A garota dos olhos vermelhos

Capítulo - 5

Quando o filme acabou e estava passando os créditos finais, James me olhou, com sua expressão inexpressiva e disse:
- Amanhã, nós dois temos que ir ao abrigo.
Meu sangue ferveu de raiva, mas eu tinha que parecer calma e cínica,o então respondi:
-E se eu não quiser ir?
-Você vai.
-E eu posso saber o porque?
-Não coisa, você vai de qualquer maneira.
Ele disse me fuzilando com aqueles olhos azuis cobalto.
Eu respondi:
-Eu não vou botar meu pé pra fora de casa se você não me contar. E você senhor James, sabe muito bem que não pode me obrigar.
-Por que será que as aberrações são tão teimosas?
-POR QUE VOCÊ lNSISTE EM NÃO ME CONTAR A VERDADE?
Gritei e acho que a casa inteira escutou.
James me olhou surpreso com o "aumento repentino do meu tom de voz. "
Depois de pensar por alguns minutos, James deu um suspiro e me disse:
-Precisam fazer exames para ter certeza do que você é, para poderem ter certeza do que você vai ser.
-E o que eles acham que eu vou ser?
-Você não pode saber, já falei mais do que deveria.
Ele já ia dando de ombros, quando o puxei, cravando minhas unhas em seu braço.
Refiz a pergunta, deixando bem claro que algo muito ruim aconteceria se ele não me contasse tudo naquele exato momento.
Ele franziu a testa; parecia pensativo.
Então ele finalmente me contou algo que eu me arrependi na hora de tê-lo obrigado a me responder:
-Eles acham que você será uma assassina com uma insaciável sede de sangue.
Depois dessa resposta, minha cabeça latejou.
Eu PRECISAVA reorganizar meus pensamentos.
Então, sem perceber soltei o braço de James, que simplesmente saiu andando. A última coisa que eu o ouvi dizer foi:
-Senhorita, te espero amanhã em frente a mansão as dez da manhã em ponto.
E eu, que ainda estava em estado de choque apenas balancei positivamente a cabeça.

No dia seguinte no horário marcado:
Eu estou nervosa.
Mal dormi a noite, porque as palavras de James insistiam em tomar todos os meus pensamentos.
Eu, como sou extremamente pontual, cheguei faltando alguns minutos antes.
Quando deu dez horas em ponto; eu vi um carro negro, (parecido com uma limusine, ou um carro fúnebre) que provavelmente custava uma fortuna.
Quando a janela de motorista abriu e eu vi Frank, entrei rapidamente no carro.
James estava no banco da frente, então eu tive que ficar no banco de trás.
Mas não faz mal, eles eram surpreendentemente confortáveis e pude "apreciar" a paisagem enquanto não chegávamos lá.
O percurso demorou o mesmo tempo do que o da outra vez.
Quando chegamos no abrigo,
Frank abriu a porta do carro para eu sair e quando eu saí, vi James fazendo o mesmo procedimento que David fez naquela outra vez.
Quando a porta metálica se abriu, eu vi aquele lugar extremamente, impecávelmente, absolutamente organizado.
A mesma moça que fez alguns exames na ultima vez que eu vim aqui chegou com alguns papéis, e entregou para James e eu acho que eram os resultados daqueles exames.
Depois disso, ela se virou para mim e disse:
-Creio que não fomos devidamente apresentadas. Meu nome é Meredith Blake, e eu sou a responsável pelos seus exames.
Então, eu perguntei:
-Mas senhorita Blake...
Então ela me corta:
-Por favor, apenas Meredith.
-Tudo bem, Meredith; que tipos de exames são esses?
-Infelizmente Jenna, essa é uma pergunta que não estou autorizada a responder, agora temos que ir, não temos tempo a perder.
E então Meredith saiu me puxando pelos corredores gelados do abrigo.
Ela me guiou a um lugar diferente do que havia sido na outra vez.
Esse lugar tinha paredes brancas, um ar- condicionado, nenhuma janela, alguns armários lacrados de ultima geração, muitas prateleiras cheias de apostilas e documentos impecácelmente organizados e sem um grão de poeira, uma escrivaninha e alguns computadores.
Era impressionante como tudo estava impecávelmente organizado.
Meredith pediu para eu sentar em um móvel parecido com uma maca de hospital, enquanto ela abria alguns armários com senhas, e pegava alguns instrumentos médicos que, se eu não estivesse vendo com meus próprios olhos, eu poderia jurar que aquilo não existia.
Nós passamos um bom tempo fazendo exames(mais ou menos umas duas horas) e paramos para um intervalo.
Meredith me perguntou se eu estava com fome, e eu disse que sim.
Então, ela me guiou até uma espécie de cozinha, abriu a geladeira e perguntou se eu gostava de salgadinhos e/ou refrigerante e ficou num misto de bastante surpresa e atordoada com minha resposta positiva.
Então depois desse brunch, fomos até um ambiente externo (para os funcionários descansarem e fazerem algumas pesquisas) ,mas Meredith foi chamada para resolver um problema, então eu fiquei sózinha
Havia alguns bancos de praça espalhados numa área enorme, que havia uma horta, um gramado artificial, uma estufa e alguns canteiros com flores extremamente psicodélicas.
E foi quando eu notei que um par de olhos azul cobalto me encaravam continuamente.
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Eu estava em um dos bancos, quando James me viu, ele se sentou do meu lado.
Ficamos nos olhando em silêncio por algum tempo, era assustador e ao mesmo tempo hipnótico e tentador o efeito que aqueles olhos tinham em mim.
Depois de alguns minutos em silêncio(que pareceram horas), James finalmente resolveu tentar falar comigo:
-Olá senhorita Jenna.
-Olá senhor James.
-Eu gostaria de me desculpar por tê-la chamado de "coisa" ontem a noite.
-Tudo bem, eu sinceramente nem estava lembrando, mas eu te perdoo; até porque, mais da metade das coisas que saem da sua boca são asneiras.
Então,senti meu rosto corar, quando ele aproximou o rosto do meu, até eu poder ouvir sua respiração e disse:
-Tem certeza desse fato?
Estavamos nos observando desse jeito por um tempo, até que eu simplesmente levantei, eu queria esquecer isso.
Para chegar na porta que ia para dentro desse lugar, eu teria que passar do lado de uma parede branca,( que parecia que havia sido pintada recentemente), quando de repente, dois braços fortes me seguraram e me jogaram delicadamente na parede, eu estava de olhos fechados, mas quando os abri, vi dois olhos azul cobalto me encarando com um brilho diferente.
James.
Quando eu abri a boca para falar alguma coisa,
Ele me beijou.
E por incrível que pareça, eu retribuí o beijo.