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E hoje, infelizmente, chegou o pior dia do ano. O primeiro dia da porra da escola! Ninguém merece. Depois de 3 meses de umas férias maravilhosas, chegou este dia para arruinar tudo. "Merda para isto!" 

Saí da cama e dirigi-me lentamente para a casa de banho. A minha mãe ainda dormia no seu quarto e eu decidi tomar um banho relaxante antes de ir para o primeiro dia de tortura.

Tirei o meu pijama e entrei para dentro do duche, deixando a água quente e calmante cair-me sob o cabelo e corpo. Fiquei debaixo de água durante uns bons 15 minutos, até que decidi desligar a água e enrolar o meu corpo na toalha branca.

Voltei para o meu quarto e abri o armário na esperança de encontrar alguma roupinha decente para vestir e deixei-me cair em cima da cama enquanto pensava no regresso ás aulas. Com certeza iria ser bom tornar a ver algumas pessoas e estar com as minhas amigas mas iria recomeçar aquele ciclo doentio... Conhecer um rapaz, apaixonar-me e sofrer... Sempre foi assim e este ano não vai ser diferente. "Acho que vou, simplesmente, ignorar todos os rapazes e não me apaixonar!"

Era um bom pensamento para começar o ano letivo, pois assim não iria sofrer por amar e não ser correspondida.

Decidi levantar-me e tirar do armário uma roupa que me pareceu apropriada para o primeiro dia de aulas: uns calções pretos justos, um top branco e uma camisa de ganga com as minhas vans pretas.

Passei um risco preto nos olhos, rímel e batom rosa claro e DONE!

Olhei-me ao espelho e achei que até estava bonita. Algumas pessoas dizem que sou bonita mas, sinceramente, tenho certas dúvidas em relação isso.

O meu tom de pele claro, os meus olhos castanhos esverdeados e o meu cabelo castanho claro fazem de mim uma rapariga extremamente vulgar que passa despercebida a qualquer lado que vá. Também não tenho um corpo propriamente atraente, bem, tenho algumas curvas mas o meu peito é pequeno e de rabo também não tenho nada de mais.

Ou seja, poucos ou nenhuns rapazes olham para mim, e ainda bem que assim é. Não gosto de dar nas vistas, e se algum rapaz gostar de mim, vai ser pelo que eu sou interiormente e não pelo meu físico.

Decidi acabar de vez com o meu monólogo e pôr-me a caminho da escola. Peguei na minha mala e nos meus fones e saí de casa. A escola fica mesmo perto de minha casa, logo não tenho que andar muito. Olhei para o meu telemóvel e marcava 8h10 no relógio. "Ainda tenho 20 minutos para estar com as minhas amigas!" Desbloqueei o telemóvel e marquei o número da minha amiga Martha.

_chamada ON_

- Bom dia bb! - Disse eu alegremente.

- Lucy!! Bom dia! Já estás na escola? - Perguntou Martha.

- Estou quase a chegar e tu?

- Estou no portão á tua espera! Vê lá se te despachas, temos muito que conversar! - Disse ela rindo de seguida.

- Calma calma querida! Estou chegando! - Respondi eu, desligando a chamada.

Dois minutos depois, avistei o portão verde da minha escola e do lado de dentro ao lado de muitos outros alunos, vi Martha com os seus lindos olhos castanhos a fitar-me com o seu enorme sorriso.

Corri ao seu encontro e abracei-a com todas as minhas forças.

- Tinha tantas saudades tuas best!  - Disse ela agarrada a mim.

- E eu tuas minha princesa. - Respondi eu, beijando a sua face.

- Vamo-nos sentar um bocadinho antes de irmos para a aula. - Disse ela agarrando na minha mão e encaminhando-me para um banco debaixo de uma enorme árvore.

- Então conta-me coisas bb. - Disse eu.

- Conheci um rapaz lindo numa festa! Era moreno, tinha cabelo preto e olhos verdes! Era de cortar a respiração. - Respondeu ela com um sorriso.

- E então? Rolou alguma coisa? Vá lá conta-me!! - Disse eu a morrer do curiosidade.

- Só um beijo... E que beijo... Foi tão... 

Ela continuava a falar mas o meu olhar e a minha mente dispersaram assim que o vi... Fiquei perdida no seu olhar e no seu ar misterioso...

- Lucy... LUCY!!! Estás a ouvir-me? - Gritou Martha.

- Desculpa best mas distraí-me. - Respondi eu.

- Continuando... O beijo dele foi tão intenso. Nossa... Deixou-me ofegante, mas depois nunca mais falamos.

- Oh que pena bb. - Disse eu tristemente.

- É mesmo mas pronto. Rapazes há muitos. - Disse ela e desatámos as duas a rir. - Vá, vamos para a aula.

↬ Incomplete ↫Onde histórias criam vida. Descubra agora