Prólogo

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Fazia apenas um dia que eu havia desembarcado no Brasil, um dos países inclusos na minha nova turnê. Um ano atrás fiz minha primeira visita ao país e a partir de então me apaixonei. Além de ser um lugar lindo, as fãs brasileiras eram as mais bonitas e tinham um belo corpo. Eu até mesmo tinha aprendendo a falar um pouco português. Esse fator contou muito quando eu e meu agente estávamos organizando minha turnê.

— Abraham, dez minutos. — avisou-me meu produtor entrando no camarim.

Encarei o espelho e, apesar dos maquiadores terem feito um ótimo trabalho, ainda pude ver o cansaço presente nos meus olhos. Este era décimo show que eu fazia em menos de três semanas e o Brasil já era o quinto país.

Respirei fundo, verifiquei se meu cabelo estava exatamente como deveria estar e fechei os olhos por alguns segundos.

— Vamos lá, campeão. — disse para mim mesmo e sai do camarim.

Meus dançarinos já estavam me esperando no lado de fora. Eu já podia escutar algumas centenas de pessoas gritando o meu nome. O corredor estava bastante movimentado com pessoas passando de um lado pro outro.

— Todos prontos? — perguntou o produtor, atrás de mim. Todos concordaram.

Nós fizemos nosso grito de guerra e os dançarinos subiram no palco, eu sempre era o último a subir. Uma moça se aproximou e colocou o microfone em minha cabeça, tomando todo o cuidado para não tocar no meu cabelo. Enquanto ela fazia seu trabalho, meus olhos se fixaram em seu colo, para ser mais especifico em seus peitos que estavam saltando para fora da blusa. Ela percebeu e ficou imediatamente vermelha. Eu sorri enquanto ela se afastava.

Estava na hora. Eu respirei fundo, beijei minha medalhinha que sempre estava comigo nos shows e subi no palco.

Gritos ensurdecedores, uma multidão e uma luz forte no meu rosto foram tudo o que eu vi e ouvi ao subir no palco e começar a cantar uma das minhas músicas mais famosas. O número era dançante e por isso não pude me focar no meu público com mais atenção.

No decorrer do show e aos poucos fui identificando alguns rostos de garotas bonitas que estavam próximas ao palco, algumas estavam desesperadas, outras chorando, mas todas estavam cantando minhas músicas ou gritando meu nome. Eu adorava causar esse efeito.

Depois de mais de meia hora em cima do palco, fiz a pausa para a troca de roupa. A próxima música era a que todas as garotas esperavam. Alguma fã sortuda seria premiada para subir ao palco para eu cantar uma música para ela.

— Já escolheu a garota? — perguntei ao meu produtor, Alex.

— Sim. — respondeu Alex enquanto digitava alguma coisa em seu celular.

— Alex, eu espero que você tenha escolhido alguma garota razoável dessa vez. As últimas foram uma negação.

— Não se preocupe, garanhão. — disse ele por um momento desviando o olhar do aparelho para olhar para mim. — As brasileiras são muito bonitas. — ele piscou para mim e voltou à atenção para o celular.

Eu bufei e voltei para perto do palco, já estava próximo da minha entrada. A garota já havia sido escolhida e estava do outro lado palco, mas com todas aquelas luzes eu não conseguia ver nada, apenas uma cadeira no centro do palco.

— Tudo pronto, Abraham? — perguntou minha coreógrafa. Eu acenei minha cabeça, já havia feito aquele número milhares de vezes.

Subi no palco e houve outra sessão de gritos ensurdecedores. Esperei a plateia se acalmar um pouco, antes de falar:

— Agora é uma parte do show muito, muito especial — comecei dizendo e as meninas começaram a gritar mais alto, esperei que se acalmassem para continuar: — Essa é uma música muito importante para mim, uma música que eu dedico a todas vocês, mas só uma será a escolhida para subir aqui hoje.

Tudo o que Eu Nunca DisseOnde histórias criam vida. Descubra agora