Parte I

868 74 63
                                    

Allie e Fefa, sempre contrariei o romantismo que se esperaria de uma libriana, prova disso é minha resistência em dizer as "três palavrinhas mágicas". Entretanto, Ziam me fez repensar sobre minha descrença com amores predestinados e alma gêmea, mesmo que eu tivesse certeza que não encontraria um amor dando sopa no McDonald's . E realmente não encontrei. Encontrei dando sopa pela internet, na verdade. Fico feliz de ter comentado em Once In a Lifetime e ter seguido a Fefa, da mesma forma que agradeço por Allie ter feito a mesma coisa e por Fefa ter nos mencionado no mesmo tweet. Ainda estou em dúvida se estou vivendo minha versão pessoal de Ziam ou se estou fazendo sua releitura moderna [e mais condizente com a grandeza territorial do Brasil] pelo ponto de vista lésbico, mas não tenho dúvidas quanto ao sentimento que há entre nós. Fefa, feliz aniversário. Babe, obrigada por lido minha fanfic quando ainda estava em processo de produção e ter segurado minha mão quando eu disse que estava nervousa. Vocês são incríveis e agradeço por tê-las ao meu lado.

______________________________________

Naquele dia, o sol chegara mais cedo que o habitual, e com ele veio a correria dentro do castelo. O quarto de Liam estava fresco e silencioso, longe do barulho da cozinha e das servas começando a preparar as bandejas que seriam levadas aos quartos dos senhores. Entretanto, o silêncio e conforto serviram apenas para tornar mais audíveis seus pensamentos. Ele não tinha tido uma boa noite de sono e seu corpo estava febril, se recusando a aproveitar o frio agradável típico do final da primavera e início do verão.

Se recusava a agir como se nada estivesse acontecendo e para acontecer. Se recusava a esquecer os acontecimentos dos últimos 7 anos. Se recusava a aceitar a grande chacota que o destino, os deuses ou qualquer ser ou força que governasse a vida das pessoas estava pregando nele. E, principalmente, se recusava a recusar os pensamentos e certeza que acompanhou tudo isso: em breve, chegaria sua vez de se preparar para encontrar sua futura esposa.

Seria ele a ter que se preparar para casar com alguém que não amava, apenas para firmar acordos políticos, gerar herdeiros - que, no futuro, também teriam que cumprir os deveres que seu nascimento nobre impusesse -, satisfazer a Igreja e manter aparências.

Mas não agora.

Em pouco mais de uma semana, a vítima dessa grande pantomima que é a vida seria Zayn. O mesmo Zayn que o recebeu de forma cortês e tímida quando chegou no castelo de Bradford; o mesmo Zayn que lutou com ele usando espadas de madeira no pátio de treinamento do castelo; o mesmo Zayn que confiou à ele a tarefa de ensiná-lo a nadar, mesmo que não tenham obtido êxito na tentativa; o mesmo Zayn que o acompanhou em aventuras no pequeno bosque que tinha dentro das dependências do castelo; o mesmo Zayn com quem ele dividiu lembranças, amigos, o copo, o prato e que, após compartilharem tantos momentos juntos, inevitavelmente ocupou o lugar vazio em sua cama. O mesmo Zayn com quem ele descobriu os segredos do coração e a diferença entre foder e fazer amor.

Batidas insistentes na porta do quarto afastaram-no de seus devaneios e ele chegou à conclusão que deveria ser alguma criada trazendo seu café da manhã.

- Senhor? - uma voz insegura chamou por ele - Senhor Payne? Trouxe seu...

A porta foi aberta antes da serva terminar a frase, e um jovem de aparência cansada deu espaço para ela entrar e colocar a bandeja sobre a mesa que tinha na sala adjunta ao seu aposento. A porta estava sendo fechada quando a mulher hesitou no caminho, virou-se e observou o protegido do Lorde Yaser.

- Senhor, está doente? - perguntou com um tom de voz que denunciava seu receio em estar sendo inconveniente - Devo trazer algum chá ou alguém para ver se está tudo bem com o senhor?

One Soul (AU!Ziam)Onde histórias criam vida. Descubra agora