Minha irmã apertava minha mão tão forte que arriscaria dizer que ela estaria roxa mais tarde, mais claro eu estava exagerando um pouco, já que eu também estava ansiosa, mais não desesperada do tipo 'Oh meu Deus me deixe ganhar que prometo ir à missa todos os domingos', não, na verdade eu nem queria ganhar, eu estava ansiosa para que tudo aquilo acabasse logo e Linda minha irmã caçula ficasse frustrada e até chorasse um pouco por ter perdido, afinal essa é a vida e mais cedo ou mais tarde ela teria que aprender que natal passado não foi o papai Noel que trouxe aquela linda bicicleta nova de presente pra ela, e muito menos que ele desceu pela chaminé, pelos céus, nós nem temos chaminé! Mais continuando tudo, minha mãe sorri pra mim quando eu a olho e sei o que ela diz com o olhar 'Finja que se importa', e eu tento, eu realmente tento, afinal não é isso o que mais o ser humano faz? Fingir, mais eu não fingia por que queria que ela ficasse satisfeita, eu fingia por que amava minha irmã e faria de tudo para ver um belo sorriso no rosto dela de novo. Quando o cara elegante de terno dentro da tela da televisão pegou um papel em uma bola de vidro enorme eu me abaixei ao lado de Linda.
- E a vencedora é- O homem começou na TV.
Apertei sua mão de leve e ela me olhou.
- Ei, se eu não ganhar não tem pro... -
- Melissa Layonel de Seattle! - Anunciou o homem na TV.
O tempo pareceu parar enquanto Linda pulava e gritava, ela realmente gritava e muito, ela se jogou no colo de minha mãe como se tivesse acabado de ganhar na loteria, quem dera, nunca tive sorte para ganhar uma bala se quer e agora que não quero ganhar algo é dado de mão beijada pra mim, essa será uma das coisas que irei lembrar quando for apostar a primeira vez na loteria 'Torcer contra mim mesma', talvez seja um plano bom.
Quando Linda me abraça suas bochechas estão vermelhas, sua voz parece um pouco rouca agora em consequência dos frequentes gritos, mais tirando isso ela parece perfeitamente bem, ou até mais que isso.
-Você ganhou! - Ela grita pelo que parece a milionésima vez.
Anoto mentalmente que dá próxima vez que ela ganhar algo, ou eu ganhar algo para ela, me certificar de que tenho tampões de ouvidos. Eu sorrio tentando parecer entusiasmada.
- Eu gostaria de poder ir. - Ela faz seu famoso biquinho, mais de nada adianta, pois só garotas acima de treze anos poderiam participar, e Linda ainda não tinha pulado a casinha dos nove. O telefone toca em um som estridente ecoando pela casa, e eu já sei quem é, e Linda pelo que parece também, pois corre em direção a ele.
- Papai ela ganhou! - Ouço seu grito do corredor
Depois disso se ouve silêncio até a risada de minha pequena irmã irromper pela casa.
- Você sabe que fez o certo querida. - Diz minha mãe
Eu me jogo no sofá derrotada.
-É claro que eu sei, eu só não esperava ganhar. - Eu digo
Meu celular vibra ao som de um toque enjoativo na estante anunciando uma nova mensagem, eu me levanto e o pego, em seguida ele vibra de novo, eu sorrio imaginando quem é.
"Você ganhou garota! parabéns".
A mensagem de Elisa pisca na tela de meu celular e eu sorrio enquanto passo para a próxima dela.
"OMG, você vai passar um dia com o maravilhoso Leonardo!"
Eu rio de suas mensagens imaginando ela me dizendo isso pessoalmente enquanto bate palmas de uma forma animada e completamente infantil e começo a respondê-las:
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Como se livrar de um popstar
Teen FictionHistória original - Livro publicado pela editora Multifoco Como se livrar de um popstar - Se você ganhasse um concurso para passar dois dias em nova York com seu maior ídolo pop, o que faria? Essa é a pergunta que Melissa Layonel não consegue r...