Capítulo 2

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Lauren's POV

Todos tem diferentes reações quando se é tirado algo seu, ou quando perdem alguém. No meu caso, aconteceram os dois. Primeiro eu perdi a chance de ter Camila e depois tiraram a minha liberdade. Reabilitação é como uma prisão no final das contas, certo? Certo. A diferença é que temos boas acomodações, não precisamos dividir quarto com ninguém, não temos que usar uniforme, precisamos fazer terapia e atividades em grupo. Faz uma semana desde que eu fui colocada nesse lugar contra minha vontade, minha maior idade não significa nada quando se tem sua família, amigos e empresários com um pedido judicial de uma internação. Radical, não é mesmo? Aparentemente eu estou fora de controle. Talvez eu esteja mesmo, eu não sei. Eu não sei várias coisas ultimamente, eu só encontrei um escape que me fez parar de pensar nela e me agarrei a isso com unhas e dentes. É complicado quando sua mente fica repetindo inúmeras vezes à cena em que o amor da sua vida se tornou algo inalcançável.

- Devo tomar o fato de você ter saído do quarto como um progresso? – ouvi uma voz conhecida ao meu lado.

- Oi pai – falei enquanto ele sentava ao meu lado.

- Aqui é bonito – ele disse se referindo ao pequeno lago em frente ao banco que estávamos sentados.

- Prefiro a vista da praia que tenho da varanda na minha casa – revirei os olhos.

- Quanto mais cedo você começar a colaborar com sua recuperação, mais cedo você vai pra casa – meu pai disse calmamente.

- Eu não preciso me recuperar de nada, eu não estou doente – falei.

- Drogas não fazem bem a ninguém, Lauren – meu pai continuou falando com aquela paciência que já estava me irritando.

- Eu não sou viciada, posso parar quando eu quiser.

- Foi isso que você me disse quando estava em Londres e eu te dei um voto de confiança, lembra? – ele disse.

Lembro muito bem quando ele me ligou louco da vida perguntando o que eu tinha na cabeça pra sair quebrando garrafa na cabeça de pessoas assim. Por algum motivo ele perguntou se eu estava usando substancias ilícitas e eu não consegui negar que tinha experimentado, então ele me fez prometer que não iria usar isso novamente porque só iria me prejudicar. A promessa não deu muito certo.

- Você tem que aceitar que precisa de ajuda – fui tirada de meus pensamentos quando ele disse isso.

- Eu não preciso! – falei rispidamente.

- Lauren, eu estou preocupado com você, sua mãe e seus irmãos também – ele disse enquanto me olhava com tristeza – Você precisa de ajuda.

- A única coisa que eu preciso é ir pra casa, eu tenho uma carreira pra manter – cruzei os braços em irritação.

- As meninas disseram que o tempo que você passar aqui o grupo permanecerá em pausa – ele disse.

- Nossa, que fofas – falei sarcasticamente.

- Elas só querem o seu bem – meu pai soltou um suspiro pesado – Elas disseram que vem te visitar hoje, todas elas.

- Todas? – perguntei rápido.

Isso só significava uma coisa...

- Sim, Camila voltou – estremeci com a menção do nome dela.

- Não quero vê-las, nenhuma delas. – falei.

- Vai ser bom pra você conversar com elas, Laur... – ele disse.

- Eu não quero! – falei irritada.

Wedding BellsOnde histórias criam vida. Descubra agora