Fugitivos sempre se dão mal?

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Camille Malcolm estava vestindo seu vestido azul. Ela só vestia azul quando estava prestes a fazer algo inteligente. Ou não.

Na casa ao lado, de onde se podia ver da janela, estava uma garota usando um vestido vermelho. Nathalie Schenker, que seria a cúmplice. A garota loira também era a melhor amiga de Camille.

Nathalie sorriu para a amiga da janela. Estava confirmado que seria daquele jeito. Elas tinham que fazer, agora.

Camille jogou o cabelo castanho para trás e desceu as escadas. Ela nem tinha chegado até a porta, mas a sensação já era de liberdade e de independência.

Quando a garota, que estava de vermelho, chegou a varanda, sua amiga já estava calçando os sapatos e tirando o envelope do bolso.

- Pegou o dinheiro? - Nathalie perguntou quase tremendo.

- Claro - Sussurrou Camille - e fale baixo, você vai acordar meus pais e nosso plano vai pra sarjeta.

Nathalie assentiu balançando a cabeça, fazendo suas ondas loiras ficarem em seu rosto.

Elas tinham planejado isso juntas, e agora estava sendo concretizado. Não tinha mais volta. Era agora ou nunca.

Nathalie estava com um pouco de medo, enquanto Camille, como sempre, estava bem confiante.

O sol ainda não tinha nascido, mas Camille sabia que a estação abria as portas em 10 minutos. E como a estação ficava à apenas 4 quadras dali, elas podiam ir à pé.

Elas desciam pela rua sem trocar nenhuma palavra, até Nathalie quebrar o silêncio.

- Sabe, - ela começou - Eu acho que estou insegurança, Camille.

- Nós não vamos desistir! - Camille disse com firmeza.

Nathalie ia falar algo quando um carro da polícia dobrou a esquina. Elas esperaram a viatura passar, para então se preparar para correr.

Mas e se fosse pior? Se eles suspeitassem? E se os pais delas tivessem acordado e percebido tudo?

Elas precisavam agir rápido.

A garota de vestido azul puxou a amiga pelo braço até a estação de trem. Camille já tinha fugido antes para ir em festas, mas nunca andava sozinha.

Nathalie já deixava o medo e a ansiedade transparecer sobre seus olhos azuis. Ela nunca tinha feito nada longe da sua mãe.

- Não fale com ninguém, Ok? - Camille disse para ela assim que chegaram à estação.

- Você parece minha mãe falando, Camille...

- Shiu! Os guardas não podem suspeitar, sua tola!

- Mas eu ainda não fiz nada...

- Ainda não. - Camille interrompeu.

Depois de se afastar da amiga, Camille foi direito comprar as passagens. Nathalie ficou ali, parada, esperando a sua melhor (e talvez única) amiga voltar.

- Pronto,- Ela disse assim que voltou com um brilho nos olhos e passagens na mão. - Vamos dar o fora daqui!

[...]

- Ele não é tão bonito assim... - Nathalie disse após olhar melhor o garoto da cadeira à frente de Camille.

- E que tal... aquele? - Camille perguntou inclinando levemente a cabeça em direção a um outro garoto. A amiga fingiu se esconder por detrás da manga do seu vestido.

Músculos não atraía tanto Nathalie, ela preferia garotos fofos e inteligentes.

- Que tal aquele? - Nathalie disse corando. Enquanto isso, a outra garota parecia entediada.

- Ele usa óculos! Nathalie, isso é tão sem graça e anti-popular. Prefiro nem comentar.

- Vai me dizer que prefere aquele? - ela apontou para um cara careca e cheio de piercings.

- Com. Toda. Certeza.

- Mas ele é nojento, parece um drogado e é velho demais para uma garota de dezesseis anos!

- Vou fazer dezessete em breve! - Camille disse aumentando seu tom de voz.

- Não quero brigar, Cammy...

- Desculpe, você é que me tira a paciência, quero dizer...

- Como assim eu? O que quer dizer com isso? - Nathalie quase pulou do assento.

- Desculpa Thalie, eu só disse... me perdoe... Foi um modo errado... Droga, estamos juntas nessa, tá bem?!

- Hm... - foi apenas o que ela respondeu, antes de virar para o lado e olhar o sol que a pouco tempo tinha nascido.

Parecia o mesmo sol, mas era diferente. Não era mais o sol de Yarmouth. Era o sol de Nova York.

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