Capitulo 02 - Paradeiro

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          - Alicia! – Escutei a voz distante de minha mãe, abri levemente os olhos, ela estava sentada ao meu lado da cama, e balançava levemente o meu corpo, porem sua imagem era apenas um borrão. – Alicia acorde! – Disse ela mais uma vez.

          Cocei meus olhos, a minha visão foi se acostumando com a iluminação, me sentei na cana e olhei para minha mãe, seu rosto estava aflito. Aquilo me deu um calafrio, se minha mãe estava aflita, boa coisa não era.

          - O que houve mamãe? – Perguntei.

          - Luna ainda não voltou! – Ela se levantou e começou a andar de um lado para o outro no meu quarto e de minha irmã, olhei para o lado, a cama dela estava intocada. – Já entrei em contato com Aghata e Orion mas nenhum deles sabe onde ela esta! Orion tentou rastrea-la através do amuleto, mas quando chegaram no local que o amuleto indicava, ele estava jogado no chão...

          - Não se preocupe mamãe. – Me levantei da cama. – Eu estou indo procurar por minha irmã. – Estava andando na direção do meu armário.

          - O que?! E se você desaparecer também? – Ela disse eufórica, ela segurou minha mão quando passei por ela.

          - Não precisa se preocupar. – A abracei. – Eu sou uma Contatore, e não irei só minha mãe. – Senti os ombros tensos de minha mãe relaxarem.

          - Certo minha filha... Mas tome cuidado, esta bem?

          - Certo.

          Soltei minha mãe e abri meu armário, empurrando minhas roupas para o lado e abrindo o compartimento escondido ali atrás, escutei o som de passo e a porta se fechando. Coloquei minha costumeira roupa de missões, sai do quarto e desci as escadas, e fui na direção da porta, onde minha mãe me aguardava, com o rosto coberto por preocupação. Sorri para ela.

          - Estarei rezando por você, minha garotinha. – Minha mãe afastou minha franja e me deu um beijo cálido na testa.

          - Não se preocupe mamãe. – Abri a porta e dei dois passos para fora de casa, olhei para trás, ela me observava da porta. – Trarei a Luna de volta.

          - Eu confio em você...

          Me virei e corri na direção de uma moto na garagem, subi nela e dei a partida. Dez minutos se passaram e já estava perto da saída da cidade, acelerei o Maximo que pude, logo já estava fora da cidade, e daqui a alguns minutos estaria no quartel general dos Contatores.

                                                               ~♠~

          Estacionei a moto na parte de trás daquela igreja abandonada, tirei o capacete e corri para a entrada. Respire fundo.

          - Aequalitas secundum veritatem et secundum veritatem iudicat. – Quando era pequena me perguntava o que essa frase significava, ate o dia que Orion sorriu para mim e disse: “o equilíbrio depende da verdade, e a verdade depende do juiz”.

          As gigantescas portas de madeira maciça se abriram e eu entrei. Senti aquela mesma sensação de formigamento que sinto ao atravessar aquela porta. Um ser humano normal poderia abrir a porta e encontraria a igreja totalmente vazia, mesmo se disser às palavras que eu havia dito. Para que possa ser teletransportado para o quartel general, precisa ser descendente de sangue do primeiro Contatore.

          Varias pessoas andavam de um lado para o outro, e no meio da confusão avistei os cabelos vermelhos e espetados de Orion. Corri na direção dele. Diferente da pequena igreja, onde eu estava parecia mais o interior de um castelo.

           - Orion! – Chamei quando já estava mais próxima dele.

          - Alicia, que bom que já esta aqui! Estava preste a mandar alguém lhe chamar. Venha comigo. – Ela segurou meu pulso e saiu me arrastando pelas escadarias, passamos por vários corredores, ate finalmente entrarmos em uma sala. – Agatha, já sabe de alguma coisa?

          - Nada... – A mulher de longos cabelos rosseos suspirou. Ela olhou para Orion e sorriu quando me viu. – Vejo que já trouxe minha sobrinha.

          - Ola tia Agatha.

          - Fico feliz que esteja aqui, estamos loucos atrás de sua irmã, nunca e um bom sinal quando um Contatore desaparece, e Edgar esta me deixando louca por causa disso! – Ela respirou fundo. – Estava preste a lhe convocar, estou mandando você para procurar por sua irmã com mais duas pessoas.

          - Certo, onde eles estão? – Questionei olhando para os lados, e constatando que só havia eu, Orion e tia Agatha na sala.

          - Estão na sala de Louis pegando o material para a busca, estou enviando vocês para onde o amuleto de sua irmã foi encontrado. Área 751.

          - Área 751? – Olhei para ela. – A missão de minha irmã era na área 235!

          - Também não entendemos o porquê dela te ido para lá...

          - Estou indo me encontrar com meus companheiros! – Sai correndo da sala.

          - Espere! Eu ainda nem lhe disse quem eles são! – Escutei o grito de tia Aghata, mas as pessoas que iriam me acompanhar não importavam. Aquilo me incomodava.

          Área 751, as Ruínas Malditas, aquele lugar era inóspito, então por que lá?

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