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Nunca mais falei com o Ed desde que ele começou a namorar com a Bea. Nas aulas trocávamos olhares, sempre que passávamos um pelo outro nos corredores da escola ele insistia em olhar-me e de seguida sorrir-me. Eu tentava ao máximo ignorar aquilo, queria sorrir-lhe de volta, demonstrar o quanto o seu sorriso iluminava o meu dia mas não podia e sinceramente, não queria. Tudo o que eu quero é esquecer que ele existe e livrar-me de todas aquelas memórias que continuam a assombrar a minha mente.

As sua palavras meigas, a nossa troca de olhares e sorrisos, o nosso "quase-beijo"... Sem me dar conta, lágrimas começaram a escorrer pela minha cara e eu só queria desaparecer...

De repente o meu telemóvel toca e veja a imagem da minha melhor amiga... Martha.

- Oi best. - Disse eu não muito animada.

- Ui... O que se passa? - Disse ela preocupa.

- Nada... - Disse eu prendendo um soluço na minha garganta.

- Estás a chorar? - Perguntou ela.

"Ela conhece-me tão bem..."

Eu não respondi e ela tornou a falar.

- É por causa dele não é?

- Oh best... - Disse eu e não consegui controlar as lágrimas. - Eu já não sei o que pensar ou sentir. Estou tão confusa. Vê-lo com ela na escola parece que não me custa nada. Mas ás vezes quando chego a casa, ponho-me a pensar nele e não me consigo controlar. A pior parte é que ele não parece nada feliz. A Johanna está sempre a meter-se no meio deles. Praticamente nunca os vi sozinhos... Se fosse eu, não o largava por nada e não deixava ninguém meter-se no meio de nós...

- Lucy, tem calma amor. Tudo se vai resolver. Para bem ou para mal... Tens 3 opções, ou tu o esqueces de vez e ele vive a sua vida com a Bea, ou não o esqueces e ainda vais sofrer mais, ou esperas e pode ser que tenhas sorte. - Disse ela carinhosamente. - E queres a minha opinião sincera de melhor amiga?

- Claro que quero! - Respondi eu.

- Tu tens razão. Ele não está feliz com ela. E sempre que nós passamos por ele, ele fica a olhar para ti. Muito mesmo. Parece que ele quer que sejas tu ali e não a Bea. Best, eu não te quero iludir e não quero que sofras mais, mas espera. Espera mas sem sofrer.

- Obrigada best! Não sei o que faria sem ti. - Disse eu já sem chorar. - Olha agora tenho de ir. Amanhã tenho de acordar cedo.

- Está bem amor. Vai lá. Amo-te best! -Disse ela carinhosamente.

- Também te amo! Vemo-nos amanhã!

Desliguei a chamada e pus o despertador. Vesti o pijama e deitei-me, pensando no que Martha disse.

"Ela deve ter razão. Vou esperar mas sem demasiada esperança e de preferência sem sofrer."

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De manhã

O despertador tocou e eu levantei-me vagarosamente. Abri a janela e estava sol mas frio, pois estamos nas últimas semanas de novembro. As folhas já cobrem o chão e o frio abate-se sobre a cidade.

Vesti-me, maquilhei-me suavemente e saí de casa.

Ao chegar á escola, encontrei Bea.

- Bom dia linda! - Disse ela.

- Bom dia Bea! - Respondi eu, tentando sorrir. - Como vai o namoro?

- Melhor que nunca! O Ed é tão querido e fofo! Nota-se que está completamente apaixonado por mim! - Disse ela e eu tive que me controlar para não sair disparada dali.

- Fico muito feliz por ti! Agora vou ter com a Martha. - Disse eu e continuei o meu caminho.

Entrei dentro do pavilhão e encontrei a minha best.

- Lucy... - Disse Martha abraçando-me. - Estás bem?

- Sim amor. Estou muito melhor. Vou seguir o teu conselho. - Disse eu beijando-a na face.

- Vá vamos para as aulas. - Disse ela e seguimos cada uma para a sua sala.

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As aulas passaram sem grandes confusões e até voltei cedo para casa.

Vesti um fato de treino e comecei a fazer os trabalhos de casa e a ouvir um pouco de música.

- Lucy, anda jantar! - Gritou a minha mãe.

Eu desci as escadas e sentei-me á mesa.

- Então como foi o teu dia filha? - Perguntou minha mãe carinhosamente.

- Correu bem. Nada de especial. - Disse eu. - E o teu?

- Foi cansativo. Muito trabalho sabes? - Disse ela suspirando.

- Vá, vai descansar para o sofá que eu arrumo a cozinha. - Disse eu e os olhos dela brilharam.

- Obrigada filha. - Disse ela e beijou-me no topo da cabeça.

Arrumei tudo rapidamente e voltei ao quarto.

- Mãe, vou dormir! Amo-te. Até amanha! - Gritei eu subindo as escadas.

- Também te amo filha. Dorme bem.

Entrei no quarto e peguei no telemóvel para ver se a Martha me tinha ligado.

1 mensagem nova

"Deve ser dela!"

Desbloqueio rapidamente o telemóvel e não me consigo acreditar naquilo que estou a ler....



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