Dias depois...
Dias se passaram desde que Miguel a viu, a saudade de sua menina já era insuportável, mas ele sabia que precisava dar tempo a ela, ela precisava sentir sua falta, pois só assim ele colocaria seu plano em prática. Ele teria o coração dela custe o que custasse.
Desde muito pequeno ele tinha os olhos nela. Mal sabia ele que aquele carinho especial pela menina, seria o começo de uma grande paixão.
No começo era apenas um carinho de irmão, mas com a chegada da adolescência ele percebia que existia algo mais do que o sentimento de irmandade, mas como tentar algo com ela? Ele já era um adolescente, podia sair, namorar, conhecer outras garotas, mas menina ainda era muito pequena, ele nunca pensou que a diferença de idade o irritaria desse modo, ele a queria, e não se importava de ser mais velho, mas parece que a pequena Malu não pensava da mesma forma.
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Miguel levantou-se da cama rústica de madeira, mas com toques luxuosos em metal prata.
Já tinha dado tempo de mais, ele a queria e não tinha problemas em dizer isso, o que são meras palavras perto de um coração domado?
Miguel caminhou para seu banheiro decidido que teria Malu naquele dia, não importava se fosse somente um beijo, o que importava era que ele a queria como um louco.
A água fria o ajudava a achar uma boa maneira de se encontrar com ela de maneira ''casual'', ele já estava irritado quando finalmente achou a desculpa perfeita.
Ele daria uma festa, sim, uma festa para rever os velhos amigos. Essa seria a desculpa é claro, a final, ele queria somente sua Malu ao seu lado, mas uma festa é sempre uma boa ideia.
Corpos suados, dançando, pessoas bebendo, música boa, seria com certeza uma ótima desculpa para estar ao lado dela, pois se ele conhecia sua menina ela em determinado momento acabaria se afastando do pessoal para tomar um pouco de ar.
Miguel a conhecia melhor do que ninguém, apesar de ter estado muito tempo longe sempre se manteve informado sobre ela, e sabe até mesmo o nome de todos os caras com quem ela namorou, que eram muito poucos graças a Deus.
Sim, eu sou ciumento!
Mas quem não é, quando se esta apaixonado?
Nunca namorei, simplesmente por não querer trair as mulheres com quem saia, sempre acreditei que traição vai muito além de algo carnal, para mim o ato de amar uma mulher e estar com outra, de pensar em uma enquanto esteva dentro da outra, é uma forma de trair.
Assim que decidi voltar me afastei de todas as mulheres com quem me envolvi, por mais que não existisse um relacionamento em si, elas mereciam que eu fosse honesto, um dia elas encontrarão o seu par, e todas me entenderam menos uma...
Termino meu banho e troco de roupa, decidi ficar na casa de minha mãe, até me estabilizar por aqui, Dona Maria que não é boba nem nada, já percebeu que eu não voltei somente pela saudade da minha família e muito menos pelo trabalho, afinal ganho muito mais na capital do que aqui.
Me formei em Medicina e apesar de todo o estilo Bad Boy como costumam me caracterizar eu sempre fui muito tranquilo e um ótimo profissional, diga-se de passagem. Me especializei em Cardiologia, e desde então vivo para o trabalho.
No começo sofri muita discriminação por minhas tatuagens, em pleno século 21 as pessoas ainda julgam por estereótipos, recebi muitos nãos de vários hospitais por não me encaixar no perfil, quase que não arrumei um lugar para fazer residência até que um dos meus professores me chamou para trabalhar no Hospital São Lourenço que é da família dele.
A partir daí me destaquei em minha área por seu um ótimo profissional, trato meus pacientes da forma como eu gostaria de ser tratado, na universidade aprendemos a sermos práticos e objetivos, mas a vida me ensinou que muitas vezes o paciente não quer um médico objetivo, ele quer e precisa de alguém em que ele possa confiar. O médico precisa ser humano, se colocar no lugar do paciente, mas infelizmente muitos colegas não pensam da mesma forma.
O dia passa tranquilo, mas dona Maria não se cansa de tentar descobrir quem roubou o coração de seu filhote, palavras dela hein.
Pego meu celular e começo a chamar um pequeno grupo de antigos amigos para comemorar minha volta, penso me ligar para Malu, mas decido ir pessoalmente a convidar, assim já aproveito e mato um pouco da saudade.
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Quando o amor Acontece
RomanceA vida nos reserva caminhos que muitas vezes achávamos estarem esquecidos, amores que vem e vão, uns deixam lembranças doces e felizes e outros cicatrizes que pensávamos ser incuráveis. Miguel um homem de 26 anos que não tem medo de lutar pelo que d...