Capítulo 3

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Abro os olhos devagar, e sinto que as dores já teriam passado, "finalmente", penso para mim. Levanto-me, tomo um banho e dirigi-me á cozinha para comer alguma coisa, olho para o frigorifico e tem lá um lembrete para o dito exame. Rapidamente saí de casa, pego nas chaves do carro e vou ao hospital, ainda tive de esperar um quarto de hora, era uma das coisas que me deixava irritado era saber que iria esperar. 

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Perdido nos meus pensamentos o médico chama pelo meu nome, faço os exames recomendados mas nem quero acreditar, estava tudo normal comigo, até o médico deu uma pequena gargalhada ao saber que tinha razão de eu estar a ficar louco.

Mas isso não ficou assim, logo á noite e como de costuma aos fins-de-semana decidi ficar um pouco até tarde a escrever o meu livro. Sentei-me no escritório a escrever ao som de uma música suave, estava tudo tão calmo, mas temia o pior. Não sabia o porque, mas á noite, era quando me sentia pior. E estava certo, comecei a sentir algo perto de mim, fugi para todos os lados da casa , mas numa parte na sala, onde a minha avó passava a maior parte dos seus tempos, tinha lá umas imagens na parede da família e outras compradas por ela em muitas outras partes do mundo, quando olho de repente vejo as pessoas das fotografias e os objetos a rirem-se de mim e insultarem-me. Não queria acreditar, estava mesmo a ficar louco, tentei fugir mas as portas trancaram-se, estava em pânico. Enquanto tentava fugir tropecei com os nervos num candeeiro e bati com a cabeça, fiquei a sangrar mas mantive-me imóvel no chão e fechei os olhos á espera que todas as alucinações passassem. Ainda tentei chegar ao telefone para chamar alguém, mas não valia a pena pois certamente iriam levar-me para um manicómio e não tencionada passar o resto da minha vida preso a uma cama com medicações devido a coisas estúpidas e sem sentido. 

Esperei pela manha, e assim foi, levantei-me do chão, estava com alguns hematomas devido á queda, arranjei algo para me estancar o sangue e esconder as marcas, pois iria trabalhar e não queria que me viessem perguntar o que teria acontecido e como vêem não estava com intenções de contar.

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Fui para o trabalho, estava completamente cabeça no ar e sem a máxima atenção no que me diziam, todos olhavam-me com repugnância e como alguém medíocre. Tentava desviar o olhar, mas nem assim resultava, havia sempre algum que se aproximava e perguntava se estava bem, e uma dessas pessoas era o meu chefe, que já farto dos meus atrasos e desconcentrações ameaçou-me despedir-me pois não meteria a minha vida pessoal juntamente com o trabalho. Mas era difícil! Não quero perder o trabalho mas também não sei o que fazer.. até já ouvi alguns a cochicharem que estaria com ressaca e talvez fosse um alcoólico.

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Nunca contei isto a ninguém, a não ser ao meu médico, que esse mesmo até riu-se da minha cara! Enfim vou ter mesmo que levar com isso tudo, até um dia não puder mais.


Uma Noite AlucinanteOnde histórias criam vida. Descubra agora