Louis

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Louis pov's

Quem sou eu? Bom eu também gostaria de saber quem sou, de onde eu vim, como são meus pais, mas tudo que eu sei é que me chamo Louis William Tomlinson e tenho 19 anos, e que meu aniversário é no Natal, na véspera.
Meus pais me abandonaram, me deixaram no orfanato Change a life, um nome meio dramático para um orfanato eu sei, mas ele fazia sentido para nós que vivíamos lá, bom posso dizer que fui feliz em poucos momentos, naquele orfanato eu era uma criança feliz e cheia de amiguinhos legais que gostavam de mim e minhas brincadeiras inventadas. Mas a pior parte foi a adolescência, eu não fui adotado, tio Yaser dizia que quase ninguém adotava pré-adolecentes e muito menos adolescentes, e então eu cresci no orfanato, a esposa de Yaser, Trisha, é uma mulher incrível, agradeço muito a ela por não ter me colocado na rua.

Eu tinha uma melhor amiga, Eleanor Calder, ela foi minha irmã durante anos, até que um casal a adotou, eu não gostei dos pais novos de Eleanor, eles eram estranhos com suas roupas de couro e suas tatuagens macabras, Tio Yaser acompanhou todo o processo de adoção e disse que eles eram boas pessoas, Eleanor e eu continuamos nos vendo na escola pública em que estudavamos e era bom pois eu não sofria tanto com os Bullies.

Sim eu sofro bullying

Não sei direito o motivo, mas parece que é por eu usar roupas não muito novas, ser tímido e principalmente por parecer gay, eu não era nada, eu nunca me atrai por ninguém assim, mas qual o problema em ser gay? Cansei de apanhar até desmaiar no banheiro ou atrás da escola, Eleanor era quem me encontrava, ela me levava pra casa dela, me ajudava a me limpar e eu voltava pro orfanato sem deixar tio Yaser saber.

Minha adolescência foi uma merda.

Pulando para a parte em que completei 18 anos, eu tinha um emprego em uma lanchonete, eu ganhava pouco mais eu apenas guardava para o dia que eu fosse fazer faculdade, no dia do meu aniversário de 18 eu resolvi ir para uma festa, Els foi comigo com medo de que eu apanhasse de algum homofóbico nojento, a festa foi ótima e eu acabei bebendo demais assim como Els e nos acabamos dormindo juntos...eu nunca tinha beijado ninguém, eu estava bêbado e era um virgem sem graça, não me julguem por esse deslize.

Bom então eu acordei no outro dia com alguém puxando meu braço e me jogando no chão, minha cabeça doía tanto que eu mal escutava os gritos do pai adotivo de Els, sua mãe parecia chocada enquanto Eleanor chorava pedindo para o pai dela não fazer nada, mas então eu olhei nos olhos daquele cara, seus olhos brilhavam em puro ódio, e eu sabia que ali seria meu fim, ou quase.

Foi o dia que mais apanhei na vida, quebrei um braço e uma costela, torci o tornozelo e levei pontos em vários locais do corpo, especialmente no abdômen, dias depois descobri o motivo do Pai de Eleanor ter feito isso tudo comigo e eu simplesmente vomitei assim que Els terminou de contar. Seu pai adotivo abusava dela, maltratava, fazia ela dar para seus amigos nojentos e deixava eles a usarem, e se ela não obedecesse ele a espancava, a mãe dela não sabia e quando eu falei para meus tios eles deram parte dele na polícia e ele foi preso.

Meses depois, eu já conseguia andar sem as muletas e comer e respirar pareciam mais fácil, resolvi sair para um sorvete com Els já que ela disse que precisava me falar uma coisa só que eu tinha que melhorar primeiro, e realmente eu tinha ou então eu iria passar mal.

Eleanor descobriu estar grávida, e bom, ela sabia que o filho era meu, pois...bem, estávamos bebados e não nos cuidamos, eu de primeira entrei em choque, primeiro por que eu não tinha nem uma casa, meu emprego não pagava muito e eu estava prestes a terminar o colégio ainda, mas eu não iria abandonar ela e meu filho certo?

Em um ano eu arrumei outro emprego, como eu estudava de tarde e trabalhava a noite eu arrumei um emprego pela manhã em uma cafeteria perto da escola, com o novo emprego eu comecei a ter uma boa quantia guardada e depois que a criança nascesse eu e Eleanor iriamos nos mudar para Londres e dar um jeito, eu não me importava de não ter roupas novas e minhas roupas serem de doações, ou se eu não tinha um telefone ou amigos, Els tinha amigos mas eles não eram amigos. Então nós nos viramos com a ajuda da mãe de Eleanor e uma ajuda a mais de Trisha e Yaser, entre algumas doações aqui e outras ali nos conseguimos tudo pró bebê, que descobrimos ser uma garotinha.

Minha princesinha.

Estava tudo pronto, só faltava a pequena chegar, o pessoal do orfanato e alguns amigos que fiz no trabalho estavam ansiosos com a chegada de minha bebê, e eu? Eu estava nervoso e feliz e mal conseguia trabalhar. No dia do parto foi onde tudo complicou, Eleanor passou mal, sangrou e chegou desacordada no hospital e com a pressão muito baixa, eu chorei com medo de perder minha melhor amiga e minha filha, logo a mãe de Eleanor chegou assim como Tia Trisha e alguns amigos, foram horas de angústia e eu sentia meu peito apertar a cada minuto que passava.

Então depois de uma hora e meia ou mais uma enfermeira apareceu e pediu para que eu a acompanhasse, eu a segui até a ala onde os bebês recém nascidos ficam, e foi então que eu vi ela, minha pequenina, ela chorava baixinho e soluçava fraco, sua pele meio vermelhinha e os cabelos castanhos, eu então chorei de emoção, estava tudo bem.

Pena que eu me enganei, assim que a enfermeira me explicou tudo sobre como cuidar da pequena eu fiquei ali esperando o médico que fez o parto, eu queria ver Eleanor e contar a ela que estava tudo bem, mas assim que o médico me encarou com sua expressão triste eu soube no mesmo momento, eu perdi minha melhor amiga e mãe da minha filha.

As pessoas tentaram me impedir de me mudar para Londres, Trisha e Yaser eram os mais preocupados, diziam que eu não poderia ficar sozinho em Londres com a criança por que era perigoso pra mim e me proibiram de ir, também tinha a Mãe adotiva de Eleanor não queria ficar longe da neta, mas então em uma madrugada eu peguei minhas malas e as da pequena além de todo o dinheiro que juntei desde os 16 anos e peguei o primeiro ônibus para Londres que saiu naquele dia. Eu ainda tinha que passar no cartório e registrar minha pequena, tinha que alugar um lugar, arrumar um emprego e ir na faculdade ver se eles ainda aceitavam minha bolsa a qual consegui a uns meses, e além de tudo arrumar uma babá.

Eu estava ferrado, eu sei

Mas eu cuidarei dela sozinho.

You save me {hiatus}Onde histórias criam vida. Descubra agora