A PRIMEIRA CONVERSA AMOROSA

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Diário de um garoto apaixonado

CAPÍTULO 4

A primeira conversa amorosa

*Alex Aleluia

publicado em 31/01/2013

Meu Deus, ainda não acredito que estou aqui com a menina do sorriso encantador. Meu corpo dói pelo tombo, mas meu coração grita e chora de emoção. Eu levantei com os olhos fixados na garota. Não quero perdê-la de novo.

- Oi. Acho que nós vivemos nos esbarramos, não é? – Ela com um sorriso disse calmamente estas palavras. Eu, claro, sorri.

- Oi. Como eu espero por este momento. – Desabafei sem pensar.

- Oi? O que disse? – Ela virou um pouco a cabeça e me olhou de perfil. Como é bela.

- Esqueça. Não disse nada de importante.

- O que você cursa? – Ela perguntou com a voz mais melódica de que eu já vi.

- Letras. – Sorri com nervosismo – E você?

- Ah, eu? Faço pedagogia. Mas somos atrapalhados mesmo. Perguntei seu curso, antes de seu nome. – Rimos – Agora me diga, qual é o nome que carrega?

- Alex. E o seu é?

- Grazielle.

- Oi, Grazielle. – Peguei sua mão direita e levei aos meus lábios, beijando-a como na moda antiga.

- Nossa! Mas você é um cavalheiro. Não encontramos mais. Meu namorado nunca fez isto.

- Teu namorado? – Fiquei branco e automaticamente larguei sua mão macia e cheirosa.

Senti que ela fechou o sorriso.

- O que foi? Falei algo indesejado?

- Não. Imagina! – Na verdade diário, ela falou o que nunca imaginara. Ela tem namorado. Isto me fez sentir uma dor que corroia meu peito e maltratava meu coração.

- Já sei. Você não gostou do que eu disse.

- E o que disse? – Estava sem reação. Não conseguia mais a encarar. Isto me deixou desestimulado. Sempre chego atrasado.

- Ah. Olhe para mim. – Ela pegou sua mão e levemente levantou minha cabeça, olhando para meus olhos. – Não será por causa disso que você não falará comigo, certo?

- Tudo bem. – Esquivei do seu olhar. Não queria mais sofrer com amor não correspondido. Queria sair dali o mais rápido possível.

- Por favor. – Ela puxou meu rosto mais uma vez para seus olhos arrebatadores.

- Adorei lhe conhecer, mas...

- Mas o quê? – Percebi que ficou um pouco preocupada.

- Eu... Gostei de você desde a primeira trombada. Procurei você por um ano e você tem namorado.

- Como assim? Não estou entendendo?

Caramba diário, percebi que ela ficou nervosa pelo meu desabafo revoltado.

- Mal nos conhecemos. E gostei de você, mas como amigo. Eu namoro há dois anos.

- Tudo bem. Agora preciso ir, pois tenho aula de Linguística. – Saí de frente dela e prossegui para a sala. Parei antes de entrar, olhei e ela continuava lá, mas me olhava rindo.

- Não quero parar de falar com você. Prometa que continuará falando comigo?

Balancei a cabeça no sentido de sim e abri a porta. Todos da classe me olharam.

- Desculpe professor. – Sentei emburrado.

- O que foi? – Perguntou Danusa. Eu apenas levantei a mão, dizendo "deixa-me". Ela entendeu.

*Alex Aleluia é professor de Língua Portuguesa e autor de livros

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