I Kissed a girl Livro 3

-Permanente

Nicolas era o bebê mais lindo do mundo, não parecia ser prematuro, ele estava quase com oito meses. Segurar ele em meu colo foi reconfortante, parecia que eu havia acabado de voltar à vida real. O médico me deu todas as orientações necessárias pra eu continuar cuidando dele em casa e quase um ano de licença... Nada de trabalho pra mim. Mas daquela vez eu não me importava mais, eu queria ficar o mais próxima possível dele e de Jess, voltar aos poucos a ter uma vida normal, com as preocupações normais de pessoas normais.

Assim que saí do berçário dei de cara com Jess nos encarando fixamente como se estivesse paralisada ou sei lá.

-Ta tudo bem, amor?- Perguntei assustada.

Jess não me respondeu. Deixou as bolsas no banco onde estava sentada e deu longos passos lentos na nossa direção. Ela olhou para o bebê e em seguida para mim, seus olhos lacrimejaram.

-Nicolas...- Ela sussurrou voltando seu olhar para ele.

Esfregou as palmas das mãos uma na outra para aquecê-las e me olhou novamente.

-Eu posso segurar?- E suas pupilas dilatadas como uma criança numa loja de doces.

-Ele é seu também.- Disse rindo aproximando ele ao peito de Jess.

Seu corpo estava rígido, parecia ter medo de quebra-lo, eu só conseguia dar risada. Finalmente ela segurou ele em seus braços, e mais lágrimas escorreram pelas maçãs do seu rosto.

-Não acredito que estou segurando meu filho.- Ela disse sorrindo- É tão pequeno, tão lindo... Nicolas combinou muito bem com ele.

-Eu sei.- Sorri me lembrando de Lauren e do último contato que tivera com ela- Vamos?

-Ah espera! Deixa eu segurar ele mais um pouco.

-Você vai ter praticamente uma vida inteira pra segurar ele.- Acariciei seu rosto e ela me olhou com seu olhar penetrante.

-Eu senti saudade de você.- Jess beijou minha mão.

-Eu também senti sua falta e muita...

-Então vamos.- Ela sorriu e me entregou Nicolas novamente.

Jess pegou as bolsas no banco e nós fomos para o estacionamento. Ela abriu a porta de tras para que eu me sentasse com ele. Olhei para o lado e vi uma daquelas cadeirinhas de passear presa ao cinto de segurança.

-Quando você comprou isso?- Perguntei surpresa.

-Fiz muita coisa enquanto você estava no hospital.- Ela sorriu, parecia estar planejando algo.

-Sei.- Disse de olhos semi cerrados- Me diz por favor que quando eu chegar em casa não vai ter uma festa me esperando.

-Não sou louca.- Ela riu- Não tem uma festa te esperando quando chegar em casa.

-Acho bom. Eu quero ficar só com vocês hoje.- Respirei aliviada.

-Só nós três?- Ela perguntou com os olhos fixos no caminho.

-Sim... Tem mais alguém lá, Jess?- Disse desconfiada novamente.

-Bom, não vamos negar que você precisa de ajuda e eu não sei muito bem do que você precisa, então além de nós vão ter duas vovôs bem corujas pra te ajudar com o Nicolas.

-Eu não preciso de ajuda.- Disse brava.

-Não seja teimosa, meu amor. Você é forte, mas não vamos forçar. Só tem um mês que você fez duas cirurgias arriscadas no mesmo dia e ainda está em processo de recuperação. Não pode ficar o tempo inteiro levantado da cama pra buscar o Nicolas no berço. Nossas mães se ofereceram pra nos ajudar.