Meus Contra-Acasos

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Meus Contra-Acasos

Prólogo

Querido Diário,

Oi! Meu nome é Helena e tenho 17 anos. Estudo no colégio Santiago e faço o terceiro ano. Meus pais são separados e moro com minha mãe. Vivo me metendo em encrencas e adoro roupas pretas. Tenho um melhor amigo – gay, por sinal – e um cachorro chamado Teddy que me entende melhor que ninguém.

 Hoje meu dia foi uma droga...

 –Que porcaria é essa? – falei para mim mesma. – Nem acredito que to fazendo isso! – Afirmei sozinha em meu quarto.

  Para mim esse negocio de escrever um diário sempre foi besteira. Affs! Pra quê escrever que você “espirrou” hoje? Ninguém merece! Mas enfim, eu to escrevendo um Diário. Por quê? História longa, mas vou contar...

**

  Tudo começou quando eu entrei no banheiro do colégio na hora do intervalo. Entrei e fiz uma careta, tava cheio de patricinhas lá dentro. E se tem uma coisa que eu odeio mais do que suco de beterraba que minha mãe faz são as patricinhas. Mas normalmente eu não gosto muito de ninguém mesmo. Quando entrei, elas me olharam com cara de nojo e depois desviaram o olhar como se eu não estivesse ali. Achei bom, não queria um monte de meninas cor-de-rosa me olhando com cara lavada. Entrei na cabine já mal-humorada.

 –Ai gente, vocês não sabem o que aconteceu comigo! – disse uma das patricinhas fazendo mistério.

 – Conta, conta, conta já! – ordenou uma voz que eu reconhecia. Era Cindy. No primário nós éramos amigas, mas de uma hora para outra ela me odiava e eu nunca soube o motivo, mas com o passar do tempo também passei a odiá-la, na verdade, passei a odiar todo mundo.

 – Eu perdi meu diário! – disse a patricinha deixando todas as outras boquiabertas. – Relaxa gente. – disse ela. – Ele tava guardado na minha gaveta. Eu ia morrer se alguém lesse meus segredos! – disse ele dando um sorriso.

– Que bom amiga! Um diário tem os segredos mais secretos de uma garota. – falou Cindy. Tive vontade de vomitar na mesma hora.

– É mesmo. Tudo que tem no meu diário é importante e eu iria pirar se alguém lesse. – disse outra patricinha.

  Escutei o sinal tocar e elas saíram correndo para chegar antes do professor na sala.

 – Retardadas! – disse saindo da cabine e lavando as mãos.

  Quando estava saindo de dentro do banheiro para ir pra aula vi algo brilhante no chão e me abaixei para pegar o objeto. Era um caderninho cheio de brilho e purpurina. Era de uma das patricinhas – revirei os olhos. Abri e na primeira frase eu já soube o que era.

 –Querido diário. – disse rindo com malicia.

Meus Contra-AcasosOnde histórias criam vida. Descubra agora