POV'S ACKALIA
Fecho os olhos tentando fazer com que a pequena miragem que se materializou na minha frente sumisse, porém quando abro os olhos, ela ainda está na minha frente com um minúsculo sorriso em seu rosto pequeno
Eu não estou na sua imaginação. Eu existo - a figura em minha frente se pronúncia, fazendo-me ter um susto. De todas as vezes em que o vi, ele só me observava, agora é a primeira vez que o escuto falar
"Como eu posso saber que você não está mentindo?" o questiono
Simples, você está me vendo não está? - assinto, e era verdade eu estava o vendo, bem a minha frente.
Meu pai disse para não confiar muito em minhas visões, ele dizia que minha imaginação é muito fértil, fazendo com que as coisas que tenho em minha cabeça ganhassem vida, ele até me deu uma coisa que posso usar pra os espantar, é só eu o usar. Um colar, ele é simples mas que possui um pingente guardião, e desde do dia em que soube isso, nunca o deixo de usar. Ele me protege, já que, quem me o deu já não está mais presente para fazer isso.
Meu pai morreu há cinco anos, vítima de um tumor cerebral, ele não sofreu muito e agradeço por isso, o câncer foi rápido de o tirar de mim, ele era meu anjo, um anjo bom. E anjos não merecem sofrer
Já a minha mãe não é como meu pai, longe disso, ela não acredita em mim, ela acha que eu sou doente que precisa diariamente tomar aqueles inúteis remédios. Eu odeio eles, ela diz que é para o meu bem, mas o que ela não sabe é que isso me causa ainda mais dor. Eu não sou doente, só porquê eu consigo ver coisas que ninguém mais consegue isso não significa que eu sou maluca, ou significa?
Aos cinco anos, fui diagnosticada com esquizofrenia. Eu sou esquizofrênica, palavras da minha mãe e do doutor Heidegger, coitados, eles que não querem enxergar a verdade. Tento levar uma vida normal, apesar de todos os olhares tortos e cochichos que recebo quando chego em um determinado lugar. À sério, as vezes chego a pensar que eles perderam o orifício em meu rosto
Passei todos os dias da minha vida ate agora, morando em Nova Iorque, depois da morte do meu pai quando tinha doze anos minha mãe se fechou ainda mais, pelo menos comigo. Nunca tivemos um momento normal de mãe e filha, acho que no fundo, ela não o queria ter, afinal, ninguém quer ficar perto de uma doente esquizofrênica. Depois disso, ela começou trabalhando mais e mais, deixando - me mais tempo sozinha do que o necessário. Ela trabalha como bióloga num centro de pesquisa marítimo de Nova Iorque, as vezes ia ao seu trabalho, gostava de ficar observado os diferentes tipos de peixes e animais mamíferos que tinham no grande aquário
Mas isso iria mudar, eu estou de mudança. Minha mãe resolveu que já era hora de casar - se novamente, Estou predestinada a morar nos confins do mundo vulgo Vancouver - Canadá, ela diz que vai ser bom pra mim e que vou gostar. Tudo treta! Ela só que saber do que é melhor para si mesma! não pra mim
Ainda não cheguei a conhecer o meu futuro padrasto - só o nome me causa ataque de risos - mas soube que irei ter dois irmãos e uma irmã, isso não e ótimo!? Não. É horrível, deve ser mais uns filhinhos de papai mimados, e a ideia de ter que os suportar não me agrada nem um centésimo de segundo
Aliás, tudo que minha mãe vem fazendo não me agrada ultimamente, nossa mudança para o outro lado do país, seu novo noivo, que até algumas semanas atrás eu desconhecia, a minha descoberta que terei irmãos e que terei que morar com todos eles na casa de um desconhecido como uma família grande, alegre e feliz. Isso me causa enjoo
"Porque você nunca falou antes?" resolvi por fim perguntar. Esse é um dos exemplos, pra minha mãe, eles não existem, para mim são reais, ela que não consegue ver
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NO SLEEP - PARADA #wattys2017
General FictionEla gritou de frustração, apertando firmemente seus cabelos dourados."Cale-se! Cale-se, cala a boca, cala a boca!" Ela gritou por desespero. As vozes em sua cabeça ignoravam sua súplica desesperada, em vez disso cada vez mais e mais alto a cada segu...