DIA 9

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Oito horas e quinze minutos.

Oito horas e quinze minutos!

Mas onde é que aquele loiro pode andar a fazer? Cheguei aqui uns dez minutos antes da hora com medo que, com o entusiasmo, o rapaz com o cabelo loiro falso fosse chegar antes da hora e não o queria fazer esperar, mas pelos vistos a minha teoria foi por água a baixo.

É inverno aqui na Irlanda e vamos adiantar que, de manhã, a uma hora destas, não é muito agradável ficar por longos períodos de tempo sem qualquer tipo de ar quente.

Olho para todas as direções e não há sinais dele. Suspiro já a perder a paciência e pego novamente no telemóvel para ver se consigo com que ele me atenda o raio da chamada.

Um toque. Dois toques. Cinco toques. Voicemail.

"Niall, por favor não me digas que adormeceste, porque claramente isso não vai dar muito jeito se queres chegar a horas decentes para ver o Theo.", começo. "Por isso, se estás de pé e se ouviste esta mensagem, diz me que falta pouco tempo para chegares. Estou a morrer de frio.", para terminar a mensagem de voz, mandar-lhe um beijo e desligo a chamada.

Oito e quarenta minutos. Mas que raio se passa com aquele rapaz?!

Volto a ligar, mas nada.

Após mais umas três tentativas de o contactar, chego à conclusão que ele não vem e vou andando para dentro do carro, onde eu já devia ter posto os pés mais cedo.

Quando já estou a pôr o carro a trabalhar, ouço uma voz familiar entre os ruídos de uma segunda feira de manhã: "Melanie! Espera, eu já estou aqui!", olho através do espelho da porta e vejo Niall a correr até mim com uma mala enorme às costas.

"Mas que raio é que estavas a fazer para chegares tão atrasado?", repreendo-o enquanto saio do carro e ponho as mãos na cintura, um habito estranho que tenho quando quero mostrar a minha frustração ou descontentamento.

"Desculpa, Mel!", fala enquanto a sua respiração é irregular devido ao ritmo com que veio. "Mas acordei uns quinze minutos antes da hora marcada, algo que importou um pouco mas que não iria fazer diferença porque eu iria chegar a tempo, mas depois a minha mãe começou-me a fazer quinhentas perguntas e bem que eu tentei escapar, mas não consegui mesmo! Desculpa, desculpa, desculpa!", explica-me.

Sinto que o que o loiro me diz é a verdade, mas mesmo assim não consigo estar um pouco chateada e magoada com ele. Quer dizer, ele fez-me esperar quarenta minutos e não teve a decência de me mandar, pelo menos, uma mensagem a avisar-me!

"Podias ter-me mandando uma mensagem, sabes?", relaxo enquanto ponho a sua mala na parte de trás do carro. "Esperei quarenta minutos por ti esse tempo por ti fora do carro...", acrescento e posso ver um raio de arrependimento a passar nos seus olhos.

"Desculpa, Mel. Eu realmente não sei o que se passou na ultima hora...", desculpa-se novamente e eu abraço-o para ver se ele se sentia melhor, não se sentir tão culpado.

[...]

Já tínhamos chegado a casa do irmão de Niall à pouco mais de uma hora.

Embora eu tivesse com imenso receio de conhecer esta sua parte da família, posso dizer que correu muito melhor do que pensei.

Tanto o seu irmão como a mulher, foram muito simpáticos e agradeceram imenso a minha disponibilidade para fazer está viagem com o Niall.

Já o Theo ficou um pouco com o pé atrás. Pareceu-me que ele não gostou muito de mim ao início, talvez nos primeiros minutos, mas assim que se apercebeu que eu até sabia as suas brincadeiras e que o tio confiava em mim, foi como algo de drástico - mas para melhor - tivesse acontecido.... Aproximou-se de mim, pediu-me para o pegar e, neste momento estamos num parque que fica a poucos minutos da casa do irmão do Niall.

"Mel, podes empurrar-me o baloiço?", consigo ouvir a voz pequena de Theo a perguntar.

"Claro que sim, pequeno.", sorriu dando-lhe a mão e conduzindo-o até ao pequeno e azul baloiço.

Quando o Theo se fartou de baloiçar, fomos ter com o Niall - já que os pais do pequeno se encontravam em casa.

"Então, campeão? Já te cansaste?", Niall pergunta, pondo-se ao seu alcance.

"Tio, compras-me um gelado?", pergunta depois de ter acenado com a cabeça.

"Claro! Vamos ali ao café e eu compro-to!"

[...]

"Foi um bom dia, certo?", estávamos parados à porta de sua casa, dentro do carro.

"Sim, era mesmo aquilo que precisava! Obrigado mais uma vez!"

"Já te disse que não precisas de agradecer! Fiz de bom grado!", sorriu.

"Sim... Claro.", diz e percebo que não há e não vai haver mais tema de conversa. Pelo menos por hoje.

"Então, até amanhã!", digo e o Niall sai do carro depois de um abraço um pouco apressado.

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