"Poderia ter sido um estranho.
Poderia ter sido alguém que só vi uma vez.
Poderia ter sido um amigo.
Poderia ter sido um inimigo.
Poderia ter sido um colega.
Poderia ter sido um vizinho.
Poderia ter sido qualquer pessoa do mundo...
Mas, foi você!
A pessoa que confiei meus segredos, meus medos, minhas aflições, meus sonhos, minhas alegrias, minhas tristezas, minhas loucuras e minha extinta sanidade...
Você viu, gostou, pegou, analisou, sugou e depois... depois você... você simplesmente sumiu. Tirou de mim tudo o que um dia eu tive a audácia de chamar de meu."
Ah sim, eu escrevo às vezes, e esse foi o primeiro poema que mostrei pra alguém, um amigo da aula de poesia, que não fazia parte da minha grade mas o professor legal me deixava assistir. Não sei se o Robert estava envolvido naquilo, o professor e ele eram muito amigos, logo, é bem provável que ela tenha convencido o professor a me deixar assistir.
Desculpe esqueci de apresentar, Robert é um cara que conheci na lanchonete, enquanto revisava um trabalho sobre Técnica Etnográfica, ele passou ao lado da minha mesa, esbarrou em meus livros e tudo foi ao chão, incluindo meu café. Suspirei, e levantando os olhos lentamente enquanto ajeitava os óculos, meus olhos encontraram os deles, nos encaramos por 5 segundos quando eu fui abrindo um sorrisinho enganosamente amigável e disse: "Esperas o quê pra pegar o que derrubou?". Não sei o que ele esperava que eu falasse mas a minha reação meio que o assustou. Ele desculpou-se e abaixou pra pegar enquanto minha mãe aparecia dizendo: "Garota mas que sujeira é essa?". Ah! minha mãe trabalha na lachonete. Eu disse: - Mãe me conhece suficientemente bem pra saber que eu não sou lerda à tal ponto.
- Desculpe Mia, a culpa foi minha...- declarou o desastrado.
- Robert... Esqueceu os óculos outra vez? - Disse a ele minha mãe num tom amigável e risonho.
- Estou indo 'caçar' um pano - interrompi rispidamente - Maaaaaaary! Me traz um pano pra limpar essa sujeira aqui! - gritei na direção do interior da lanchonete.
- Que gritaria é essa Lia? - Perguntou Mary.
- Aquele.. aquele ser, derramou todo o meu café, e eu não havia dado um gole sequer... - falei choramingando e ao mesmo tempo irritada.
- Não se preocupe eu vou limpar e já já te levo outro fresquinho meu bem!
- Ah Mary você é um anjo, obrigada.
Voltei e minha mãe vinha na minha direção com um sorriso falso dizendo entre os dentes: - Seja gentil mocinha ele é um ótimo rapaz e você bem que 'tá' precisando conhecer novas pessoas- Eu? Conhecer novas pessoas? E desde quando ela conhece esse garoto? Eu estou quase todos os dias aqui e nunca esbarrei com ele. Mas até que ela tinha razão, já faziam 4 meses que vic havia desaparecido misteriosamente.
- Ei! Esse livro você pode colocar junto com os outros também!
- Desculpe - Ele era tão perfeitinho q me irritava - É que... - gagueijou - Esse livro me lembra... Esqueça, aqui está, desculpe pela bagunça e vou te pagar outro café! Mia traz ou...
- Aqui está Lia, outro cafézinho no capricho.
- Obrigada Mary! Viu não precisa me pagar, minha mãe trabalha aqui esqueceu? E me diz, o que/quem o livro te lembra?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Diário, isso não é sobre amor!
Lãng mạnEsse não é um diário de uma garota como todas as outras, onde é despejado enxurradas de declarações platônicas de amor. Não que ela seja desprovida de sentimentos, só não encara o amor romântico como um sentimento essencial como muitos encaram. Lia...