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*Filipa*

Mesmo assim ele veio ter comigo e procurou os meus olhos, e por mais que eu pudesse tentar, não conseguia ficar muito tempo sem olhar para ele. Quando finalmente o consegui olhar, o meu rosto mostrava dor, mas o dele também. Ele estava prestes a chorar, mas eu fui mais fraca do que ele e não consegui conter as minhas lágrimas.

(Louis)- Desculpa. Eu estava bêbedo.

(Filipa)- Sempre me disseram que bêbedo é quando se faz aquelas coisas que não se tem coragem de se fazer quando se está sóbrio.

(Louis)- E-

Não lhe dei tempo de responder, pois virei-lhe costas e corri para longe dele. Pelo caminho agarrei no pulso do Harry. Precisava de o ombro do meu melhor amigo para chorar à vontade. Fomos para o mais longe possível da sala onde eles se encontravam e eu nem cheguei a um banco, pois as minhas pernas falharam e eu caí no chão.

O Harry amparou-me a queda e sentou-se ao meu lado. Não me fez perguntas, e simplesmente me abraçou com força. Era o que eu precisava naquele momento. Quando já me doía a garganta de tanto chorar, e tinha os olhos todos inchados de fazer força, força para que aquele sentimento acabasse, olhei para o Harry. Ele olhou para mim e deu um pequeno salto: devia de estar numa figura linda, com o rímel todo esborratado ,os olhos todos vermelhos e o cabelo despenteado. Mas eu não me importava. Na realidade, parecer bem não era o meu objetivo naquela altura.

(Harry)- Pode ser uma má altura para falar, mas o Louis não teve propriamente a culpa, foi a Eleanor que o beijou. Ele estava simplesmente bêbedo. O Liam quando viu o que aconteceu, ainda os tentou separar, mas a Eleanor não deixava.

(Filipa)- Eu…eu não sei em que acreditar neste momento. É claro que o quero perdoar, mas ao mesmo tempo, não consigo. Já passei por isto uma vez, não precisava de passar duas.

(Harry)- Eu percebo que seja difícil, mas tens de tentar. Vocês amam-se, e não podem deixar que uma simples pedra vos estrague o caminho.

(Filipa)- Uma pedra podre de boa que encanta qualquer rapaz que lhe passe à frente.

(Harry)- E tu não, queres ver? Se o Louis não te tivesse escolhido logo, acredita, eu teria feito. Mas depois apareceu a Bia e mudou a minha vida.

(Filipa)- Não podes dizer que não a amas…

(Harry)- Sim, amo, e tu também amas o Lou. Podes demorar tempo, mas tenho quase a certeza que o vais perdoar, pois o amor supera sempre tudo.

(Filipa)- Andas muito filósofo, hoje.

(Harry)- É hoje e sempre, minha linda, só não me gosto é de exibir.

(Filipa)- Claro que sim…não és o Harry, nem nada.

(Harry)- Agora vai limpar essa cara, que está toda borrada, e volta para o pé de nós, está bem?

(Filipa)- Não sei se consigo ver o Louis neste momento, Hazza.

(Harry)- Fá-lo por mim, está bem?

(Filipa)- …está.

(Harry)- Obrigada, Pipa.

(Filipa)- O que eu faço por ti, Curly, o que eu faço por ti.

Fui lavar a cara à casa de banho mais próxima e respirei fundo. Se o que o que o Harry tinha dito era verdade, então a única culpa do Louis era que tinha estado bêbedo. E isso já me aconteceu a mim muitas vezes. Tentei de todas as formas esquecer o que aconteceu, mas não consegui, pois vinha-me sempre a imagem de eles a beijarem-se à cabeça.

Aproximei-me do local onde eles estavam e vi o Louis sentado numa cadeira, com as mãos nos cabelos, em posição de desespero. Aquela imagem doía de ver. Estávamos os dois a sofrer e eu não tinha coragem de o desculpar. A Bia reparou que eu estava a olhar e veio ter comigo.

(Filipa)- Por mais que tente, não consigo.

(Beatriz)- Ele compreende isso, e diz que merece que não o desculpes.

(Filipa)- Mas eu quero desculpá-lo. Eu quero (I want)!

(Beatriz)- I want, I want! But thats crazy! Desculpa, isto não ajuda.

(Filipa)- Nem por isso.

(Beatriz)- Vamos ter com eles, eles devem de querer ir para casa.

(Filipa)- Yeah…

Voltámos para o pé do pessoal e eu passei o resto do tempo colada à Sara.

(Sara)- Estás a ver que estás a fazer totalmente de vela, não estás?

(Filipa)- Estou. Mas não me importo.

Chegou a hora de ir para casa, pois o Niall já começava a dar sinais de fome, e por isso fomos todos divididos nos carros. Eu fui no do Harry, e ele não me deixou ficar em casa de nenhuma das raparigas.

(Harry)- Ficas em tua casa, ou seja na nossa, não quero saber!

(Filipa)- Mas se eu mal consigo olhá-lo, como é que eu vou adormecer sabendo que ele está no quarto ao lado?

(Harry)- Podes vir dormir comigo, se quiseres.

(Filipa)- Ahah, isso já são 2 semanas sem “montar” a Bia a falar.

(Harry)- Tens razão…mas se quiseres…

(Filipa)- Não me parece, Hazza.

Chegámos a casa primeiro que o Louis, por isso o Hazza foi o primeiro a reparar na bagunça em que se encontrava a cozinha.

(Filipa)- Para minha própria defesa, elas ajudaram.

(Harry)- Mas passou-se aqui alguma revolução?

(Filipa)- Sem vocês aqui para cozinharem, tivemos de nos arranjar.

(Harry)- Devem de se ter alimentado muito bem, devem.

(Filipa)- Nestas duas semanas vivemos basicamente de fast food e ovos mexidos.

(Harry)- Deves de ter sentido umas saudades minhas terríveis.

(Filipa)- Só dos teus cozinhados, mais nada.

(Harry)- Vou fingir que acredito nisso, coisa linda.

Nesse momento chegou o Louis e nisso fiquei logo com outra cara.

(Filipa)- Eu vou-me deitar.

(Harry)- E a loiça?

(Filipa)- Trato dela amanhã, Hazza. Boa noite…hum…aos dois.

(Harry)- Boa noite, Minorca.

(Louis)- Boa noite…

*Louis*

Não aguentava aquilo.
Não aguentava que a pessoa mais importante da minha vida estivesse a sofrer por uma coisa que eu fiz, ou melhor, que deixei fazer. Foi a Eleanor que me beijou, eu simplesmente deixei. O problema é que eu gosto da Filipa, e não da Eleanor.

i remember you ♠ l.tOnde histórias criam vida. Descubra agora