QUINTO MANDAMENTO DO AMOR

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                                                      MASTURBAÇÃO NÃO É PECADO - É RECREAÇÃO


            Imagine a cena: 

    _Estou nua, a pele suada, desbravando

uma mata fechada. Não sei como fui parar naquela floresta,

estou sozinha, mas não tenho medo. No início do

percurso o lugar parece perigoso, lúgubre. Conforme vou

seguindo mata a dentro, a temperatura vai subindo, vai

esquentando. O ar vai se tornando mais puro, borboletas

começam a aparecer a minha volta. Mais um pouco e ouço

o canto dos passarinhos. Já consigo sentir alguns tímidos

raios de sol furando a barreira da vegetação, lá em cima já

posso antever trechos de um céu azul translúcido. Quando

finalmente removo da minha frente um último flanco

de matagal, eis que surge uma deslumbrante cachoeira!

Parece uma visão, ou um quadro de Monet. As cores se

misturam numa profusão vibrante, estou diante dum belo

espetáculo da natureza, no auge da sua beleza!

De repente acordo, e percebo que a cena acima era apenas

um sonho bom. Estou sozinha na cama, provavelmente

Eros já saiu para o trabalho. Sinto algo úmido entre as minhas

pernas; confiro e percebo que estou completamente

molhada! Tento entender, decifrar a ligação entre o sonho

da floresta com a minha sexualidade. Passo o dia assim, relembrando

o sonho, meio distraída, absorta em meus pensamentos,

em profundo estado de meditação. Não sei por

quê, mas agora, independente da minha vontade, tenho

flashes da minha infância, da época em que era constantemente

reprimida, principalmente por meu pai. Meu Deus,

a minha memória racional não está entendendo nada, mas

o meu corpo, sim, o meu corpo está tentando me dizer

alguma coisa! Sinto-me à flor da pele. Coloco um pouco

de música para ouvir. Elas cantam Roberto. E finalmente

entendo a metáfora.

Fecho os olhos, me vejo ainda uma menina, brincando

com uns coleguinhas no quintal. Lembro que eu era muito

assanhada, não tinha pudor, propunha as brincadeiras

mais ousadas. Subitamente, do nada, surge o rosto do meu

pai, feroz: "Menina! Abaixa essa saia, dá para ver sua calcinha!".

Corro para meu quarto e desabo sobre a cama,

chorando. Sinto dentro de mim um sentimento que não sei

definir. Ou melhor, que quando menina, não sabia definir.

Só queimava, queimava. Hoje eu sei. Era a culpa.

Em se tratando de sexo, todos nós carregamos alguma

Os 10 Mandamentos do Amor(escritos no monte de Vênus)Onde histórias criam vida. Descubra agora