Prólogo

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- Fico encantada de conhecê-lo, Mr. Johnson!  

Era a última fala do meu ensaio realizado durante a semana. Estava tensa. Se tratava nada mais, nada menos do meu "ritual" - ato de passagem para me tornar livre. Se eu falhasse estava tudo acabado. Eu morreria, literalmente.

O restaurante estava repleto pela alta sociedade de Nova York: figurões, celebridades, anônimos ricaços e alguns nobres magnatas do tráfico local. Baseava-se em por em prática as aulas ministradas pela Madame Queen ao longo de todos os anos. Disseram-me que eu era a garota perfeita para o serviço: alta, jovem, traços delicados, olhos verdes. O problema dos cabelos loiros foi resolvido com uma longa peruca negra. Resumindo, a garota dos sonhos do Mr. Johnson.

- Estamos procurando este cara há anos, Iane. É uma oportunidade rara. Sua missão é apenas introduzir a pílula no drink do nosso ex-cliente. O resto fica conosco. Dentro de algumas horas você estará livre.

Depois de proferir, Javert coçou seu cavanhaque mais uma vez conferindo o horário marcado. Meu instrutor era um homem sério, sisudo, leve sotaque francês, coroa de uns quarenta anos e fios tornando-se grisalhos. Treinador implacável de um magnífico senso perceptivo. Ele é o responsável pelo setor de capturas da Providência e instrutor dos calouros até o momento da libertação, o que chamamos chamamos de ritual - a  missão oficial como requisito de perdão pelo meu crime. Se eu passar, terei a minha liberdade de volta, se eu falhar a própria Providência eliminará.

- Você está linda neste vestido branco, cadete. - Javert elogia-me pela primeira vez, esboçando um leve sorriso. Impressionei à maneira como seu rosto assemelhou-se a um aspecto de tigre. Ele nunca sorria.

- Muito agradecida, agente Javert.  - retribuo o elogio com timidez proposital, depois de bebericar minha taça.

- Não precisa ficar nervosa, garota. - disse ao notar minhas pernas cruzadas. Eu realmente estava nervosa, mas jamais estava deixando isso transparecer. - Se você não conseguir, ninguém conseguirá. - Ele prossegue: - Já pensou o que fará quando estiver com seu alvará?

- Meu único desejo depois de tudo isso é comprar uma casinha na beira da praia e correr todos os dias pela areia ao nascer do sol. - contenho a lágrima seca que ameaçava borrar o rímel com um lenço.

Javert olha ao redor discretamente e coloca à mesa uma pequena caixa vermelha adornada por uma fita prateada. Preso ao laço um bilhete elegantemente selado com o brasão da providência. Ele me fita feito um felino ante à presa. Num tom viril e mais caloroso que o normal ele diz:

- Isto aqui guardamos para você, Iane. O que fará parte da sua vida desde então está dentro desta caixa...

- Meu alvará?! 

O entusiasmo da minha voz é percebido pelos demais quando noto que irrompi a delicada música clássica do ambiente. Num instante recomponho-me ao lembrar do motivo que me fez estar aqui. Não foi preciso levar advertência, pelo menos desta vez.

Ao contrário do que imaginei Javert realmente parecia mais sereno, comportamento leve, voz pausada. Mesmo por se tratar da minha missão, no fundo acredito que ele esta torcendo por mim.

- Iane. Agora é com você. Nosso alvo está chegando com três capangas e duas prostitutas finas ao lado. Os demais se sentarão em mesas atrás da sua. Eu cuidei da reserva. Logo que eu sair, aguarde dois minutos e abra o bilhete com a senha da conta bancária.

Javert se levanta e ajusta o finíssimo terno cinza. Ao olhar para trás, noto que Mr. Johnson ainda está à porta cumprimentando alegremente as moças da recepção. Volto a vista na direção de Javert e o avisto deixando o local pela saída da cozinha,  em passos calmos, que parecem flutuar de tanta elegância. Ele desaparece entre alguns garçons.

O celular que me foi entregue vibra em minha carteira. Percebo que se trata de uma ligação desconhecida. Atendo.

- Esqueci de te dizer. - o tom frio de Javert desperta minha adrenalina. Ele continua:

- Você foi a minha melhor cadete. Agora abra o papel. 

Javert preferiu não esperar meu agradecimento desligando na minha cara.

Sem mais delongas, respondo num tom bastante sexy o "boa noite" de Mr. Jonhson que a essa altura já tinha beijado em minha mão direita e sentado frente a mim. Dou mais uma golada em minha taça e abro o papel.

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"Ele sabe que você está trabalhando para a Providência. Vai te matar em instantes.

Dentro da caixa há uma pistola nove milímetros totalmente carregada

Mate-o agora e fuja pelo último box do banheiro masculino."

- Att. Javert.

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Fala aí galerinha do bem! Espero que tenham gostado. Quanta coisa hein!? Será que Iane vai se safar dessa?! Vem muito mais por aí. Semanalmente estarei adicionando os capítulos. Por favor votem, comentem , critiquem, enfim... Sou todinho de vocês! E não esqueçam de indicar obras legais para eu acompanhá-las e fazer o mesmo.

UM GRANDIOSO ABRAÇO, BEIJO, CHEIRO (e o que tiver direito rsrsr), CHEIO DE EXPECTATIVAS E DESEJOS DE SUCESSO!

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⏰ Última atualização: Aug 13, 2015 ⏰

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