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LUNA

- Sente-se Luna.

Olhei para o homem assutada. Ele era alto e forte, seus olhos eram azul bem claro - de uma maneira nada normal, um azul que brilhava e que eu nunca havia visto em pessoas normais, e acredite ele passa bem longe disso!

Mais dois meninos estavam ali comigo. Um moreno magrelo, e um japonês mais novo do que eu.

Lembro-me de pouca coisa desde que fui arrastada à quilómetros de distância, uma vaga memória de lobos e mato, muito mato!! Ora ou outra pego-me com raiva sem motivo algum, desde bem... a mordida eu não me sentia eu mesma, sinto-me mais... fria.

Seja lá o que fizeram comigo à nove dias, essa não sou eu - ou ela, sei lá. Não sinto saudade dos meus pais e da minha família, não sinto mais nada além de receio. Receio de acreditar nas pessoas erradas e acho que eles não são do bem, não mesmo.

- Estamos aqui pelo nome d'O Senhor para explicar a vocês o que são, o que farão e como nós ajudaremos vocês.

- Para que nos ajudem no futuro. - completou um rapaz negro que está na frente da sala cuidandi da entrada.

- E como nós podemos ajudar? - o menino Japonês perguntou.

- Isso não interessa ainda. Primeiro...

Bati na mesa, chamando a atenção do brutamontes que me olhou firme e exibindi seus caninos.

- A pergunta correta a se fazer aqui é "Por quê ajudariamos"?

- Insolente... fêmeas são mais difíceis de se domar.

- Domar uma ova! Dome seu...

Ele. Rosnou. De. Verdade. Pulei de susto, era mais alto que de um tigre!

- Vou ensina-la bons modos.

- Que tal você aprendê-los primeiro Rafael? - uma mulher cruzou a sala seguida a pequenos passos por um lobo imenso branco. Ela chegou ao outro lado da mesa e piscou para mim.

- Mia...

- Não diga nada. Ela é minha, as ordens vem d'O Senhor. E isso significa que se mecher com ela, estará mechendo comigo também. - unhas cresceram e ficaram batendo na mesa vom um sonoro turum turum turum.

Rafael olhou feio para mim e depois voltou a falar normalmente.

- Vocês são espeviais agora, lobisomens é o que somos e servimos O Senhor , nosso pai e criador.

- Ele é o primeiro Lycantropus Impérios a surgir. - completou Mia. - Somos lobisomens raros, com poderes além do que imaginam, isso - ela apontou para o lobo que a seguira. - é uma delas. Lobisomens comuns só conseguem se transformar em lobos, não deixam de ser fortes nem velozes, mas a questão é que além de podermos soltar nossas feras podemos entrar em uma meia transfomação e lutar com elas.

- Somos mais fortes por isso - voltou Rafael. - estratégicamente números não são difícil para nós, temos muito mais a falar, mas amanhã verão melhor. Agora vocês irão dormir, está tarde.

Eles começaram a sair dali, deixando eu e os dois meninos com um grande O na boca, aquele O do tipo " o quê "? Fui a primeira a levantar dali, dai arrastando a cadeira e fui seguida pelos outros dois.

Nevava um pouco lá fora, mas ninguém notou, era como se nem estivesse ali. Poderia achá-la bonita no meu passado, mas rla se tornou algo indiferente.

Espero que isso tenha cura.

Caminhamos para uma parte sem árvores onde só havia um montinho de cabaninhas pequenas de palha e portas de aço - eu acho.

- Venha comigo é... qual seu nome?

Olhei para Mia jogando o cabelo com tudo nela. Ela riu, não era para ser divertido, era?

- Estou esperando.

Pelo menos ela era paciênte. Resolvi dizer.

- Luna.

- Ótimo Luna, venha comigo.

Caminhamos para um pouco mais à direita e ela parou em uma das barraquinhas e fez um gesto com a palma da mão e logo em seguida a porta foi escancarada.

- Este será seu quarto. Trarei comida depois, esteja pronta amanha para seu primeiro dia de treino tudo bem?

NÃO MESMO!

- Eu não quero treinar.

- Você irá.

Senti uma raiva tremenda dela, queria soca-la. Céus! Não sou assim! Nunca fui!

- Espero que durma bem Luna. - ela disse L-U-N-A beem de vagar.

Respirei fundo enquanto a porta se fechava me deixando no escuro com um lampeão no criado mudo gasto de madeira ao lado da cama também gasta.

O chão era frio e as paredes também suponho. O lugar era pequeno e nada aconchegante, uma manta cobria o colchão e o travesseiro.

Sentei na cama e coloquei as mãos no cabelo. Estava sozinha, perdida no meio do nada - é o que eu acho , bem no Brasil não neva certo?

Não sei onde estou nem se estão me procurando. Mas eu não estava sentindo isso a pouco tempo atrás. É como uma montanha russa, uma hora estou fria e em outra estava voltando ao normal.

Não demorou muito e um rapaz me trouxe um frango inteiro, havia me explicado que a instalação era nova e que eles estavam coletando suprimentos e outras coisas para que nossa estadia seja melhor e mais "comfortável" - sobre isso eu duvido.

Comi com votade, ele era assado, estava um pouco queimado mas não liguei. Estava realmente com muita fome.

Larguei o prato no chão ao lado da porta e voltei para a cama e deitei.

***

Esperei o sono vir.

Achei que não viria.

Sonhei que estava em alto mar. Estava sozinha e estava de noite, as onda me carregavam e me puchavam de volta, a água estava quente, quente até de mais.

Percebi que estava mais quentes em lugares específicos, olhei para meus pulsos e neles eu vi que estavam alojados correntes, mas não eram normais, pareciam fumaça...

Senti um tranco.

Comecei a afundar na água com muita velocidade e violência, via algo brilhante vez ou outra.

Acordei ofegante.


Cadeias (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora