Capítulo 2

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Por Miguel:

Continuo parado, observando cada pequena movimentação da minha menina, até que somente observar de tão longe se tornou muito pouco, decidido entro no armazém, afinal de contas o que pode ter de mal nisso?

Assim que abri a porta um som alto e agudo preencheu o espaço, então vi aqueles olhos me secando, sua inspeção demorou um pouco mais em meus braços e quase pude a ver sorrir de lado... O que será que se passa nessa cabecinha linda?

Me senti totalmente nu em sua frente, era como se eu voltasse a ser um adolescente com medo do fora, mas louco de mais para ir embora.

Quando seus olhos se encontraram aos meus senti um arrepio na espinha e soube que não demoraria muito a ter Malu em meus braços. Eu a queria como nunca, a desejava como um louco e era esperto o suficiente para saber que não podia mais perder tempo. 

Sorri de canto, deixando claro para ela que tinha sigo pega no flagra. 

Vi suas bochechas ganharem um tom rosado e quase puder ler seus pensamentos, Malu parecia querer se fundir ao balcão e a forma como ela olhava para a máquina do caixa parecia que queria descobrir a fórmula da paz mundial.

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- Bom dia, precisa de algo? - Malu disse olhando em direção a Miguel

Mas que diabo de pergunta é essa mulher? se ele veio em um armazém é porque quer alguma coisa, pensou ela se recriminando pela pergunta idiota. 

Ela o olhou esperando sua resposta, mas somente recebeu um sorriso extremamente lindo, do homem a sua frente, Malu sabia que ele não era da cidade, caso fosse com certeza ela já o teria notado. Com toda a certeza ela já terio o notado, pensou ela.

- Bom dia, não se lembra de mim meni... Malu?

Ela o encarou fixamente tentando se lembrar se já tinham se visto, mas sua memória foi falha, mas com certeza ele estaria enganado, claro que ela se lembraria dele se já o tivesse visto antes, como alguém poderia simplesmente esquecer um homão desse? Era impossível.

_ Desculpe, mas acho que o senhor está me confundindo.

Miguel viu que ela realmente não se lembraria dele, uma tristeza crescia em seu peito, será que ele foi tão insignificante em sua vida que ela simplesmente o apagou de suas memórias?

Não é possível que somente ele fosse atormentado por aquele sentimento. Logo ele percebeu que quando foi embora Malu estava entrando na adolescência, talvez ela não esperasse que o visse novamente um dia, era isso! Ele teria que acreditar nesta teoria e por mais que ela ainda não correspondesse aos seus sentimentos, ele a conquistaria dia a dia, mostrando a ela o tamanho do sentimento que ele nutria pela menina.

_ Não se lembra mesmo de mim pequena?

Malu o encarou sem entender... pequena? Ninguém a chamava assim, ela tinha mais de 1,70 com certeza não era pequena, bem que ela queria... Mas como um start veio em sua cabeça a lembrança de um antigo amigo.

Ah meu Deus, não é possível ser ele - pensou ela. 

Então um mar de lembranças se apoderou dela, e a imagem do menino magro, de cabelos lisos e olhos doces se infiltraram em sua mente, ergueu o olhar e viu o homem a frente, hoje com mais músculos, coberto de tatuagens, mas os olhos continuaram doces, era Miguel, ele tinham voltado?

Sem se conter abriu um sorriso que mostrava todos os dentes brancos e perfeitamente alinhados graças aos anos usando aparelho, Miguel sorriu de volta mal contendo a vontade de abraçá-la, somente seu sorriso já era o bastante para deixar o coração do pobre homem aquecido, mas ele queria mais, ele á queria por inteira, ela era a menina dele, aquela que nem a distância, nem o tempo, conseguiram apagar de sua memória e de seu coração.


19/07/2019

Quando o amor AconteceOnde histórias criam vida. Descubra agora