1. THE FIRST DAY

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Gente, essa é a primeira fic que escrevo, portanto, gostaria que vocês comentassem e me dessem algumas dicas e conselhos de como posso melhorá-la.

Obrigado e boa leitura.

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As vezes um punhado de pílulas ou uma lâmina de barbear parecem ser a saída, mas, se eu o fizesse, o que seria de minha mãe? Ela já perdeu pessoas o suficiente na vida, eu não poderia fazer isso com ela.

Mais uma manhã chega, e com ela, a depressão. Hoje não é apenas mais um dia ruim, e sim, O dia ruim. O dia em que terei que voltar àquele lugar, o lugar que já me fez derrubar inúmeras lágrimas, o lugar que há muito tempo faz com que a vida pareça não fazer sentido. Hoje é o dia de volta às aulas.

Ouço passos em direção ao meu quarto, passos que cada vez mais me fazem lembrar com clareza o quanto eu sofri naquela escola.

- Camz, está pronta?. - Ouço uma voz acolhedora através da porta.

- Não. - Respondo com a voz rouca de quem chorou a noite inteira.

- Então se apresse, não vai querer se atrasar no seu primeiro dia, não é mesmo? - Diz minha mãe, de uma maneira em que é possível perceber sua tristeza por eu ter chorado mais uma vez. Lentamente, sento-me na cama e me espreguiço como se tentasse espantar a morte do meu corpo. Sinto como se tivesse sido pisoteada por dez elefantes durante a noite.
Após um longo tempo sentada, finalmente decido levantar e começar novamente a minha vidinha de merda.

- Que chão frio. - Resmungo ao colocar os pés no piso de madeira do meu quarto. Olho o relógio e percebo que estou atrasada, vou para o banheiro e deixo a banheira se encher para que eu possa tomar o meu banho. Ao olhar no espelho percebo que meus olhos continuam inchados devido à noite passada. Após o banho, visto uma blusa azul escura, uma calça preta, um all star de couro e uma jaqueta preta, também de couro, passo apenas um pouco de lápis de olho, um pouco de rímel e então desço para tomar meu café da manhã.
Torradas com suco de laranja, minha mãe realmente me conhece. Minha mãe é a melhor pessoa existente na terra, ela é o único motivo pelo qual ainda estou aqui, eu faço isso por ela.

Sento-me ao lado dela, e sem nenhuma palavra, como minhas torradas enquanto imagino o quão horrível será o meu dia.

- E aí, animada? - Pergunta minha mãe, tirando-me do meu mundinho de pensamentos.

- Não, e você sabe disso. - Respondo.

- Você sabe que me dói te ver desse jeito, sei que é difícil para você, mas também é difícil para mim. - Diz minha mãe com um olhar triste direcionado à mim. - Pense bem, são só mais dois anos e então você estará livre.

- Dois anos que mais parecerão uma eternidade. - Respondo com uma voz sarcástica e um sorriso falso. Talvez eu tenha sido um pouco rude, e a pessoa que menos merece presenciar esse tipo de comportamento vindo de mim é minha mãe, porém ela precisa entender o quão difícil está sendo para mim.

- Filha, por favor, ao menos tente, prometa-me que irá tentar. - Diz minha mãe.

- Eu prometo, mãe. - Respondo com um sorriso forçado. Eu só queria poder sumir, só queria poder sumir. Termino meu café e lentamente subo para o meu quarto. Pego minha mochila, meu celular e coloco um headphone prateado que comprei há alguns dias. Deito-me na cama e ligo minha playlist "animação", que há muito tempo não faz efeito algum.

- Eu te amarei pra sempre!

- Eu também. - Eu respondo.

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