Capítulos 6 e 7

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Capítulo 6

Acordo com o barulho de Karen procurando minha sacolinha de remédios .

O café da manhã já fora entregue, mas pelo liquido frio, deduzo que o serviço de quarto deixou na ante sala, enquanto dormíamos. São 11:40 , e Karen está de ressaca alcoólica e eu de ressaca moral. Hoje é nosso último dia em Manhattan e combinamos de dedicar o dia para coisas de meninas. Lojas de departamentos... um passeio pela 5th avenida... compras sem fim. Lembro que ainda tenho que pegar o vestido de minha mãe. Então apresso Karen, que enquanto digita no ipad e posta nas redes sociais me faz lembrar de alguém não tão agradável.

-Sofy, só vou me arrumar para sair do hotel, depois que você me contar o que aconteceu ontem, tim tim por tim tim.

Sabia que ela iria começar a investigação.

Conto para ela todos os detalhes, até os íntimos, pois para ela não preciso esconder, sempre fomos confidentes, digo tudo que ele falou e fez e tudo que eu falei e fiz até o momento que ela nos interceptou, em nossa milésima briga em 48 horas de encontros inesperados. Quando termino, fico olhando pra ela, enquanto toma o café frio, pensando em tudo que lhe contei.

- Sofia, sei que não é muito experiente no ramo do amor, mas eu que estou de fora, só posso te dizer uma coisa... você é uma burra! O cara está obcecado por você, mesmo sem te conhecer e você está fugindo dele?

- Karen, burra é você! Acabou de me dizer que o cara está obcecado por mim, e obcecado não é sinônimo de apaixonado. O cara é estranho, eu pulei fora!

-É, tem razão Sofy ... mas se eu fosse você, conheceria melhor ele. Por que não chama a Francesca pra sair com a gente, pra sondarmos ela?

-Não, chega Karen, não quero! Lembra do lance do destino? – se bem que o destino estava me juntando a todo o momento com ele – Vamos deixar pra lá e seguir nossas vidas. Meu contato com Francesca é estritamente profissional. E aquele lance misterioso, de pra quem eu trabalho? Nossa, o cara ficou outra pessoa, deve ter muitos inimigos profissionais!

Combinamos então não tocarmos mais no assunto, mas vez ou outra comentamos de algo na noite passada, já conseguindo rir de alguns fatos. Nem percebi, mas Karen me conta que no meio da balada, um bote inflável passou por sobre as cabeças de quem estava na pista de dança, Madeleine tentou subir e quase derrubou o moço que estava nele, vestido de marinheiro. Concordamos que Madeleine continua uma moleca, mas que está muito mais agradável de conviver. Nos arrumamos para sair e enquanto Karen seca seus cabelos dou uma checada em meus e-mails, já vejo um de Francesca .

Ela conta que voltou para casa e me manda por arquivo fotos e as plantas da casa nova e da casa antiga que será transformada em hotel. Caramba! Vou decorar o hotel também! Conto a novidade para Karen, que joga o mérito para si mesma, pois foi ela quem me fez aceitar o trabalho.

No lobby do hotel, tiramos a clássica foto que Karen ama para seu instagram, look do dia. Hoje combinamos de usar calças legging pretas de couro e sapatilhas, algo confortável para andarmos a vontade pela sucessão de lojas que estamos pretendendo ir, e fácil de tirar quando formos experimentar algo. Ela está com sapatilha preta, uma camiseta com desenho de Karl Laguerfeld , uma jaqueta preta rocker e um lenço enrolado no pescoço com desenhos de caveirinhas sorridentes. Eu uso minha fiel companheira sapatilha de oncinha e um suéter folgado areia , lenço vinho igualmente enrolado no pescoço . Hoje estamos em busca de diversão e conforto. Com a cabeça ainda bombando ao som de ontem, não dispensamos nossos óculos espelhados. Mesmo arrumadas transparecemos exaustão!

- Good morning ladies! – Lá vem Joseph, o gerente – aquele senhor, amigo de vocês, passou por aqui hoje bem cedo e deixou um pacote com o concierge.

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