vê-la assim.
-Mãe porquê não me contou?
-Eu tive medo filha, eu não podia perdê-la! Há uma pessoa que tem odeio de mim, do seu pai e consequentemente de você!
-Laufey... - falei e senti algo subir pelos meus pés até às minhas mãos e chegando a minha cabeça. Eu sentia odeio só de ouvir esse nome! Eu vou matá-lo.
-Filha você não precisa ser nada disso. Você pode ter uma vida normal!
-Não mãe, eu não posso - a interrompi- eu sei quem é Laufey, ele apareceu pra mim e me fez isso- levantei a mão machucada com o curativo- ele disse que me mataria - o ódio tomou conta de mim- eu vou matá-lo!
-Como ele apareceu? Quando? - perguntou ela assustada.
-Hoje à tarde. Eu sai do banheiro e ele estava no meu quarto.
-Mas... oh meu Deus! - vi o seu desespero e lágrimas brotarem dos seus olhos.
-Mãe precisa ser forte, eu não posso e não vou fugir de quem sou. Eu vou estudar, me aperfeiçoar e se estou destinada a acabar com tudo isso é o que farei!
-Eu entendo filha mas tenha cuidado. E eu sei que o Allan vai cuidar de você. Ele te ama, não gosto muito da idéia mas ele é o único que pode te ajudar agora. Não confie em mais ninguém. Muitos acham que você acabará com tudo, mas têm os que acham que você será o estopim para mais conflitos.
-Eu sei!
De repente senti algo sombrio, o quarto estava frio , olhei para cima e uma nuvem negra se formava bem acima da nossa cabeça. Cheguei para mais perto da minha mãe e ela olhava assustada para cima, houve um flash de luz e do nada Laufey estava lá à nossa frente. Ele caminhou até nós e me empurrou para uma poltrona que ficava à poucos metros da cama, fez isso e se aproximou de minha mãe. Eu tentava me mecher ou até mesmo falar mas eu não conseguia, algo me prendia ali e me impedia de falar!
O olhar de minha mãe era sombrio e ela estava paralisada com a imagem do homem à sua frente.
-Olá Carrie. Feliz em me ver? - perguntou o homem, sua voz era estranha, rouca... ele levou à mão esquerda ao rosto dela. Pude ver lágrimas brotarem no rosto dela e o seu olhar agora era de desespero como se assim como eu não pudesse se defender.
-Ela poderia ter sido a minha filha Carrie, mas você escolheu aquele - fez uma pausa, olhou para mim - você escolheu assim. Ah como eu te amei, mas depois do que você fez! Meu amor se transformou em ódio e agora você vai me pagar pelo sofrimento que me causou- gritou ele.
Eu tentei mais uma vez me mecher mas foi uma tentativa frustrada.
Ele estendeu a mão para mim e falou: -Fique bem quietinha ai, você vai ver a sua mãe morrer e verá o seu pai morrer também. Depois o seu namoradinho e por último eu mato você!
O ódio me consumiu e eu tentei me mecher tentei gritar, meus olhos queimavam, as minhas mãos doíam , todo o meu corpo queimava e eu consegui ouvir o meu grito, Laufey me olhou espantado e boquiaberto. Levantei-me e o Allan entrou no quarto.
-Saia daqui Allan esse assunto é entre mim e ele.- eu respirava fundo e a minha voz estava diferente. Eu gritava e a minha voz saia rouca.
Ele estendeu uma das mãos em direção à minha mãe, num estante ela estava la e no outro havia só a roupa dela, abaixo dos lençóis.
- Você vai pagar por isso- gritei e corri na direção dele. Aquele miserável sumiu e num segundo estava atrás de mim. Allan tentou correr até ele mas foi arremessado porta à fora. Eu levantei a minha mão e num impulso falei palavras que eu desconhecia. Houve um flash vermelho de luz , eu o havia atingido. Ele se contorcia de dor no chão. Podia ver em seus olhos a dor que sentia, as veias dele estavam à mostra. Estava bem onde eu queria, agora ele ja era.
Levantei-me e me aproximei . Estendi a minha mão novamente e quando senti que aquelas palavras viriam de novo, a minha mão ascendeu noutro flash de luz vermelho, minha cabeça latejava, o meu corpo estava fraco mas mesmo assim eu queria mais... queria mais daquele poder correndo nas minhas veias. Quando eu iria atingi-lo ele sumiu. Mas que droga, eu queria que aquele homem desprezível estivesse morto agora. Olhei em direção à porta e o Allan me olhava assustado, boquiaberto. Voltei-me para a direita implorando para que minha mãe estivesse la mas ela não estava. Então senti meu corpo falhar, minha vista antes perfeita agora estava embaçada. Olhei novamente para o meu anjo, eu sentia agora uma dor imensa, meu mundo acabara ali. Ele veio correndo a minha direção antes que eu chegasse ao chão e me segurou.
-Amor? Amor, o que você está sentindo? - perguntou, eu consegui ver a preocupação nos olhos dele.
-Ela se foi, ela se foi... eu estou fraca amor. -aquela intimidade ja não me incomodava mais, era até bom, poder chamá-lo assim e saber que sempre estaria ali pra mim. Pra me ajudar.
-Allan?
-Não se esforce anjo, eu vou te tirar daqui antes que alguém perceba tudo o que aconteceu.
-Eu amo você! - falei, tinha certeza das minhas palavras. Ele abriu a boca, sua reação era de espanto e alegria. Seus olhos brilharam.
-Você ... me ... ama ? - perguntou quase não acreditando, havia um sorriso bobo nos seus lábios.
-Sim, eu te amo.- falei com muito mais certeza do que na primeira vez. Fiz esforço para levar a minha mão à nuca dele e puxá-lo para um beijo. -Vamos sair daqui, porfavor.
Ele me carregou em seus braços, só o que consegui ver foram as lâmpadas que haviam no teto. Aquela claridade quase me cegou. Fechei meus olhos, com a certeza de que eu superaria tudo. Eu a vingaria. E logo em seguida tudo ficou negro!

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Oii , muito bom poder compartilhar a história de Nicole com vocês.
Deixem sua opinião, preciso saber se estão gostando, se eu estou indo pelo caminho certo.
Agradeco muito pelos comentários, se você gostou do capitulo da uma estrelinha.
Obrigada a todos vocês!
♡♡♡♡

Minha Doce EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora