Capítulo UM

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- Querida, está na hora - minha mãe me acorda, pulo da cama no mesmo instante.

Não consigo esconder a minha ansiedade, mas eu tento, minha irmã está triste desde o dia em que decidi sair de casa.

Minha roupa está separada, corro pro banho e tomo um café rápido, quero chegar cedo ao aeroporto. Ainda são 4 horas da manhã, meu voo é ás seis, em 40 minutos chego lá. A família toda quer me levar, mas não quero que me vejam chorar o caminho inteiro.

Foi difícil, mas consegui convencê-los que o taxi vai me deixar dentro do aeroporto em segurança.

Nunca gostei de despedidas, pretendo ver minha família assim que possível.

- Vou sentir sua falta Sam - diz a minha irmã com lágrimas nos olhos.

- Eu também minha princesa, mas não se preocupe, logo logo nos veremos.

- Tchau querida, se cuida, e qualquer problema não hesite em me ligar. - James me dá um abraço rápido.

- Vem aqui mãe - me aconchego nos braços dela, é mais difícil do que imaginei que fosse. - vou sentir saudades.

- Volta logo pra ver a gente meu amor.

- Sim mãe, mas primeiro preciso ir né. - Dou um sorriso pra amenizar a melancolia que todos se encontram nesse momento. - Amo vocês.

Finalmente entro no taxi, dou um tchau da janela até não conseguir vê-los mais. Enxugo as lágrimas do rosto, daqui pra frente é só alegria, por favor!

Pego o celular, preciso mandar mensagem para Giovana, apesar de saber que ela ainda dorme, resolvo ligar, a minha animação é tanta que não me importo com a bronca que vou levar.

- Acho bom ter um motivo muito bom pra interromper o meu sono há essa hora, aliás, que horas são? - a voz de quem ainda não acordou é evidente.

- Hoje é o grande dia Gi! Estou no aeroporto, em 5 minutos estarei voando até você.

Acredito que a minha animação a fez despertar.

- Ohh my god! Vou preparar o café da manhã mais delicioso que já tomou na vida.

- Você por acaso já entrou na sua cozinha alguma vez?

- Ah Sam, é uma ocasião especial!

- Por isso quero que vá até a padaria, vou querer comer algo que não esteja queimado.

Conversamos por pouco tempo, logo o meu voo foi chamado e embarquei.

É uma cidade linda, a vista de cima é maravilhosa. Estou muito feliz, e tenho ótimas expectativas do que virá nesta nova fase da minha vida.

Assim que desço para pegar minhas malas, percebo que está faltado uma, olho para todos os lados, e lá está ela, vindo na esteira. O lugar está cheio, todos voltando das férias do final de ano, minha mãe me alertou sobre isso e sugeriu para que esperasse um pouco mais, mas não quis, não podia esperar mais.

Finalmente saio de dentro do aeroporto, e lá está ela, minha amiga, com uma plaquinha nas mãos com o meu nome e sobrenome, como se eu não soubesse quem ela é. Paro e aceno com a mão, duas malas e uma mochila nas costas está mais difícil de carregar do que imaginei.

- Você está mais sarada do que me lembro - digo, com um abraço que parece compensar todos esses anos.

- E você continua meu chaveirinho.

- Pode parar de me chamar assim, sou bem mais alta que você. - Rimos juntas, ela sempre gostou de ser a mais velha, apesar de ser a menor da turma. - Que saudades de você.

- Eu também minha amiga. Agora vamos sair daqui, que está mais cheio que mala de contrabandista.

- Meu Deus, com quem você está andando pra aprender esses dialetos?!

Seguimos para o carro.

- Onde você estacionou, estou com as costas doendo de carregar essa mochila.

- E essa mala aqui, o que tem de tão pesado? - ela diz, se arrastando atrás de mim.

- Nem está tão pesada assim, para de reclamar. - Paro quando a vejo pegar as chaves do carro.

Colocamos as malas dentro do carro e entramos. O caminho até em casa é curto, mas consigo ver o quanto a cidade é bonita e tem muita gente circulando para todos os lados.

- Chegamos querida, agora aqui é a sua casa também. - ela abre um sorriso enorme, e não consigo evitar a emoção que toma conta de mim.

Depois de toda a bagagem estar dentro de casa, nos sentamos á mesa para comer alguma coisa, a Giovana tomou o meu conselho e passamos na padaria da esquina para comprar o café da manhã.

A viagem não é tão longa, mas acordei cedo, e estou um pouco cansada. Decido dormir um pouco, enquanto a Giovana está na academia. Fiquei surpresa quando ela me disse que começou a frequentar, afinal, ela sempre foi muito preguiçosa, "as pessoas mudam" foi o que ela me disse.

Simples EnganoOnde histórias criam vida. Descubra agora